quinta-feira, outubro 30, 2008

Reverendo Lucas Mosse prega justiça e paz em Moçambique

Notícias de Moçambique

Eleições consolidam a democracia (Arquivo)


"Eleições devem consolidar espírito de paz e tolerância."
Reverendo Lucas Mosse
Jornal Notícias - Maputo

O REVERENDO Lucas Mosse disse qarta-feira em Maputo que os pleitos eleitorais a realizarem-se no país, designadamente as eleições autárquicas de Novembro do ano corrente e as legislativas e presidenciais de 2009, devem constituir um momento para a consolidação do espírito de paz e tolerância entre os moçambicanos.

Falando num seminário sobre justiça e paz, Mosse explicou que Moçambique é hoje um dos países de refer~encia quando se fala de paz, “tudo porque nós soubemos perdoarmo-nos uns aos outros, pôr termo às hostilidades e iniciarmos esta longa caminhada de reconstrução, desenvolvimento social e económico e combate à pobreza”.

“Hoje o campo de batalha dos políticos é a Assembleia da República, onde as forças políticas ali representadas debatem ideias e aprovam leis que viabilizam o funcionamento normal do país. As divergências de posições são próprias duma sociedade democrática e pluralista e ninguém deve ficar surpreendido por isso. Existem também no nosso país fóruns importantes da sociedade civil que intervêem na governação através de críticas e sugestões ao Governo do dia. Temos também as igrejas, que estão activas na frente da moralização da sociedade. Todos juntos lutamos para que Moçambique seja um país estável e próspero”, disse.

O orador explicou ainda ser importante que os políticos moderem os seus discursos, evitando incitações ao ódio ou à violência. Mosse afirmou que hoje em dia já não se justifica falar da guerra mas sim de paz e concórdia.

“O que eu penso é que os partidos que vão concorrer as eleições sejam elas autárquicas ou gerais, devem se preocupar em mobilizar os seus eleitores para irem às urnas votar com civismo e em consciência. Se nós queremos ver o país a crescer temos que saber que tudo depende do voto. De nada nos vale ficar em casa no dia das eleições e depois do voto começarmos a lamentar que as coisas não andam bem. Por isso, é um dever de cidadania e um dever patriótico irmos todos às urnas”.

Na ocasião, alguns oradores que intervieram também lançaram apelos aos políticos para que encararem os momentos eleitorais como uma oportunidade soberana para consolidar o processo democrático.

Júlio Tembe, pastor, disse, por exemplo, que “os acontecimentos no Zimbabwe e no Quénia chamam-nos atenção para nós moçambicanos sermos mais unidos e tolerantes. Todo o mundo está com olhos virados para Moçambique, porque eles sabem que nós somos o exemplo da tolerância e é só por isso que se justificam todos os apoios que nos chegam para a nossa economia”.

Fonte: http://www.jornalnoticias.co.mz


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terça-feira, outubro 28, 2008

Biografia de Madre Teresa de Calcutá

Biografia de Madre Teresa de Calcutá
Prêmio Nobel da Paz de 1979

Mother Teresa
Madre Teresa em companhia das crianças
Nobel Foundation Site

Tradução: João Cruzué

Madre Teresa nasceu Agnes Gonxha Bojaxhiu, in Skopje - Macedônia, em 26 de agosto de 1910. Sua família era de descendência albanesa. Aos 12 anos de idade,Agnes sentiu poderosamente a chamada de Deus. Ela soube que tinha de ser uma missionária para espalhar o amor de Cristo. Com 18 anos ela deixou a casa paterna em Skopje, e se juntou às Irmãs de Loreto, uma comunidade irlandesa de freiras com missões na Índia. Depois de poucos meses de treinamento em Dublin, ela foi enviada para à Índia, aonde fez seus votos iniciais de freira, em 24 de maio de 1931.

De 1931 até 1948, Madre Teresa ensinou no Colégio Santa Maria de Calcutá, porém o sofrimento e a pobreza, que observava fora das paredes do convento, causou-lhe profunda impressão. Em 1948 ela recebeu permissão de suas superioras para deixar a escola no convento para devotar-se ao trabalho entre os mais pobres entre os pobres nas "favelas" de Calcutá. Embora não tivesse recursos financeiros, pois dependia unicamente da Providência Divina, ela começou uma escola ao ar livre para crianças daqueles bairros pobres. Logo outros voluntários se uniram à ela, e o suporte financeiro também apareceu. Isto lhe trouxe a possibilidade de estender o projeto da sua obra.

