terça-feira, fevereiro 26, 2013

Dia Internacional da Mulher 2013


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DIA INTERNACIONAL DA MULHER 2013


João Cruzué

O mundo muda devagar. Mas muda. O reconhecimento dos mesmos direitos para gêneros diferentes tem evoluído mais nos últimos 90 anos que em qualquer outra época, principalmente no meio da sociedade cristã que veio do judaísmo. Mesmo assim, a cultura preconceituosa latente, da pouca valorização da mulher, dentro dessa sociedade ainda tem muito o que melhorar.

No Brasil já não é mais estranho que uma mulher seja Prefeita, Governadora, Juíza, Ministra ou Presidente. Por outro lado, se for utilizar dados estatísticos para tabular de que sexo é a maioria dos bebês que são abortados e abandonados (pelas próprias mães), você e eu já sabemos a resposta: É do sexo feminino. É uma parte do que eu chamei de cultura preconceituosa latente.

Na Índia existem programas  de políticas públicas do governo cujo objetivo é estimular a mulher a continuar seus estudos depois do casamento. Analisando de perto o problema, entendi que a preocupação é mais econômica do que de valorização. A Economia indiana perde trilhões de rúpias pela falta de graduação das mulheres. Com menos estudos, elas alcançam um menor potencial de produção e consumo - um tropeço formidável  em uma economia de escala global.

Na Arábia Saudita, o berço do Islã onde fica a cidade sagrada de  Meca, a casa de Mohamad, o  Profeta de Alah, a mulher é tão inferior ao homem que não tem ainda o direito de dirigir um carro nas ruas.  Coisa mais comum que acontece, por exemplo, na Cidade de São Paulo.

Por que a Inglaterra e os Estados Unidos prosperaram tanto nos últimos 400 anos? Por que será que o Cristianismo cresceu mais que todas as religiões no mundo? 

Minha resposta ainda não tem base científica, pois não tive tempo para pesquisar, tabular, ensaiar, mas minha intuição me diz que isso foi devido a aceitação crescente da mulher como ser inteligente e do seu papel na sociedade como ser mais sensível, solidário, responsável e comunicativo. Para mim  isto teve, sim,  grande influência econômica.

Agora vamos falar de liderança eclesiástica feminina na Igreja evangélica brasileira. Durante 16 anos frequentei as reuniões de obreiros na Igreja Assembleia de Deus em São Paulo. período de 1988 a 2004, tanto no ministério de Madureira quanto na "Missão". Era apenas um espaço masculino onde nenhuma mulher punha os pés - nem a esposa do Pastor. Pois, de uns sete anos para cá isso mudou. Melhorou. Tornou-se  rotina obreiros (oficiais), suas esposas e líderes femininos fazerem-se presentes, naturalmente, seguindo o costume do que já acontece lá fora há décadas.

Será que a Igreja Evangélica atual esta errando ao outorgar ministério à mulheres? Literalmente, sim. Mas biblicamente, não. Deus colocou um sacerdócio provisório nas mãos da tribo de Levi. Mas Jesus mudou a regra: o Messias era da tribo de Judá.  O Siloh da profecia.

O livro de Hebreus trouxe uma mensagem revolucionária demais para sua época. Registrou uma mudança radical  do Antigo para o novo Testamento. A expiação dos pecados  que era feita pelo sangue de bodes e cordeiros, tinha passado e caducado porque o sangue do Cristo inocente, derramado na cruz do Calvário, alcançou o status de sacrifício definitivo e eterno. A aceitação desta mudança não foi coisa de dias nem de anos, nem de séculos. Até hoje há judeus que não aceitam que Jesus era o Messias profetizado.

Lembro  também  quanto foi a traumática experiência de Paulo para poder enxergar o Cristo que  combatia quando  perseguia os crentes da Igreja recém-nascida.

E Jesus tinha uma cultura muito particular para tratar com as mulheres do seu tempo. Nas muitas vezes que o vemos na Bíblia ele estava sempre "quebrando" os protocolos: Dialogando com a mulher samaritana, abordando a viúva de Nain, Chamando de filha a mulher do fluxo de sangue, libertando a mulher encurvada, perdoando a mulher adúltera, defendendo a ex-prostituta que  lhe enxugava os pés na casa de Simão o fariseu, aparecendo primeiro para  Maria Madalena, ensinando Maria e Marta, as irmãs de Lázaro, provocando a reação da mulher sirofenícia e  passando o destino de sua mãe aos cuidados do evangelista João. Estas coisas não estão por acaso na Bíblia. Mostram que para o Senhor não havia diferença entre gênero humano. Elas dispensam comentários e mostram por isso que Jesus estava muito à frente da cultura machista de sua época.

A crescente aceitação e valorização da mulher no mundo cristão ao longo dos séculos vem, ou pelo menos deve vir, da forma com que Cristo olhava para as mulheres: Como seres humanos iguais e não inferiores aos homens. É isto que penso. Nenhuma outra religião tem valorizado a mulher no mundo tanto quanto o Cristianismo.

A violência contra a mulher está longe de ser resolvida no Brasil. A prostituição infantil aumenta insidiosamente. As delegacias da mulher espalhadas pelo país ainda não são institutos fortes. Os estupros praticados por pais, padrastos, avôs e, pasmem, bisavôs ainda continuam escondidos (e tolerados) debaixo do tapete. E estas coisas acontecem muito porque falta uma consciência cristã dentro dos lares. É preciso de uma mudança endógena, de dentro da fora, feita preventivamente, principalmente nos sermões da Igreja. É contra uma cultura milenar de desvalorização feminina que temos que lutar.

