terça-feira, dezembro 23, 2014

O Gueto de Varsóvia e o Filme Mein Kampf


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Mapa do Gueto de Varsóvia.

Por João Cruzué 

Antes de traduzir esta matéria, quero deixar alguns comentários. Uma de minhas visitas prediletas depois do meu almoço, é nas Lojas Americanas, com entrada pela Rua José Bonifácio, Centro de São Paulo. Na sobreloja há um espaço com uma infinidade de livros e títulos de DVD's  que estão à venda. Em uma dessas incursões, deparei-me com o filme: "Mein Kampf". A princípio, pensei que se tratasse de um filme baseado no livro escrito por Hitler - o mandante do assassinato de seis milhões de judeu, além de ciganos e russos. Eu estava disposto a descobrir como um austríaco pode dominar  as consciências de milhões de alemães, lavando-lhes a  mente, ao ponto de uma obediência absoluta.

Quando vi o filme, entendi que não se tratava do livro de Hitler, mas da reunião de vários documentários gravados por nazistas, que foram parar em mãos de judeus. O que mais me sensibilizou durante o filme foi a abordagem do Gueto de Varsóvia, um lugar onde 450 mil judeus foram amontoados para morrer de peste e fome.  Fui direto à fonte,  no portal do Museu do Shoah, para buscar o material de tradução. Uma coisa me tocou profundamente neste episódio: A vontade soberana de Deus no cumprimento do que está escrito no Salmo 66;10: "Pois tu, o Deus, nos provastes; tu nos afinaste como se afina a prata." 


O GUETO DE VARSÓVIA

Crédito: yadvashem.org

Tradução de João Cruzué

Em Varsóvia,  Capital da Polônia, os nazistas estabeleceram o maior gueto de toda da Europa, [durante a segunda guerra mundial]. Cerca de 375,000 judeus viviam em Varsóvia antes da guerra; aproximadamente 30% da população da cidade. 

Em setembro de 1939, imediatamente após a rendição da Polônia [para os alemães], os judeus de Varsóvia foram literalmente encurralados como animais e obrigados ao trabalho forçado [dentro de um espaço estimado de 1.600 m x 2.400 m  - conforme mapa na figura].


Ainda em 1939, os primeiros decretos anti-judaicos foram aprovados. Todos os judeus obrigatoriamente deviam usar uma braçadeira branca com a estrela azul de David. Depois, medidas econômicas foram tomadas, exclusivamente, com o propósito  de fechar-lhes a porta dos empregos.


O Judenrat (conselho judaico local) foi estabelecido sob a liderança de Adão Czerniakow e, em outubro de 1940, o determinação do estabelecimento de um gueto foi anunciado [pelos nazistas]. No dia 16 de novembro os judeus foram amontoados dentro da área do gueto [cerca de 1.600 m de largura por 2.500 m de comprimento - em média] 


Embora um terço da população de Varsóvia fosse judaica, o gueto tinha somente 2,4% da área da cidade. Massas de refugiados que tinham sido trazidas de outros lugares para Varsóvia foram despejadas no meio do gueto, até sua da população  chegar a 450.000 seres humanos.

Rodeado de muros, que os próprios judeus foram obrigados a construir, debaixo do vigilância severa e violenta, os judeus de Varsóvia foram segregados do mundo exterior. Dentro do gueto suas vidas oscilaram na luta desesperada entre a sobrevivência e morte por doença ou inanição. As condições de vida vivas eram insuportáveis e o gueto foi extremamente abarrotado. Em média, entre seis a sete pessoas viviam em uma sala e as rações alimentares diárias eram o equivalente a um décimo do mínimo necessitado.

Os muros do gueto não puderam silenciar a atividade cultural de seus habitantes, contudo, e apesar das condições apavorantes de vida no gueto, os artistas e os intelectuais continuaram em suas perspectivas criativas. Além disso, a ocupação Nazista e a deportação para o gueto serviram de incentivo ao ímpeto dos artistas para buscar alguma forma de expressão sobre a visita da destruição sobre o seu mundo. No gueto havia bibliotecas em um arquivo subterrâneo, o "Oneg Shabbat”, movimentos juvenis e até uma orquestra sinfônica. Os livros, o estudo, a música e o teatro serviram de uma fuga  e como uma lembrança das suas vidas prévias diante da realidade áspera que os rodeava.


A superpopulação do gueto o transformou em foco de epidemias e mortalidade em massa, que nem as instituições da comunidade judaica, nem a Judenrat,  nem as organizações de assistência social foram capazes de combater [no gueto não havia rede de esgotos]. Mais de 80.000 Judeus morreram ali. 


Em Julho de 1942, começara as deportações para o campo da morte em Treblinka. Quando as primeiras ordens para deportação foram recebidas, Adão Czerniakow, o Presidente da Judenrat, recusou-se a preparar as listas de pessoas para os registros de deportação,  em vez disso, suicidou-se em 23 de julho de 1942.

Fim da Tradução.