Em 07 de outubro de 1950, Madre Teresa recebeu permissão da Santa Sé para iniciar uma nova Ordem: As "Missionárias da Caridade", cuja tarefa principal era amar e cuidar daquelas pessoas que não tinham ninguém por si. Em 1965 a Sociedade tornou-se uma Família Religiosa Internacional por um decreto do Papa Paulo VI.

Hoje esta Ordem abrange ramos ativos e contemplativos de Irmãs e Irmãos em vários países. Em 1963 foi fundado tanto o seguimento Contemplativo das Irmãs como o ramo Ativo dos Irmãos . Em 1979 o ramo Contemplativo dos Irmãos foi acrescentado, e em 1984 o ramo do Sacerdócio foi estabelecido.

A Sociedade das Missionárias da Caridade espalhou-se por todo mundo, incluindo a antiga União Soviética e os países do Leste Europeu. Elas providenciam ajuda efetiva, para os mais pobres entre os pobres, em grande número de países da Ásia, África e América Latina. Elas também empreendem o trabalho de socorro seguindo-se a catástrofes naturais como: inundações, epidemias, fome e refugiados. A Ordem também possui Casas na América do Norte, Europa e Austrália, aonde cuidam de leprosos, alcoólatras, moradores de ruas e pessoas com Aids.

As Missionárias da Caridade são auxiliados e assistidos em todo mundo por colaboradores que se tornaram em uma Associação Internacional em 29 de março de 1969. Pelos anos de 1990 existiam mais de um milhão de colaboradores em mais de 40 países. Junto aos colaboradores, os Missionários leigos da Caridade procuram seguir o espírito e o carisma de Madre Teresa em suas famílias.

O trabalho de Madre Teresa tem sido reconhecido e aclamado através do mundo. Ela recebeu inúmeros prêmios e distinções, incluindo o Prêmio da Paz Papa João XXII e o Prêmio Nerhu pela promoção da paz internacional e entendimento(1972). Ela também recebeu o Prêmio Balazan(1979) e as condecorações Templeton e Magsaysay.

Fonte: Nobel Foundation Site

COMENTÁRIOS

Embora seja eu evangélico e Madre Teresa, católica, o trabalho social desenvolvido por ela na Índia transcende qualquer preconceito, pois teve como característica a linguagem universal do amor que apenas existe nos filhos de Deus. Ela pode ser perfeitamente comparada com a boa samaritana, da parábola de Jesus.

Estou lendo o mais recente livro: "Madre Teresa" publicado pela
Ediouro Livros. Ali pela primeira vez, são revelados os medos e angústias que Madre Teresa fazia tanta questão de preservar ocultos aos olhos da mídia. Ninguém jamais acreditaria, se ela contasse, que durante muito tempo orou e não recebeu respostas. Um período em que se sentiu vazia diante do silêncio de Deus. Muitos outros Cristãos também passaram por uma sensaçao de abandono semelhante, inclusive, o próprio Cristo. Transparece a mim que ela lutava com Deus em oração, na Índia, diante de uma opressão e miséria maligna enormes, cujo dimensão trazia-lhe um profundo sentimento de impotência.

A Índia dos Dalits, dos Intocáveis, das "Scheduled Castes", que pelos nossos recentes posts, nos mostram a mais cruel forma de dominação e opressão planejada dentro de uma religião(Hinduísmo), que arranca pela raiz qualquer dignidade e esperança humanas, principalmente, entre os mais pobres entre os pobres que Madre Teresa cuidava.

Em um mundo tão "moderno" onde diplomas de teologia são muito apreciados nas paredes
enquanto as grandes carências humanas são "resolvidas" apenas com teorias e "orações", o testemunho, a obra e os escritos de Madre Teresa são um "soco" no estômago pelo agir, pelo fazer, pela compaixão. Uma coisa muito interessante chamou-me a atenção neste livro: Eu esperava encontrar dezenas e dezenas de referências a Maria ou a Nossa Senhora, como é costume católico dizer. Mas nada! É Jesus , e Jesus, e Jesus quase do começo ao fim. Percebi que Madre Teresa de Calcutá conseguia ver a Índia com um legítimo olhar cristão.

João Cruzué

cruzue@gmail.com

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