quinta-feira, dezembro 01, 2016

População Evangélica Brasileira: projeção para 30.11.2016

Autor:  João Cruzué:

Projeção de dados para 30.11.2016

Quero apresentar aos amigos e pesquisadores minha mais recente pesquisa, aproveitando os dados da população estimada do Brasil disponibilizados pelo IBGE Projeção da população do Brasil e dos Estados - acesso em 30.11.2016. Também é do IBGE o crédito pela população do Brasil de 2010., bem como os dados da população evangélica de 2010 - por unidade da federação.



Metodologia para a projeção do número de evangélicos em 30.11.2016:  Segundo os dados dos Censos do IBGE de 1991 e 2010, nesse período a população evangélica cresceu, em média,  à razão de 6,32% ao ano.  Da mesma forma fiz a projeção com o mesmo percentual para 6 anos (1,0632 ^ 6). Assim 1,444408 x 42.275.437 (evangélicos - 2010) alcança a projeção do número de evangélicos  para 30 de novembro 2016, ou seja: 61.062.968 milhões de crentes. Isso dá o percentual de 30% de evangélicos em relação à população estimada pelo IBGE em 30.11.16 - de 206.744.000 habitantes. São 30 evangélicos para cada grupo de 100 brasileiros.



Nota: Caso queira publicar ou usar os dados do meu trabalho, peça autorização por  escrito para



Agora, confira meu trabalho, publicado em 01/12/16,  com a publicação do Instituto Datafolha quase um mês depois:

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2 comentários:

Henrique disse...

Oi, João Crusué. Seus posts sobre demografia dos evangélicos são bem didáticos. Algumas considerações:

1 Os números são otimistas, mas uma avaliação mais cuidadosa dos dados tabulados em uma de suas tabelas revela que as taxas de crescimento vem diminuindo (a).

2 Os dados mais relevantes do IBGE seriam os números absolutos e o percentual de evangélicos no Brasil que, realmente, chamam a atenção. Mas outros institutos possuem números dignos de nota. Segundo o DataFolha (b), 36% dos evangélicos concordam que todas as religiões levam ao mesmo Deus. E 44% deles são ex-católicos. Que tipo de visão de mundo essas pessoas trouxeram para a igreja evangélica? Como conformar essa visão com a tradição evangélica, ou com as diversas tradições evangélicas (reformada, pentecostal etc.)?

3 As “letras miudinhas” do IBGE também deveriam chamar a atenção das lideranças evangélicas. Os Sem-Religião (c) cresceram, entre 1980 e 2000, mais de 400%. O que poderia ser entendido por, ou incluído como, “Sem-Religião”? Os “desviados”, crentes nominais que abandonaram a igreja? Os “desigrejados”, crentes fiéis a Deus, mas decepcionados com a igreja, e que não mais a frequentam? Os “orgânicos”, cristãos que abandonaram o modelo institucional, mas que promovem reuniões caseiras? Como alcançar essa gente? No caso dos “orgânicos”, eles precisam ser re-evangelizados?

4 Para uma avaliação mais profunda, mais alguns dados: 55% dos brasileiros moram ao redor de conglomerados urbanos. 7,4 milhões de brasileiros trabalham em cidades que não são a do seu domicílio (d). Como a falta de tempo, a distância, a queda da renda, a escolarização, a especulação imobiliária e outros fatores afetarão a relação do brasileiro com a religião, com a frequência aos cultos? O mundo mudou, mas há muitos cristãos que preferem viver em uma bolha, preservando usos e costumes dos anos 1940. CONTINUA...


Henrique
HenriqueInTheSky.blogspot.com


(a)http://olharcristao.blogspot.com.br/2015/01/populacao-evangelica-do-brasil-atinge.html
(b)http://datafolha.folha.uol.com.br/opiniaopublica/2016/12/1845231-44-dos-evangelicos-sao-ex-catolicos.shtml
(c)Bye bye, Brasil - o declínio das religiões tradicionais no Censo 2000, Antônio Flávio Pierucci. Sem-Religião não incluindo religião não declarada e indeterminada.
(d)http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/03/1607734-mais-de-metade-dos-brasileiros-vive-em-nucleos-de-cidades-relacionadas.shtml

Henrique disse...

...CONTINUAÇÃO

5 Embora haja um mundo de distância, como sociedade urbana ocidental os Estados Unidos tem muitas semelhanças com o Brasil. E as pesquisas norte-americanas são mais frequentes e mais aprofundadas. Atentemos para eles. Naquele país, a igreja tem sofrido uma avalanche. Há uma denominação que, na última década, vem decrescendo cerca de 4% ao ano (e). As pessoas preferem as facilidades do mundo do que obedecer a Deus? Sim, preferem, mas a igreja tem sua parcela de culpa. Vários pesquisadores apontam como causas da evasão a burocracia (que prejudica algumas atividades cotidianas da igreja, como ter que consultar o conselho estadual de pastores para liberar um projetor de slides), o ritualismo (preservação de liturgias e práticas que já não fazem sentido) e a passividade na adoração (cultos-show em umas, canções em linguagem ultrapassada em outras). Parecido com alguma igreja aqui no Brasil?

6 A igreja auto-denominada “tradicional” está entrando em um beco sem saída: os pentecostais se neopentecostalizando, e os reformados se engessando (Não resisti aos trocadilhos, he he). Movimentos como o Novo Monasticismo, Igreja nas casas e a Igreja Emergente já tiveram sua porção de chicotadas. Não seria hora de aprender o que eles tem de bom?

7 Estatísticas e dados sociológicos não são diversão. São uma ferramenta de avaliação, uma alavanca de mudanças. Muitos desses dados já são conhecidos, de forma intuitiva ou experimental, por muitos líderes cristãos há décadas. A resistência a mudanças é deliberada.

8 Conheça uma igreja pentecostal, depois, uma reformada. Percebeu a semelhança? No fundo, no fundo, o fenômeno mais importante que a igreja evangélica brasileira (excluindo os neopentecostais) vive hoje, depois da erosão doutrinária, é outro conflito de gerações.

Henrique
HenriqueInTheSky.blogspot.com

(e)https://www.layman.org/pcusa-2015-membership-loss-95107/