domingo, setembro 15, 2013

O milagre do perdão

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Perdão
João Cruzué

O perdão é um mandamento bíblico ordenado por Jesus Cristo. Os efeitos do perdão são benéficos tanto para quem perdoa quanto para quem é perdoado. O objeto do perdão pode ser uma mágoa, um pecado, um sentimento de culpa, um prejuízo sofrido, uma palavra maldosa, uma atitude infeliz, uma omissão, uma traição - enfim, coisas que fazemos ou deixamos de fazer no dia a dia. Quando estas coisas são tratadas com o "detergente" divino do perdão, milagres podem acontecer em nossa vida. Quero meditar com você, nesta noite de domingo, sobre a cura do paralítico de Cafarnaum, registrado no Evangelho em Lucas 5;17-26.

Jesus Cristo tem competência, autoridade, autonomia, para perdoar. O perdão é uma ação que transcende à matéria e atua no campo espiritual, onde nossos olhos físicos não conseguem prescrutar. E neste texto isto fica muito claro quando Ele disse, mais ou menos nestes termos: Para provar para vocês que o Filho do Homem (Ele, Jesus) tem sobre a terra o poder de perdoar pecados, paralítico eu te digo: Levanta, toma a tua cama e vai para tua casa.

Ele decidiu operar este milagre porque os presentes, entre eles muitos líderes religiosos, ficaram murmurando de sua afirmação anterior, quando tinha dito ao paralítico: Homem, os teus pecados te são perdoados. Eles não gostaram do que ouviram.

Há vários tipos e graus de pecado. Desde uma desobediência simples até um assassinato ou adultério. Também há os pecados de omissão, quando alguém se vê diante de uma situação que deveria ter sido generoso e trancou a porta da bondade do próprio coração. Homens e mulheres podem ser protagonistas das mais perversas ações e, como podemos ver, no texto em análise, o pecado do paralítico precisava primeiro de perdão, para que depois pudesse andar.

A meu ver foram dois os milagres: O perdão dos pecados e o "levanta-e-anda".  Não está claro no texto quais foram os pecados o paralítico, mas coisa pequena não foi.

O pecado é algo praticado que desagrada aos olhos de Deus.  Entretanto, a vida cotidiana em meio a uma sociedade corrupta, pode distorcer o perigo real do pecado. Em certos textos do Evangelho, o pecado é comparado ao fermento que uma vez colocado da massa vai aumentando  seu volume. E, algo que era pequeno de repente se torna muito grande. 

Da mesma forma que os pecados daquele homem o levaram à paralisia, a mesma coisa está acontecendo agora na vida de muitas pessoas, casas e famílias - principalmente nestas. E o ódio é um dos maiores cadeados que prende as correntes invisíveis do pecado. Odiar é oposto de amar. Se Cristo disse para amar, na cartilha do diabo o comum é o odiar. No caso do paralítico, é muito provável que aquilo que ele fez deva ter causado muito prejuízo a alguém ou a várias pessoas. E, geralmente o autor deste tipo de pecado não se lembra de ter praticado tal malfeito, porque costumamos nos lembrar apenas daquilo que sofremos.

Eu sei que há por aí uma multidão de pessoas que não conseguem se librar das mágoas sofridas, maus tratos, desprezos, traições, estupros de familiares - de coisas horríveis que não me vêm à mente neste texto. Mas, uma coisa eu sei: José conseguiu perdoar seus irmãos. Deus perdoou Arão, depois da oração e Jejum de Moisés. Jesus perdoou a Pedro, depois deste tê-lo negado três vezes. Saulo de Tarso prendia e matava cristãos, até que teve um encontro com o Senhor e recebeu o perdão divino.

Se o Senhor Jesus determinou que é preciso perdoar para ser perdoado, é porque sabia que o resultado do perdão é maravilhoso para ambas as partes - principalmente para aquele que sofreu humilhações e prejuízos.

Quando o Senhor perdoou os pecados do paralítico, houve um pensamente crítico na mente dos religiosos presentes. Mas, para mostrar que ele - Jesus - era mesmo o Filho de Deus, completou o serviço: Homem, levanta  e toma a tua cama e vai para tua casa.

Mas se Jesus não está mais hoje nas ruas da minha cidade, como é que ele pode me perdoar? Pode, sim. Em sua palavra, ele mesmo disse: Eis que estou convosco todos os dias - Mateus, 28:20.

Se  você carrega mágoas, amarguras, humilhações, prejuízos que sofreu, chegue diante da presença de Deus dentro do quarto da sua casa e fale para Deus do seu desejo de perdoar. Da sua dificuldade em perdoar. Mas faça planos para perdoar. Perdoar parece ser difícil, mas não o é. Jesus foi crucificado e morto pelos religiosos do seu próprio povo. Ele já sabia disso e em uma das suas últimas palavras na cruz, ele disse - Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem. É a força da presença de Jesus que nos dá a capacidade de perdoar. Perdoe, e volte seus olhos para o futuro é lá que estão muito mais bênçãos, duas vezes, quatro vezes, dez vezes mais bençãos do que os prejuízos que já sofreu.