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Comentários finais: A palavra gueto, segundo a wikipedia, etimologicamente, pode ter varias origens, mas é possível observar que na maioria dos casos era para designar um lugar de segregação de judeus. Na própria língua hebraica, o termo "get" significa literalmente "Nota de Divórcio". 

Em 1555, o Papa Paulo IV criou o Gueto Romano e emitiu um Cânone para forçar os judeus a viverem naquela área. O Papa Pio V também recomendou que todo os estados fronteiriços a Roma, deviam estabelecer um gueto para os judeus. Por isso, no século XVII, todas as principais  cidades perto de Roma, tinham o seu gueto de judeus. 

Todos estes guetos, citados, não eram hermeticamente cercados como no caso de Varsóvia. Eram áreas de moradias comunitárias "sugeridas" para judeus - apesar de isoladas.








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Agenda 2015 - um novo desafio para os blogueiros evangélicos



Por João Cruzué

A publicação de conteúdo cristão na Internet foi exponencialmente multiplicada com a popularização dos Blogs a partir de 2007, com a Blogosfera Cristã de Poliana Latta e, principalmente, com a  União de Blogueiros Evangélicos de Valmir Milomem e Altair Germano. Cabe, com justiça, destacar o empenho dos blogueiros: Eliseu Antonio Gomes, Sammis Reachers, Luis Ribeiro, Lucas Santos, Wilma Rejane, João Cruzué, Leonardo Gonçalves, Márcia Alves, Pr.Altair Germano, Pr. Carlos Roberto, Pr. Geremias do Couto, Cintia Kaneshigue, Daladier Lima, Victor Leonardo Barbosa - e muitos outros.  Parafraseando Dona Maísa,minha antiga chefe na Prefeitura de São Paulo, a entrada foi muito boa, mas, agora, estamos esperando o prato principal. Embuídos pelo mesmo Espírito que nos levou tão longe, quero apresentar um desafio para o ano de 2015.

Deus é onisciente, onipotente e onipresentes. Isto nós sabemos, mas, entre outros tantos tributos, Ele também é o supremo planejador. Seus planos são feitos e executados ao longo da eternidade e, pelo que podemos ver, sua eficiência máxima é atingida porque conta o Plano A, o Plano B. o Plano C... sempre alcançando seus objetivos. Posso ver o rosto triste de Abrão, depois de ter deixado o sobrinho escolher primeiro. À noite, o SENHOR apareceu ao patriarca e mandou que contasse as estrelas do céu. Da mesma forma, ao meu sentir, todo o ativismo que fizemos para multiplicar o nascimento de blogs cristãos/evangélicos não passou de um plano A.

Quando vejo o Blog de Reinaldo Azevedo alcançar 15 milhões de visitas por mês, fico surpreso com a pequenez do meu trabalho. E que cada um faça sua própria comparação. Acho que nos faltou um pouco de humildade que, por sua vez, mostrou que não havia unidade em torno de um objetivo. Acertamos, quando uma de nossas  políticas foi levar o conhecimento de como blogar ao máximo de líderes cristãos que pudemos. Mas isto não foi o bastante para nos manter unidos. 

Pode ser que faltou o cimento da comunicação. Mas ainda há tempo. Muitos de nós já se tornaram exímios elaboradores de textos ou, conteúdo cristão, como costumo conceituar. Mas, não basta escrever bem, temos voltar a planejar juntos. Neste sentido, precisamos responder a quatro perguntas:

1. Onde estamos?

2. Aonde queremos ir?

3. O que vamos fazer?

4. E quando?

Foi pensando nisto que vou apresentar uma proposta de agenda para 2015:

Introdução: A publicação de conteúdo cristão na Internet não é algo vão. Sei que milhares de almas leem nossos textos e sentem a voz do Espírito Santo falar em seus corações. Deus usa as palavras que Ele quiser, mas é preciso que haja essas palavras. O mundo caminha para uma comunicação majoritariamente eletrônica. Estas razões são suficientes para continuarmos com nosso trabalho.

AGENDA PARA 2015:

1. Melhoria na publicação, na qualidade dos textos de conteúdo cristão publicados em nossos blogs. Comentário: Para alcançar um paradigma de excelência, precisamos escrever com melhor técnica. Precisamos escrever sobre tudo, ou quase tudo, sempre levando em conta um olhar crítico cristão sobre os outros e sobre nossos textos.

2. Melhoria na comunicação entre nós. Isto foi perdido,eu sei, no entanto, também sei que é preciso começar de novo. Cada um de nós é uma parte do todo. E este todo só vai funcionar, mesmo, quando as partes deixarem de pensar por si, para voltar a pensar coletivamente. Eu gosto de filmes infantis e, para melhorar meu inglês estive vendo recentemente os "Três Mosqueteiros" da Disney: All for one and one for all. 

3. Melhoria no planejamento: Eu sei que muitos de nós publicam com excelência, mas por acaso chega a 15 milhões de acesso em um mês? Ou ainda, 100 mil acessos por mês? Para voltar a crescer, nós precisamos nos unir de novo, traçar um objetivo principal, objetivos específicos para resolvermos o problema. 

