domingo, julho 10, 2011

Biografia Dr. Fernando Mauro Pires Rocha

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Biografia não oficial do Médico que deu nome
ao Hospital Municipal do Campo Limpo:

Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro Pires "da" Rocha

João Batista Cruzué

A cultura de um povo se mede pelo respeito à história dos homens e mulheres que se destacaram em suas épocas, contribuindo com suas vidas para que dias melhores surgessem para as gerações futuras. Este é o perfil do Dr. Fernando Mauro Pires Rocha, mineiro de Belo Horizonte, nascido em 22/09/1914 e falecido em 03/08/1985, em São Paulo.

Durante dois anos, procurei saber quem era Dr. Fernando Mauro Pires Rocha, o médico que deu nome ao Hospital Municipal do Campo Limpo, local onde trabalhei até 2009. Não havia nenhuma memória até 2005; nos meios administrativos do Hospital ninguém sabia quem era. Muito menos na internet. Então a partir dessa época começou a surgir algumas referências publicadas no Google. Valeu a pena persistir,finalmente em 2006, tivemos a oportunidade de saber ele tinha um filho de mesmo nome, médico, quetrabalhava no Hospital Alvorada, em Indianópolis. Após um contato com a Administração da Casa, cheguei até Dª Maria Helena, filha do ilustre médico biografado: Dr. Fernando Mauro Pires Rocha.

Agendamos uma entrevista, no próprio Hospital Alvorada, que fica na Avenida Ibirapuera. Lá fomos surpreendidos com a beleza da história e do carisma deste médico. Dedico esta biografia, não oficial, aos meus colegas de trabalho da ex-Autarquia Hospitalar Municipal do Campo Limpo (jul/2003 a fev/2009) e a todos que ainda não sabem porque aquele Hospital traz o nome de Hospital Dr. Fernando Mauro Pires Rocha. Faltou a foto. Infelizmente a Assembleia Legislativa do Estado mais rico deste país ainda não está organizada o bastante para disponibilizar um arquivo digital das fotos dos homens que fizeram a sua História.

Quanto ao meu interesse em divulgar estes dados históricos veio da minha admiração pela completa falta de memória (mesmo recente) existente nos meios administrativos das instituições públicas paulistas. Nosso trabalho não está autorizado. para cópia. Se houver interesse em utilizá-lo, que seja mediante solicitação por escrito.

BIOGRAFIA

O jovem Fernando formou-se em Medicina, em 1939, na UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais. Nascido de uma família de 13 filhos e poucos recursos, conta-se que chegou a tomar emprestado alguns livros de medicina dos colegas para concluir sua carreira.

Aos 25 anos decidiu fazer uma viagem até o Paraná. E quando o trem chegou na cidade de Marília-SP,ele parou para visitar uma irmã recém-casada. Ali, por influência de um médico local, deixou de seguir viagem e adotou a cidade do interiro paulista como seu novo lar.

Foi em Marília que montou um pequeno e modesto consultório. Conheceu e se casou com a jovem Maria de Lourdes Carvalho Rocha (ainda viva em 2005) com quem teve seis filhos: Maria Helena, Fernando Mauro, Germano de Carvalho, Carlos Alberto, Paulo Cesar e Antonio Carlos.

Dr. Fernando tinha um carisma e personalidade muito fortes. Tornou-se um grande e respeitado médico na Região Mariliense. Tempos adiante foi médico da família do Ex-Prefeito Jânio Quadros e de sua esposa - Dª Eloá.

Não tinha hora para exercer a Medicina: estava sempre pronto a atender aos chamados de quem precisasse. Clinicava também, gratuitamente, para quem não tinha recursos. Era admirado pelos mais humildes. Fundou a Associação Paulista de Medicina da Região de Marília e sempre estava presente nas atividades sociais e beneficentes do lugar. Foi Por isso que a sociedade Mariliense o incentivou a representá-la na esfera política.

Primeiro como vereador, de 1956 a 1959. Depois foi escolhido Presidente da Câmara de Vereadores, para o biênio 1958-1959. Por quatro vezes foi eleito deputado estadual:
1959-1963, com 10.997 votos, pelo PDC;
1963-1967, com 9.435 votos, pelo PDC;
1967-1971, com 11.498 votos, pelo MDB;
1983-1987, com 28.383 votos, pelo PTB.

Arquivo da ALESP

Teve seu mandato cassado pela ditadura militar em 29/04/1969, nos termos do art. 4º do famigerado Ato Institucional nº 5 de 1968.

Foi perseguido e preso na Base Aérea de Cumbica por mais de uma semana.

Perdeu seus direitos políticos por 10 anos: de 1969 a 1979.

Quando veio morar em São Paulo, em seu primeiro mandato, como deputado estadual, não abandonou a medicina. Dizia aos amigos que: "Nasci médico, não nasci deputado". Trabalhava das 6:30 até certa hora da manhã em uma clínica de particulares, depois da manhã até às duas da tarde em seu consultório na Liberdade, à tarde ia para a Assembléia Legislativa, no Parque Dom Pedro.