Se você, conscientemente, sabe que foi o autor de uma ou várias atitudes que causaram dor, humilhação e prejuízo às pessoas, aí não basta fechar a porta do quarto e orar. Se já é crente, procure um pastor para lhe aconselhar. Pode ser que alguns tipos de ações que você praticou precisam de mais cuidados no pedido de perdão. Via de regra, enquanto sua consciência martelar, o assunto não ficou resolvido. Seu pedido de perdão deve ser sincero. Se deu prejuízo financeiro por exemplo, siga o exemplo de Zaqueu. Não banque o esperto, para levar vantagem. Cada caso é um caso, mas o que importa é mostrar para Deus que você está arrependido e disposto a pedir perdão com sinceridade.

Tendo feito a sua parte, agora peça o milagre de Deus na sua vida.

Eu não sei o que você precisa, mas o Senhor Jesus sabe. Pegue um pedaço de papel, sente-se a uma mesa da sua casa e faça duas coisas: primeiro, ore a Deus e  diga para Ele: Senhor, eu sou o fulano de tal. Estive em falta contigo, mas agora já liberei o perdão para esses e aqueles assuntos.  Dei prejuízo Senhor, mas já fui lá e conversei, propus fazer a minha parte; arrependi-me de verdade. Agora Senhor, se tu quiseres, faz o milagre em minha vida: eu preciso disso, disso e daquilo.

Quem tem ouvidos ouça a voz do Senhor:

Mateus 7:8: "Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á." Amém.

Mateus 6:14: Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; 

Mateus 6:15: Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas. 

Continue lendo:

I João 2:1:  MEUS filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. 

2 E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. 

3 E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. 

4 Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade. 

5 Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele. 

6 Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou. 

7 Irmãos, não vos escrevo mandamento novo, mas o mandamento antigo, que desde o princípio tivestes. Este mandamento antigo é a palavra que desde o princípio ouvistes. 

8 Outra vez vos escrevo um mandamento novo, que é verdadeiro nele e em vós; porque vão passando as trevas, e já a verdadeira luz ilumina. 

9 Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até agora está em trevas. 

10 Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo. 

11 Mas aquele que odeia a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos. 

12 Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome [Jesus Cristo] vos são perdoados os pecados. 




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Pessoa desaparecida em Brasília dia 11 setembro 2013

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Sr. João

Ontem desapareceu a mãe de um amigo do trabalho. Ela saiu sem documento e foi ao supermercado comprar um lanche.  Até agora não voltou. A família está desesperada. Peço oração para que ela apareça, e conforto para a família.

Comunicação de Alessandra Dias em 15.09.13



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Por favor espalhe este aviso em Brasília e arredores.


cruzue@gmail.com


DESFECHO DO CASO:

Em 16.09.13.

Sr. João agradeço sua oração e acredito que Deus nos ouviu. Infelizmente o desfecho dessa história não foi o que esperávamos, mas a vontade de Deus foi levar D. Maria da Luz para perto dele. Ela foi encontrada, no fosso do elevador onde o seu filho trabalha. A perícia ainda será concluída mas ao que parece ela entrou no elevador mas este não estava no andar e ela acabou caindo. Peço oração para que a família seja confortada neste momento tão difícil, e que o Sr. Jesus em sua infinita misericórdia dê alento a seus filhos.

Obrigada, Alessandra

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quinta-feira, setembro 12, 2013

Hoje é dia de milagre em sua vida

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João Cruzué

Hoje é sexta-feira. Neste momento já são quase oito horas da noite. O trânsito está muito carregado. Buzinas impacientes, motores irritados e motoristas...bem eles já estão acostumados. Assim, esperando uma melhora no trânsito, tomei a Bíblia e pensei. O que o Senhor gostaria que eu escrevesse agora? Quem estaria precisando ouvir a voz de Deus através da leitura de uma simples mensagem? Eu sei, com certeza, que minha atitude foi movida pela vontade Dele. E por isso abri a Bíblia e vi o texto do profeta Ezequiel narrando sobre a torrente de águas purificadoras.

Ezequiel teve uma visão especial de Deus. Quatorze anos depois da destruição de Jerusalém pelo exército babilônico sob o comando do Rei Nabucodonozor. O SENHOR tomou o profeta Ezequiel e o transportou para um monte muito alto de onde ele via a Cidade. E depois de ouvir muitas palavras do SENHOR, chegou um momento que o profeta viu um homem com um cordel de medir. E ele começou a medir um pequeno filete de água que saía de uma casa em Jerusalém. Mediu mil côvados daquela água. Era um simples filete. O profeta molhava apenas a planta dos pés. O homem tornou a medir mais mil côvados e aquelas águas aumentaram. Molhavam seus tornozelos.

O homem continuou medindo. Mediu outros mil e aquelas águas já formavam um córrego que molhava até os joelhos do profeta Ezequiel. Quando mediu mais 4.000 côvados, aquelas águas já molhavam até a altura de seu pescoço. E quando mediu mais 5.000 côvados, Ezequiel já não podia mais caminhar pelo leito do ribeiro, pois não dava mais pé e somente poderia ser atravessado a nado.