A mulher cresce e se potencializa econômica, social, sentimental e profissionalmente quando a família abre a porta para o Cristo que bate. Que venham dias muito melhores. Eu estou orando e torcendo por isso.

Salve  08 de Março de 2013,  Dia Internacional da  Mulher


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A verdade no contexto do capítulo 08 de São João


"E CONHECEREIS A VERDADE, E ELA VOS LIBERTARÁ"
Foto: João Cruzué
João 8:32

João Cruzué

O diálogo de Jesus com alguns fariseus no templo de Jerusalém, no capítulo 8 de São João, é muito muito esclarecedor. É possível perceber ali que o Espírito que havia em Jesus não comungava com o espírito dos fariseus, pois aquele diálogo foi muito difícil. Durante a conversa, alguns deles creram, mas Jesus olhou para os outros e disse: E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.

Jesus não estava falando com publicanos, nem com samaritanos, nem a gregos. Ele proferira essa palavra para, nada mais nada menos, a elite politico-religiosa de Israel. Foram palavras duras, brandidas contra três pontos: pecado, escravidão e cegueira espiritual.

Fariseus eram homens doutos, nascidos em berço religioso. Ouviam a palavra de Deus desde bebezinhos e a maioria deles tivera grandes rabinos como mestres. E mesmo assim, há um diagnóstico estarrecedor, pois  Jesus de vez em quando chamava alguns deles de filhos do diabo. E era assim, porque tinham um desejo homicida em seus corações.

Quão distanciados de Deus estavam aqueles fariseus. Jesus falou sem reservas que eles eram escravos do pecado, mentirosos, filhos do diabo. Infere-se também no diálogo ríspido que aqueles fariseus eram o grupo que mais resistência oferecia ao ministério do Cristo, e por isso, naturalmente, o diagnóstico estava certo: Se eles faziam oposição cerrada, somente o diabo poderia estar por detrás disso.

A maior prova  aconteceu mais tarde, quando um jovem fariseu chamado Saulo de Tarso fazia ferrenha perseguição aos cristãos para matá-los. Saulo pensava que agradava a Deus, porém, desgraçadamente, não via que seu coração estava sendo manipulado pelo diabo. No encontro que teve com a presença misericordiosa de Deus, literalmente caiu do cavalo, assim como caem os endemoniados.

Os fariseus eram religiosos que pertenciam também a um partido político. No tempo de Jesus eram minoria em um Sinédrio governado por um outro grupo religioso - os saduceus.

Fico imaginando a partir de que momento aqueles fariseus, entendidos em teologia, se tornaram filhos do diabo. Onde foi que erraram e se desviaram? Resposta: Não foi da noite para o dia.

Envolvidos em conchavos e acordos políticos foram descendo de degrau em degrau, de mentira em mentira, de prevaricação em prevaricação, até perderem a presença de Deus. Eles se tornaram assim instrumentos à disposição do diabo. Eram exatamente eles, as pessoas que o diabo manipulava para tentar, ofender com palavras duras: endemoniado e bastardo. E não apenas isso, como também para matá-lo. É só ler o capítulo 08 de João para perceber isto.

Religiosos que deixaram a dedicação ao Ministério (contra a vontade de Deus) para se imiscuirem em outras atividades, políticas por exemplo.  Puseram os interesses pessoais adiante de Deus e enganavam-se a si mesmos na vã suposição de estavam servindo a Deus. Estavam servindo ao diabo e não se apercebiam disso. Cegos.

Não é muito diferente de líderes religiosos de nossa época. Quando os vejo andando com tanta desenvoltura nos meios políticos, sendo bajulados aqui e ali,  eu me pergunto: estarão andando sob a vontade de quem?  Fico assombrado com a quantidade de pastores que estão deixando a frente do curral das ovelhas em busca de emoções menos nobres, seguindo o interesse político de de seus chefes. 

O projeto de  evangelismo da Igreja, não vai bem. Não tenho visto entusiasmo. A vontade do Espírito Santo ainda não mudou. Jesus disse no mesmo capítulo, v. 47, uma receita infalível: Quem é de Deus ouve as palavras de Deus. E os que lhe não lhe dão ouvidos só podem ser:  homens desviados.

Dependendo do momento, é quase imperceptível notar a diferença entre a vontade de Deus, a nossa vontade e a vontade do diabo. Não há como descobrir no "cara ou coroa". Não está escrito na testa, mas no caráter. Algumas coisas dão para perceber: A liderança que estiver sempre na contramão da palavra de Deus. Isto  é um mau sinal.

A Igreja Evangélica de nossos  dias está muito interessada em fazer política secular. Costurando muitos acordos. Fazendo muitos planos. Procurando os pastores mais populares para cooptá-los a ser candidatos a uma vaga promissora, mas  em uma função menor, de um reino corrupto bem menor ainda.

Era dessa mesma forma, que agiam os fariseus e saduceus do início da era cristã. Eles navegam com os pés em dois barcos. Na Igreja e no mundo. E foi assim que eles trocaram a vontade de Deus por interesses pessoais. E com o tempo, passaram a servir o maligno. Foram bem menos resistentes que Jesus diante das insinuantes propostas do diabo na tentação no deserto.

Líderes religiosos escravizados. O pecado trouxe os grilhões de uma corrente cuja ponta estava nas mãos do diabo. Pensavam que poderiam servir a dois senhores ao mesmo tempo, mas tendo  perdido a consciência pura também perderam a visão. Achavam-se livres, mas eram cativos. Caíram quando procuravam estabelecer uma terceira via. Um caminho: nem muito estreito e nem muito largo. Racionalizaram o santo com o profano e "inventaram" a Igreja com um tempero mundano. Que Deus nos guarde.

Foi diante deste contexto que Jesus profetizou em João 8; 32: E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará."




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