4. Melhoria no entusiasmo: sozinhos, a tendência é a desestruturação. Quando mais pessoas estiverem unidas e, principalmente, se encorajando, incentivando umas as outras, mas entalpia o processo vai adquirindo.

5. Melhoria no uso da mídia eletrônica: O mundo é dos smarthphones. Como a mensagem de um blog pode ser efetiva para este tipo de usuário? A mundo dos buscadores é do Google, por que insistir em publicar textos em plataformas que não são buscadas pelos algorítimos do Google?  Qual é, hoje, a melhor técnica, a melhor mídia, a melhor forma de publicar? Sozinhos, nós sempre vamos correr e chegar atrasados.

6. Planejando para o futuro: Nossos filhos e netos, costumo dizer, não vão comprar literatura na banca da esquina. O uso da mídia eletrônica é um fato tão real, quanto foi a Imprensa há 500 anos, com Gutemberg.  De 1992 para cá, quem comanda a página eletrônica é Tim Berners-Lee. Tenho um palpite de que nosso trabalho cristão tem uma forma insatisfatória de ser realizado - uma forma "mais-ou-menos", "meia-boca", improvisada. Quando deixamos de fazer desta forma e começamos a planejar, organizar, avaliar, criticar - melhoramos!

7. Compor um núcleo de trabalho: para avaliar, pensar, discutir, planejar e aprovar normas e rumos de ação.  Habilite-se.


Por enquanto é isto que gostaria de dizer. Agora, também estou disposto a ouvir. Fale!


Irmão João Batista Cruzué
Editor do Blog Olhar Cristão
Fale comigo: cruzue@gmail.com


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A parábola da figueira e a volta de Cristo


Por Eliseu Antonio Gomes


Quatro grandes episódios estão registrados na Bíblia onde Cristo se encontra pessoalmente com a humanidade:

1. Na primeira, Ele se fez carne, na missão de Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. E morreu, ressuscitou e voltou ao céu.

2. A segunda vez ainda é uma promessa bíblica. O retorno de Jesus será invisível, quando não pisará o solo da terra. Ele virá para buscar a Igreja, quando os crentes serão extraordinariamente retirados desse mundo e juntos com o Espírito Santo irão ao céu. Este evento é chamado de Arrebatamento da Igreja. Acontecerá na mesma rapidez do abrir e fechar de olhos, em velocidade comparável ao mesmo tempo em que o relâmpago surge e desaparece no céu (ver: Lucas 17.24, 34, 35).

 3. E na terceira vez, Cristo retornará e "todo o olho o verá". Nesta circunstância Ele descerá e pisará na terra, outra vez fisicamente estará aqui em pessoa, e agirá como defensor dos judeus em plena batalha contra o Anticristo, que será travada no Armagedom/ Megido, e destruirá o Anticristo e as nações que se aliarem com o Anticristo para destruir Israel (Apocalipse 16.16; 20.1-3, 7-10).

4. O quarto episódio será o Dia do Julgamento Final, que não temos como dizer onde será realizado.

A parábola da figueira

"Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão; 33 Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão" - Mateus 24.32-35.

Ao analisar as profecias bíblicas que ainda não se cumpriram ou se cumpriram parcialmente, entendo que devemos tomar muito cuidado, para não fazer interpretações erradas e assim incorrer no alerta de Jesus em Mateus 24.11:"surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos".

A Parábola da Figueira não apresenta data exata da volta de Cristo, apenas descreve fatos históricos e os indica como sinais. 

A figueira é reconhecida pelos intérpretes modernos da Bíblia como o estado de Israel, mas o que Jesus quis dizer com "quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas" (vers. 32)? Interpreta-se que essa frase pode ser vista como o reconhecimento do estado de Israel pela ONU, ocorrido em 1947, quando os judeus que estavam dispersos pelo mundo puderam voltar ao oriente-médio e passarem outra vez a viver como sociedade dentro de um espaço geográfico circuncidado por fronteiras respeitadas pela maior parte dos países do mundo e que podiam chamar esse espaço de “minha nação”, sendo este território o mesmo que Deus prometeu a Abraão.

A dispersão aconteceu no ano 70 d.C, quando Tito invadiu Jerusalém e destruiu o templo e provocou o grande massacre contra os judeus e os que não foram mortos fugiram da região e se estabeleceram em outros países. Tal fato foi profetizado por Cristo, e a profecia está registrada justamente em Mateus 24. Neste capítulo, Cristo explica que os sinais alertam para a iminência do seu retorno, sem, contudo, especificar o dia e a hora. 

É importante entender que a volta de Cristo anunciada através da parábola da figueira, será apenas aos judeus, com o objetivo de fazer justiça em favor dos judeus que o reconhecerem como o Messias, o Senhor virá para julgar todos os povos que se aliaram ao Anticristo com a intenção de destruir os judeus, e, também, para estabelecer o reino milenar aqui na terra, sendo Ele o Rei.

Quando Cristo vier para os judeus, os crentes já não estarão mais neste mundo, já terão sido levados ao céu no evento Arrebatamento da Igreja, e lá permanecerão eternamente. 

E.A.G.




Foto: Megido, Israel.
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