Eu me lembro. Me lembro que no meio dos dez anos de lutas que minha esposa e eu passamos com problemas financeiros, o SENHOR fez uma promessa para nós. Não foi uma solução imediata. Esperamos ainda outro tanto. Eu nunca perguntei a Deus qual era seu propósito sobre aquelas lutas. Então em 2003, Deus começou a medir um filete de bênção para nós. Nós tínhamos o básico. Casa - que ELE não permitiu que fosse a leilão. Não havia mais carro. No ministério, arrumava revistas de escola dominical usadas, com mais algumas bíblias e mandava pelo correio para os presídios de São Paulo. Nesse tempo o Senhor me abriu a porta de um emprego provisório. Não esqueci a data 14 de julho de 2003. 

No ano seguinte o SENHOR mediu mais "1000 côvados". Houve um concurso, e eu me classifiquei. E de provisório meu emprego passou a ser definitivo. Seis anos depois, hoje, continuo abençoado no mesmo lugar. Pela primeira vez na vida, compramos nosso carro novo. Era um Celta 2004. Minha esposa era professora substituta em uma escola.

E em 2005, o SENHOR mediu outros mil. Minha esposa passou a ser professora titular. No trabalho meu salário melhorou. Passei a ter direito a mais coisas. Nossa filha mais velha passou na Fuvest. Hoje ela está no quarto ano de Letras, fazendo alemão na USP.

E assim foi. A cada ano o SENHOR tem medido "1.000 côvados". E eu não me esqueço do dia, que pude comprar meio quilo de café, e quando cheguei em casa, dei graças ao SENHOR e chorei porque pude comprá-lo.

Ah! querido/a, não é a "multidão de águas" que faz um coração feliz. Muitos tem tanto e vivem tristes. Outros, tem uma vida com tantas privações, mas quando oram sentem a presença de Deus. É por isso, que o Senhor Jesus nos dá um grande exemplo, que prova bem este assunto. Ele estava com muita fome. E o diabo apareceu e disse: "Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães." Jesus não ouviu a voz do diabo. Como também não lhe deixou sem resposta. Disse Jesus: está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.

Quem tem sido o seu conselheiro? Os conselhos que ele lhe dá se parecem com a voz de Deus ou provêm da boca do diabo? Isto vai decidir o seu futuro. Se você der ouvidos a voz de Deus, as águas da bênção vão molhar seus pés, seus tornozelos, joelhos, até o pescoço e depois serão tão profundas, que somente poderão ser atravessadas a nado. A boca do diabo só faz murmurar, mostrar as impossibilidades do cotidiano. O diabo não tem fé. Seus mensageiros só falam de montanhas. De dificuldades. Guarde bem isso: o conselho do diabo foca somente o lado material das coisas. Ele murmura de Deus e seus "secretários" querem nos ver murmurar também.

É por isso que nós viveremos, venceremos e jubilaremos em Cristo, pois ele é que provê o milagre, a vitória na batalha contra as adversidades da vida. O Salmo 121 diz: Elevo os meus olhos para os monte; De onde me virá o socorro? E o mesmo salmista respondeu: O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra. E tanto os céus como a terra são maiores que os montes. Se Deus é tão poderoso a ponto de criar os céus e a terra - o que é um simples monte para Ele?

Portanto querido leitor/a, a solução dos problemas materiais e a vitória contra as adversidades do dia a dia não estão no campo de visão material. Elas estão em outra dimensão. Na dimensão espiritual onde Deus atual. E para mover a mão de Deus em seu benefício, você não pode abandonar a oração. Vou repetir: você não pode abandonar a oração. Ainda que o peso de uma montanha inteira esteja sobre suas costas - não pare pedir o que precisa para o Senhor Jesus. Porque para Deus não há nada impossível.

Quando a sua bênção chegar, a cada ano o Senhor vai medir um cordel de mil côvados para você também. E depois desses dias, siga o meu exemplo: dê seu testemunho, para que a voz de Deus fale com alguém que esteja muito precisando de uma palavra. Como você está!


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sábado, setembro 07, 2013

O evangelho do Velho Testamento



"We believe in GoLd"

João Cruzué

Vejo com  estranheza o que está acontecendo com a Igreja Evangélica em nossos dias. Uma deterioração da credibilidade e do testemunho dos seus pastores mais influentes (presentes na mídia diária) está acontecendo progressivamente. Sabe aquele tipo de "evangelho" que aparentemente está em conformidade com a Bíblia:  cheira à Bíblia, soa como se fosse bíblico, está bem cercado por argumentos de escatologia bíblica, mas lá no fundo de nosso coração uma voz fala quase inaudível nos instiga a ficar mais atentos e a esquecer o que estamos vendo, ouvindo e sentido, para  prestar a atenção no que o Espírito de Deus diz.

Aparência não é essência. Sucesso não é referência de santidade.

Não existem dois Evangelhos, mas apenas um. Seu  referencial é o Cristo e, depois, a maneira de viver e o testemunho dos apóstolos. No livro do Profeta Isaías, 8:20, há um versículo muito esclarecedor: "A lei e ao testemunho, se não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva." E o Apóstolo Paulo disse  (e repetiu) com todas as letras (Gáltas 1: 8-9) que se alguma outra pessoa viesse a pregar um Evangelho diferente, este seria maldito: 

v8- Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema.

v9- Como antes temos dito, assim agora novamente o digo: Se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.

