domingo, outubro 20, 2019

Como pregar um sermão que agrada aos ouvidos e esvazia a alma



Por Pr. Silas Figueira


Conta-se que um pastor havia sido convidado para pregar em uma igreja, numa série de conferências. Antes de passar-lhe a palavra o pastor anfitrião deu-lhe algumas instruções em relação da mensagem que ele poderia vir a pregar. Na verdade, o pastor disse-lhe o que ele não podia falar na mensagem.

O pastor da igreja, chamando o convidado, lhe deu as seguintes orientações: 

-- Pastor eu gostaria de pedir que em seu sermão o irmão não falasse em bebida alcoólica; é que nós temos alguns irmãos em nossa igreja que bebem. Também gostaria de lhe pedir que não falasse nada a respeito de jogo – loteria, jogo do bicho, corrida de cavalos...; é que nós temos alguns irmãos aqui que jogam. E, por favor, não fale nada também sobre adultério e nem fornicação; é que alguns irmãos que são casados tem outra família, outros, de vez em quando, pulam a cerca também; e alguns de nossos jovens solteiros têm vida sexual ativa. É que nós estamos vivendo novos tempos! 

O pastor ouviu tudo aquilo e disse que por ele estava tudo bem.

Quando o pastor convidado tomou da palavra ele começou dizendo:

-- Irmãos é um prazer muito grande estar com vocês. Agradeço o convite e também as orientações que o pastor de vocês me deu em relação ao que eu não poderia falar em  minha mensagem. Ele me disse para eu não falar nada a respeito de bebida alcoólica, pois alguns irmãos aqui bebem. Confesso que eu pensei que isto aqui fosse uma igreja, mas vejo que esta igreja não passa de um botequim. Ele também me disse para não falar nada a respeito de jogo, pois alguns aqui jogam, eu pensei que isto aqui fosse uma igreja, mas vejo que esta igreja não passa de um cassino. E ele também me disse que eu não deveria falar nada a respeito de adultério, pois alguns irmãos casados aqui pulam a cerca e que alguns jovens solteiros têm vida sexual ativa... Eu pensei que isto aqui fosse uma igreja, mas vejo que esta igreja não passa de um bordel. Mas eu quero dizer uma coisa para vocês, recebam Jesus em suas vidas e vocês deixarão a vida de pecado e terão seus nomes escritos no Livro da Vida.

Ao ouvirem tais palavras, a igreja como um todo veio à frente recebendo Jesus como salvador pessoal, inclusive o pastor da igreja.

Essa ilustração, infelizmente, retrata a vida de muitas igrejas que temos visto por aí; e quando digo “por aí” me refiro em minha cidade.

Eu sou da época em que crente não bebia, não jogava, não fumava e muito menos vivia na prostituição. No entanto hoje, em muitas igrejas, a coisa mais comum é vermos as pessoas beberem bebidas alcoólicas como se isso fosse a coisa mais natural. Se algum não crente chegar a certos lares “evangélicos” vão se sentir em casa. 

Teve um determinado pastor que falou de púlpito que não há mal nenhum em beber, só não pode se embriagar. Agora, como você explica isso para um ex-alcoólatra? Como você faz com que uma pessoa que tem na família pessoas alcoólatras assimile isso como algo normal? 

Quantas pessoas que eu conheço que por virem para a igreja alcançaram a libertação de vários vícios, inclusive do alcoolismo; e agora tais igrejas incentivam os membros a beberem. 

Prostituição, homossexualismo, lesbianismo, fornicação... Tudo isso tem se tornado comum em muitos arraiais. Líderes que fazem vista grossa a tudo isso para manterem suas igrejas cheias. Tais líderes não se intitulam pastores, mas empreendedores, pois afinal de contas estão fazendo com que as suas igrejas estejam sempre cheias. Como certo líder que foi confrontado por um dos membros da igreja que ele pastoreava o porquê dele nunca pregar sobre pecado, ele, sem nenhum rodeio, disse que tal coisa ofende aos ouvintes e afastam as pessoas de frequentarem a igreja, por isso que ele não falava sobre isso. 

Em outras palavras, esta igreja está sempre cheia de pessoas vazias. E isso tem sido mais comum a cada dia em muitas igrejas. Este é um fato, para mim, lastimável!

Pense nisso!

quarta-feira, outubro 16, 2019

O salmo do patriarca Abraão

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João Cruzué

Se há um salmo na Bíblia que retrata bem uma época na vida de Abraão, é o Salmo 23. E esta época seria os dias seguintes à  separação entre ele e o sobrinho Ló. Um ficou com as terras mais férteis, as campinas mais verdejantes, e o outro com os morros do prejuízo. Quem tem a promessa de Deus nunca fica no prejuízo. Vamos meditar um pouco na palavra de Deus.

Os pastores dos dois parentes começaram a contender. O tio disse ao sobrinho: Ora,  não convém que haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos irmãos. A primazia da escolha era do mais velho, mas Abraão franqueou a oportunidade a Ló. 

Ló não perdeu tempo. Levantou os olhos e viu toda a campina do Jordão, que era bem regada e parecia com o Éden. Em consequência dessa escolha, o tio ficou com pastagens inferiores. E mesmo que a princípio não tenha dado importância, mais tarde, certamente depois de ouvir os comentários da esposa e dos empregados, uma sombra de desânimo passou diante de seus velhos olhos.

Deus estava atento e percebeu. Tanto percebeu que decidiu levantar o ânimo de Abraão, já velho e com mais de 80 anos. Assim falou o Senhor: Levanta agora os teus olhos e olho desde o lugar onde estás, para a banda do Norte, e do Sul, e do Oriente e do Ocidente.

O interessante é notar que as campinas do Jordão, agora momentaneamente utilizadas por Ló, também estavam incluídas nessa promessa. O prejuízo era  apenas aparente. Não muitos dias depois, a família do sobrinho foi sequestrada por um povo beduíno. A campina tinha começado a mostrar o custo bem maior que o benefício. O verde dos pastos escondiam a guerra e a destruição da família.

E Deus continuou falando: Porque toda terra que vês te hei de dar a ti e a tua descendência, para sempre. E farei a tua semente como o pó da terra; de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, também a tua semente será contada. E Deus disse mais: Levanta-te, percorre essa terra, no seu comprimento e na sua largura, porque a ti a darei.

E Abraão levantou o olhar e olhou para os quatro cantos da terra. Depois percorreu a terra e foi armar suas tendas em Hebrom. Mil anos se passaram. E foi para a mesma Hebrom que Davi subiu com sua família para começar a ser Rei sobre Judá. Quem mandou Davi subir para Hebrom foi Deus.

Quando Davi escreveu o Salmo 23, ele começou  dizendo: O Senhor é o meu pastor e nada me faltará. Não sei se Davi  estava em Hebrom quando escreveu este verso, mas com certeza ele tinha tudo a ver com Abraão. Imagino que, ao tomar conhecimento da escolha do sobrinho, Abraão olhou pela primeira vez para as pastagens com os olhos pessimistas de seus empregados e enxergou apenas prejuízo.

Depois que Deus mandou que ele levantasse os olhos para enxergar toda a terra e lhe fez uma promessa que abrangia não só as campinas do Jordão como muito além, agora com os olhos da fé, Abraão poderia muito bem ter dito: O Senhor é o meu Pastor e nada me faltará!

Por isso, muito cuidado na hora de escolher os olhos para ver.