E o temos visto e ouvido da boca dos pastores, bispos, apóstolos em nossos dias? 

Temos ouvido um Evangelho bom para se ouvir e agradável à vista!  parecido demais com certa fato que está registrado história do começo da humanidade.

E Paulo, de novo, alerta a Igreja na segunda carta a Timóteo:

"Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério." (II Tim 4-3 e 4)

A II carta inteira de Paulo a Timóteo é uma verdadeira aula sobre o "evangelho" que está sendo pregado em nossos dias, principalmente o que está escrito no capítulo 3-1 ao 17.

Entendo firmemente que o evangelho da prosperidade, com base na vida de Abraão, Davi, Salomão e por aí vai, não tem referência bíblica na doutrina e comportamento dos primeiros Apóstolos, muito menos na mensagem da Fonte que é Cristo. Há um grande esforço de racionalização para torná-lo bíblico. Mas este Evangelho sustentado no V.T. não tem nada a ver com o  Evangelho que Cristo anunciou e mandou apregoar. 

O Evangelho voltado para dar grandes vitórias financeiras aos "evangélicos" pode até parecer lindo no começo, mas depois de certo tempo os custos dele vão ser muito caros - a começar pela frieza espirital. No final, ele escandaliza toda a sociedade, com  seu apelo apelo recorrente e insistente atrás do dinheiro dos fiéis.

É como se, sem o dinheiro, não houvesse condições de ganhar almas para Cristo. Isto é um grande sofisma, pois não houve maior evangelização e resultados do que o esforço dos primeiros apóstolos, indo até o mundo conhecido da época. Também no começo do século passado, o grande avivamento da Rua Asusa varreu todos os continentes e ilhas da terra - sem telefone, sem rádio, sem televisão e sem internet.

Sabe porque eu penso que Deus não permitiu que o Messias nascesse em um palácio nem em berço de rei?  Foi para não dar pretexto à avareza! A pobreza do Cristo e dos primeiros Apóstolos é uma pedra no sapato dos tele-evangelistas de hoje, que ficam baseando suas pregações em personagens do Velho Testamento, com o intuito de aumentar a arrecadação junto aos crentes de suas Igrejas. Isto é lógico, pois se  estes forem estimulados a ser empresários, um dízimo e ofertas maiores serão pura consequência.

Posso imaginar muito bem a riqueza que Cristo e o Apóstolo Paulo poderiam ter amealhado aproveitando a oportunidade do sucesso que eles tiveram nos seus dias. E Paulo foi muito ousado quando disse: "Sede meus imitadores como eu sou de Cristo"

Não estou aqui sendo mesquinho e cobrando voto de pobreza de pastor  ou bispo algum, mas lembrando  que um pastor que usa jatinhos, limousines e batedores para se locomover entre os fiéis, está em desconformidade com os referencias bíblicos que são Jesus Cristo e os primeiros Apóstolos. A mesma avareza que Cristo condenou em seus dias está acontecendo nos nossos e o mesmo juízo que Ele emitiu contra os fariseus avarentos, também ajusta a carapuça na cabeça dos pregadores de sucesso da teologia da prosperidade de hoje.

Sei, de maneira inequívoca, que o sucesso de um pregador não o transforma em um novo referencial para os cristãos. Os marcos não mudaram e não podem ser mudados. Um pastor que prega para milhões na TV, tem templos maravilhosos em todos os estados do Brasil ou países do mundo e cada dia exibe mais riqueza, não está nem um pouco preocupado com os pobres e necessitados da  sua Igreja.

Como é que que deve ser o testemunho e a vida material de um Pastor, Bispo, Apóstolo ou pessoa portadora desses títulos criativos? Com certeza de acordo com a voz do Espírito Santo. E da mesma forma que o Espírito falava com Pedro, Tiago, João e Paulo, também  vai falar nos dias de hoje, principalmente porque se em uma Igreja existir muitos irmãos que passam privações e não têm os mesmos recursos para o custeio das mínimas coisas, como ficará diante dos olhos de Deus uma pastor abastado? Hein?


É aqui que mora o perigo, de nós nos  enganarmos com um anjo de luz que não pertence e nunca pertenceu à Igreja do Senhor. "Porque andamos por fé, e não por vista", disse o apóstolo Paulo na segunda Carta aos Coríntios, capítulo 5 e versículo 7.

Não sou o dono da verdade. Nem pretendo sê-lo, mas que tem fogo estranho nos púlpitos evangélicos de uns 30 anos para cá, isso tem. Por outro lado, ainda há bons "remédios" na farmácia de Jesus para tratar destes casos: 
-colírio do Espírito Santo, 
-óculos para enxergar lobo em pele de ovelha 
 e cotonete  santo para tirar a cera do engano dos ouvidos surdos.













terça-feira, setembro 03, 2013

Cabrini, Afroreggae e Pastor Marcos Pereira


[A “justiça público-privada” do “consórcio mídia-Estado” 
no caso Pr. Marcos Pereira]

Rubens Teixeira


Depois que li a matéria “Os dois lados da ‘guerra’ entre o pastor Marcos e o coordenador do AfroReggae”, publicada no jornal O Dia de 1 de setembro de 2013 e assisti o programa Conexão Repórter, do SBT, com Roberto Cabrini, na mesma data, fiquei bastante preocupado com a postura das instituições brasileiras com relação às garantias de direitos fundamentais no nosso país.  A matéria começa com os dizeres:  “Farsa ou verdade? Os bastidores da investigação que colocou na cadeia o pastor Marcos Pereira mostram histórias de “pecados” que vão da manipulação de testemunhas ao uso de provas obtidas sem amparo legal. E escondem uma disputa ferrenha por dois territórios onde verbas públicas e privadas jorraram nos últimos anos, além de serem dois currais eleitorais de peso: os complexos do Alemão e da Penha”. A reportagem completa está no link ao final deste artigo.

Destaco que nunca estive com o pastor Marcos Pereira, nem antes e nem depois de sua prisão. Contudo, desde o início desta pirotécnica detenção, vejo um aparato estatal, acumpliciado com fortes setores da mídia, que só dão ouvidos a um dos lados, e um cidadão, acompanhado de pessoas subordinadas ou beneficiadas por ele ou por sua organização, com “salvo conduto para acusar” dado pelo Estado, amparado pela parte da mídia que o apadrinha, sem que se faça crivo de razoabilidade de suas palavras e sem que alguém o responsabilize pelo que fala e não comprova. Vejo também uma família e uma igreja isoladas esforçando-se para  tentar se explicar, ou defender o seu líder, mas que, durante algum tempo, poucos as deram voz, inclusive cristãos midiáticos influentes, mídia e Estado. A OAB não se envolveu, mas isso não me surpreende.

Adianto que não tenho autorização ou pedido para defender ou acusar o pastor Marcos Pereira, mas tive o cuidado de ouvir as pessoas de sua igreja e da família como gesto de solidariedade, obrigação de qualquer cidadão. Apesar de não poder afirmar com absoluta certeza, na hipótese de ter havido alguns deslizes morais por parte do pastor, não parece que se constituíram em crimes, portanto não são de natureza pública. Neste caso, os atingidos, se houve, foram sua família e igreja: exatamente seus defensores hoje. Portanto, se aconteceram tais deslizes,  não precisa dizer que já foram perdoados e quaisquer outras pessoas, incluindo os entes públicos, não têm nada a ver com isso. Fiéis de sua igreja, ou qualquer outra pessoa, se foram atingidos ou atingidas, têm o direito de se defender, mas devem provar as acusações, inclusive explicando por que não as fizeram antes.

Não sei por que Roberto Cabrini repetiu a todo instante imagens e falas, ao invés de comentar, com mais profundidade, gravações que mostravam alguns dos acusadores em situações que pareciam estar sendo pressionados ou recebendo promessas de benesses para dar depoimento. Causou-me perplexidade também este respeitado repórter querer cobrar que Marcos Pereira “confessasse” seus pecados perante as câmeras, coisa que nenhum pastor, padre, outro líder religioso, ou fiel é obrigado a fazer. Isso fere à garantia constitucional de privacidade. O Estado tem a obrigação de apurar fatos tipificados como crimes, não pecados. Cabrini desrespeitou Marcos Pereira, sua igreja, sua família e tentou violar sua privacidade. Pecados se resolvem com Deus e seus desdobramentos ruins são tratados na comunidade religiosa e na família, não com Cabrini ou qualquer outro repórter. Em depoimento do cantor Waguinho, deixado na minha página do Facebook, o auxiliar de Marcos Pereira afirmou: “interessante observar que a gravação onde comprova que ofereciam casa, dinheiro, emprego, etc… para quem quisesse depor contra o Pastor Marcos, Não foi mostrada, e estava nas mãos do Cabrini, por que ele não mostrou?”.

AfroReggaePor que as supostas vítimas se submeteram, como afirmaram, repetidas vezes, ao longo de anos, ao referido “estupro” ou ato libidinoso enquanto lhes rendia retorno a boa relação com o pastor e com a igreja? Devem demonstrar também que foram forçadas pelo acusado, de alguma forma, a participar dos “eventos” de orgias. Se é verdade que alguém comete crime ao se relacionar sexualmente com pessoa carente, psicologicamente ou materialmente, a polícia tem que prender os usuários de prostituição que pagam mulheres para se relacionar com elas. Em um país onde se fala na aberração da legalização da profissão de prostituta não teria sentido este argumento. Outra dúvida nada desprezível: por que os principais, ou todos os acusadores são membros ou aliados do AfroReggae?

Um dos principais depoentes, conhecido como pastor Rogério, ex-braço direito do acusado, pastor Marcos Pereira, e hoje é importante aliado e subordinado do principal acusador, José Júnior, coordenador do Afroreggae. Rogério, que mudou de lado no trabalho e nos argumentos, alegou que teria se submetido às situações das quais discordava porque teve sua mente “cauterizada” e precisava dos favores de Marcos Pereira. Essa fragilidade demonstrada por este acusador, que hoje mudou de lado, pode ser exatamente o problema: da mesma forma que tolerou os “erros” dos quais acusa Marcos Pereira de ter praticado para manter seus interesses intactos, quem garante que não faz o mesmo agora para defender suas pretensões atuais com relação ao seu patrão do momento? Se ele se mostrou frágil perante o seu ex-mantenedor, seu depoimento em defesa dos interesses de seu atual merece credibilidade? Se é verdade que ele se sujeitou à vontade do seu chefe anterior, muito provavelmente o faz com o atual pelas mesmas razões apresentadas na primeira situação: seus interesses e fragilidade de discernimento que permitiu que sua mente fosse cauterizada. Por outro lado, não seriam essas acusações retaliações ou fragilidades morais ou mentais do “braço direito” que mudou de lado?

Observe o detalhe: quando um estuprador é pego, outras vítimas, que se mantiveram em silêncio, sentem-se encorajadas a denunciar e se apresentam para tal quando o meliante é preso, pois se sentem seguras para fazê-lo. Basta qualquer um observar que é o único caso em que um suposto estuprador teve o número de suas supostas vítimas reduzido drasticamente após a prisão: de vinte e seis para duas, e que, ao que tudo indica, não se conseguiu concluir pela culpa do acusado em nenhuma delas. Uma enorme afronta à inteligência de qualquer jurista medíocre ou cidadão minimamente atento.  Uma aberração que expõe as vísceras de uma estrutura de “justiça” que tem sua credibilidade bastante questionada, pois possui cerca de 40% dos seus presos sem sentença condenatória transitada em julgado em que esses presos são maciçamente pobres e negros. Uma fábrica de injustiças sarcasticamente denominada justiça.

Os agentes do Estado responsáveis por essas prisões possuem robustas prerrogativas constitucionais e elevado preparo técnico que, quando interessa, servem de arma contra os mais pobres e de defesa para os mais ricos, ou, quem sabe, para condenar ou absolver, respectivamente, opositores ou amigos. O resultado é o que vemos: um eminente Estado arbitrário, justiceiro e manipulável. Aos leigos que pensam que é circunstancial esta diferença entre justiça para rico e justiça para pobre, não se enganem. Quem faz isso sabe o que está fazendo, mas sabe também que esfolar o pobre, por enquanto, não traz graves consequências e nem repercussão midiática, pois boa parte da elite dominante quer um Estado assim: que confine pobres em seus ambientes, constranja-os a serem submissos aos ricos e convide-os todas as vezes que forem úteis de alguma forma aos bem aquinhoados. Pobres têm grande importância nos carnavais, nos ambientes de prostituição, nas aparições midiáticas de favelas para “inglês ver” e em outras ocasiões em que possam ser usados de forma descartável e, muitas vezes, como parte de um teatro social e político. No caso dos hospitais e escolas, o valor que lhes dão são os que conhecemos. Basta ver a postura da maioria desses entes em ambientes de ricos e de pobres, em processos judiciais e administrativos de ricos e de pobres.

 Meu desejo sincero é que todos os entes envolvidos nesta nebulosa situação, sem exceção, paguem exatamente pelo que fizeram e que a lei e as garantias constitucionais sejam aplicadas igualmente a todos.  Montesquieu alertou “A injustiça contra um é uma ameaça contra todos”. Martin Luther King, Jr. disse que “A injustiça em algum lugar é uma ameaça à justiça em qualquer lugar”. Com elegância, os agentes responsáveis por tudo isso fingem que há um esforço de fazer justiça: individualizam os erros e generalizam os acertos. Azar é de quem sofreu a injustiça “pontual” que recai sobre a “maioria” de desvalidos e os que estão a descoberto dos “poderes investigador, acusador e julgador”. É claro que as evidentes mazelas não são admitidas, mas basta ver os frutos para se conhecer a árvore, como disse Jesus (Mt 7.20). O Mestre também declarou: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;” Mateus 5:6. Certamente, os que contamos com a Justiça de Deus, em meio à fartura de injustiças que nos rodeiam, que se tranquilizem, observando o que diz o Salmo 146. Quem ainda duvida, que aguarde o que já começou a acontecer com as “eminências pardas” (influenciadores secretos) dessa epopeia do mal. De nós, seres humanos, podem debochar, mas “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá”. Gálatas 6:7.

 Link da reportagem do jornal O Dia: http://odia.ig.com.br/

* Rubens Teixeira é doutor em Economia (UFF), mestre em Engenharia Nuclear (IME), pós-graduado em auditoria e perícia contábil (UNESA), engenheiro civil (IME), Formado em Direito (UFRJ), aprovado para a OAB/RJ, bacharel em Ciências Militares (AMAN),  professor, escritor, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil, dos Juristas de Cristo e da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra.




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Corrupção rouba 300 bilhões de reais por ano da mesa dos brasileiros


CUSTO ANUAL DA CORRUÇÃO NO BRASIL

Ralo da corrupção brasileira
João Cruzué*

Os jornais estão noticiando o recente Encontro patrocinado pelo PNUD com especialistas em combate  em corrupção, realizado na primeira semana de novembro em Brasília.  Alguém disse, presumo depois deste encontro, que a corrupção leva 200 bilhões reais  por ano no Brasil, em moeda constante de 2012. Eu discordo deste valor, pois, creio que foi subestimado. O ralo corrução brasileira é muito maior.

Minhas contas são as seguintes: 
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Orçamentos Públicos em 2012:
União = R$ 2,257 bilhões
Estado de São Paulo = R$ 157 bilhões
Estado do Rio Janeiro = R$  64 bilhões
Estado de Minas = R$ 51 bilhões
Rio Grande do Sul = R$ 40,2 bilhões
Município de São Paulo = 38,8 Bilhões
Outros Estados e Capitais** = R$ 312 bilhões
TOTAL: 2.920.000.000.000,00 (quase 3 trilhões de reais)
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Raciocine comigoDesconsiderando a metade disso, que é verba de salário e encargos, temos como resultado algo em torno de 1,5 trilhão. Os famigerados 10% disso, na média,  dariam 150 bilhões de reais. A sonegação de impostos, chutando muito por baixo, outros 150 bilhões. Total: 300 bilhões de reais por ano. Duas vezes os orçamentos da Saúde e Educação.

ralo da corrupção  brasileira supostamente quantificado pela ONU em 200 bilhões de reais foi subestimado. Ele é muito maior. Minha estimativa chega nos 300 bilhões anuais, no mínimo.

 Minha esperança: É verdade que o STJ está julgando o "mensalão" e que vai mandar alguns corruptos para a cadeia. Ouvi o Ministro Jobim dizendo que este julgamento não vai afetar em nada a conduta política do poder. Eu concordo; a menos que haja uma sequência neste começo de faxina.

Muita coisa ficou de fora. Se este "mensalão" é coisa de 2003, e que manipulou mais de 300 milhões de reais, o ralo operado por Marcos Valério foi só de 75 milhões. Será que ficou só nisso?

O esquema operado a partir de 2008 cujo caixa era muito maior, deixando para trás míseras empresas de publicidade para atacar o filé mignon da bufunfa que são as construtoras. Quando é que este "big mensalão" vai ao Supremo? Parece que nunca, a não ser que apareça no meio disso outro Roberto Jefferson.

E, vem aí o terceira versão do mensalão. Mensalão 3.0. Começando pelo dinheiro público que está sendo jogado fora nas construções de uma dúzia de estádios, que serão usados durante apenas 30 dias, e o superdesejado trem bala, que pode ser a grande "fonte" de financiamento da campanha presidencial de 2014.  O custo desta obra? apenas uns 60 bilhões de reais!

Enquanto isso, a conta do ralo desses mensalões continua   no vermelho:

1 - Cadê a transposição do Rio São Francisco?
 
2 - Por que as favelas das grandes cidades continuam sem a presença do governo, a não ser com a polícia?
 
3 - Por que os professores de qualquer nível escolar continuam ganhando uma ajuda de custo, em lugar de um salário digno?

4 - Por que a agricultura familiar é um projeto falido no Brasil?

5 - Por que o pobre tem que pagar uma faculdade noturna e o rico estuda de graça?

6 - Porque o ensino básico no Brasil ainda não é feito em período integral?

7. Por que o Brasil tem apenas um instituto de tecnologia? 

7 - Por que a saúde do brasileiro não tem dinheiro do governo para operá-la coo mínimo de eficiência?
 
8 - Por que não há mais médicos para contratar para trabalhar nos hospitais? Por que é tão caro um bom curso de Medicina?
 
 9 - Por que nossa gasolina é tão cara se "temos" tanto petróleo?

10. Por que crianças de 1011 anos são prostituídas na Região Norte do País?
 

E mais umas duas dúzias de por quês, que não  alinhei.

Com 300 bilhões (do ralo) sobrando por ano, em 10 anos este país resolveria tanto o problema da Educação quanto o da Saúde.

E se continuar do jeito que está? Bem, a sociedade vai continuar pagando a conta de uma outra forma. Sem estudos, sem saúde, sem emprego, sem um salário e moradia decentes, parte substantiva da geração atual, desassistida, se organiza para tomar isto via atos criminosos. É o que já está acontecendo com a indústria do tráfico de drogas.

Não basta atos de caridade de ONGs para resolver o problema da miséria e da pobreza brasileira. São atos isolados e poucos, que depois são filmados e reproduzidos como vitrines do bem perante a sociedade como se resolvessem o problema de todo mundo. Na verdadsão apenas uma gota d'água, ainda que válida. Mas, a responsabilidade pelo balde, pelo rio, pelo oceano de necessidades que este país tem é de seus governos - populistas e maquiadores da real dimensão do problema.

 Maldita corrupção.


 João Cruzué é servidor público de  Tribunal de Contas

 ** Dobrei a soma dos orçamentos dos quatro maiores Estados
  











domingo, agosto 25, 2013

Amor e hipocrisia


Lírio do  meu quintal
João Cruzué


Amar em termos cristãos, no sentido lateral, é fazer o bem ao próximo sem pensar em reciprocidade. Isto, está bem claro na parábola do bom samaritano. Em sentido mais profundo é estar atento à voz do Espírito para fazer o bem a alguém que necessita de algo no lugar e tempo certos.  A hipocrisia é uma das formas da negação do amor. O hipócrita exalta o bem, mas não tem  um compromisso sincero com a justiça. Sua justiça é apenas uma capa que esconde o egoísmo - o pântano onde brota todo tipo de pecado.

Jesus era movido pelo  amor de Deus. Estava sempre atento à voz do Espírito Santo. Não era assim automático. Ele separava deliberadamente tempo para estar na presença de Deus em momentos de oração e comunhão. Era por isso que chegou à cidade de Nain no exato momento em que a viúva levava o filho morto para o cemitério. E quem foi que mandou o paralítico à beira do Poço de Betesda se levantar e carregar a cama? E, por que ele decidiu pousar na casa de Zaqueu, o corrupto chefe dos Publicanos da cidade de Jericó?

O maior hipócrita da Bíblia, é satanás. Sabe o que é o bem, mas procura nos outros os defeitos e falhas que lhe finge não ter. Quando Deus falou que Jó era um homem justo, procurou  difamá-lo e mostrar os defeitos. Mania de perfeição, mas só de aparências. Ainda existe este tipo de gente nas Igrejas. A primeira coisa que procuram em um novo irmão é onde estão as suas falhas, fraquezas e defeitos. Um hipócrita procura manter o foco nas falhas do mesmo jeito que um abutre procura pela carniça.

Amar é procurar ser útil, solidário, compassivo. É lavar a louça que suja, tendo consciência de que alguém irá fazer tudo em silêncio porque os outros não fizeram a sua parte. O que tem a ver louça suja com amor? De certa forma, o sangue de Jesus foi o "sabão" que limpou os pecados de muitas "vasilhas" imprestáveis., tendo eu sido uma delas. Eu nunca pensei nisto  antes, mas de hoje em diante vou estar consciente disso.

Não é tão fácil amar, principalmente quando você tenta aconselhar alguém que não quer lhe escutar. E o que é escutar? É uma coisa fácil? Não! não é. Eu sei que Deus fala conosco, mas nossos ouvidos costuma estar destreinados para reconhecer sua voz. Certa vez, uma parente meu  me fez a seguinte pergunta: João, quantas vezes Deus chamou o adolescente Samuel, até que ele respondesse "Eis-me aqui Senhor"? Eu disse: Três vezes, mas foram quatro. Por três vezes Deus chamou-o, mas ele não conhecia a voz de Deus. Ele pensava que era a voz de Eli, o Sacerdote.

Vozes parecidas. Este é um grande perigo.  Jesus, na tentação do deserto, depois de 40 dias de jejum, teve fome. Seus olhos foram dirigidos para algumas pedras, ao ouvir uma voz macia e desafiadora: "Se tu és o Filho de Deus, diga a esta pedra que se transforme em pão". Creio que há uma multidão de vozes aparentemente proféticas nos dias de hoje aceitando aquilo que Cristo recusou a fazer.

Estamos vivendo os tempos em que um Evangelho com foco no Velho Testamento está sendo pregado.  O Evangelho da Prosperidade já ficou para trás. Jesus foi muito claro quando disse que não podemos servir a dois senhores. Parece normal, mas não é, ver pastores e Bispos acumulando riquezas em meio a tanta gente com fome de pão e de justiça. Podem dizer que é uma grande besteira, mas é isto que vem ao meu coração neste momento: acumular riquezas pode ser uma forma de escapulir da dependência de Deus. Como posso dizer que a presença de Deus é comigo, se fecho os olhos para tanta miséria e me deito em paz com jatinhos, mercedinhos e apartamentos em Miami?

Será que amar é conhecer a existência da miséria e acumular muitos bens para o futuro? Na verdade, eu considero que de tanto pregar que o cristão não precisa viver na pobreza para ser um discípulo de Cristo, os pregadores do meu tempo acabaram acreditando em um sofisma. E se Deus, da mesma forma que respondeu ao mancebo de qualidade, disser: Vai vende tudo que tens, dá aos pobres e, depois, segue-me - farão eles isto?

É por isso que temo acreditar na mensagem desse evangelho de meus dias. Parece tudo bem racionalizado e explicado, mas estou vendo o povo cristão com um rosto triste, apesar de ricos. E esta tristeza bem disfarçada, escondida, desconfio que seja frieza. E esta frieza só acontece quando a voz do Espírito de Deus não está sendo ouvida. Quando o Espírito fala de um jeito e o povo quer escutar outras coisas, o resultado é o vazio, o frio e a tristeza de coração. E a receita para curar isto está em II Crônicas 7:14.

Amar é abrir os olhos para o que está acontecendo com o nosso próximo. E não importa se ele é meu vizinho, colega de trabalho ou se encontra ferido e faminto nas descidas para Jericó. 

Nota: Fiquei por um bom tempo sem ter vontade de escrever. Acho que devagar eu volto