Mas não abandonou seus clientes nem os amigos de Marília. Embarcava toda sexta- feira no trem "noturno" para chegar pela manhã naquela cidade. Atendia pacientes no sábado e domingo e, à noite, retornava. Segunda-feira de manhã bem cedo ele já estava de novo em São Paulo, na clínica onde prestava serviços.

Metódico, franco, responsável, agradecido, dedicado às pessoas e coerente com suas convicções. Na política tinha um posicionamento social, de centro para a esquerda.

A ditadura tirou-lhe parte da alma. Tirou-lhe a honra, para quem conhecia perfeitamente o significado da expressão: "direitos civis". Foram longos os 10 anos de mordaça política. Depois disso, Marília o elegeu mais uma vez, em 1982, para seu último mandato.

Dona Helena nos contou que, em 1983, no momento da posse, ao chegar à rampa do Palácio da Assembléia Legislativa, os antigos funcionários da casa desceram para recepcioná-lo. Foi naquele dia que ele, junto com todos os amigos se emocionaram muito, pelo resgate da sua honra ao recuperar os direitos civis que a ditadura militar NOJENTA tinha lhe roubado.

Durante os anos que ficara sem os direitos políticos, dedicou-se, com outros amigos médicos, a continuação de um projeto nascido de um pequeno pronto socorro: o desenvolvimento do Hospital Alvorada, da Sociedade Alvorada, culminando mais tarde na "Rede Medial de Saúde". Ele foi diretor presidente, ao longo do tempo, de todas essas instituições.

Atuou desde 1940 em ginecologia e clínica geral. Como político sempre participou das comissões ligadas à Saúde. A coroa de seu trabalho, da qual se sentia realizado, foi um projeto de sua autoria, convertido na lei estadual nº 3.914, de seis de abril de 1984, que desde aquela época obriga todas as maternidades e hospitais do Estado de São Paulo, públicos e privados, a realizar o exame preventivo de dois tipos de deficiências mentais: a fenilcetonúria (teste do pezinho) e o hipotiroidismo.

Na época, o governador Franco Montoro decidira pelo veto à aprovação da lei. Sua assessoria receava que isto traria aumento de gastos para o tesouro. Mas em um discurso emocionado feito na tribuna da Casa Legislativa Estadual, Dr. Fernando foi incisivo defendendo com bravura a conversão do projeto em lei, pois era um médico experiente e sabia do que estava dizendo.

O veto do governador Montoro foi quebrado. Derrubado. E para esclarecimento geral, a Lei do teste do "pezinho" tem as digitais do Dr. Fernando Mauro Pires Rocha. Da esfera estadual, o teste do "pezinho" também foi instituído por lei federal.

O Hospital Municipal do Campo Limpo, por decreto do Prefeito Janio da Silva Quadros, recebeu em 1988 o nome de "HOSPITAL DR. FERNANDO MAURO PIRES ROCHA". Uma homenagem justa, merecida, e adequada para a um homem público cujas realizações, tanto no campo da política quanto da medicina, repercutiram e iluminaram o futuro.

Fim.
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Agradecimentos: A grandes servidores da Instituição do Hospital do Campo Limpo. que sempre foram além do possível, prestando um serviço com qualidade, responsabilidade e discrição - em meio a muitos que não se deram tanto.

É com muito orgulho que cito seus nomes: Sr. Antônio da Gasoterapia, Dª Maisa Isabel Aquino do DepartamentoFinanceiro, Dr. Fukuda da Ortopedia, Drª Cheng da área de atendimento infantil, Do mestre Cristovão do antigo depto de compras, de Dª Maria Antônia da Copa, Da Luciana Mello, do David, Pedroca e Rildo do D.Pessoal, do Alexandre e do Bruce do Almoxarifado, do Sr. Giberto (Seu Giba) da contabilidadade. Todos com muitos anos de serviço a casa. Não podemos deixar de mencionar duas pessoas que foram muito especiais para aquela Autarquia: Drª Susana Rosa e Dr. Ricardo Wady Gebrin a primeira e o último superintendentes.


Autoria: João Batista Cruzué

Agradecimentos: Dra. Maria Helena - Filha do Homenageado

SP-22/02/2006 - Revisão em 10/07/2011



NOTAS:

1) Comentário recebido hoje:

"Tive a oportunidade de conhecer Dr. Fernando Mauro, sempre disposto, salvou a vida de minha mãe, isso a +/- 38 anos. Que Deus o tenha." (Anônimo)

2) Falta a foto digital do Médico. Aceito uma para completar meu trabalho



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sábado, julho 09, 2011

Café com Jesus 9




"Sobre tudo o que deve guardar, guarda o teu coração."


João Cruzué

Somos muito influenciáveis. Um pouco de muitos e não nos damos conta de que velejamos por uma corrente que pode chegar onde não imaginamos. Esta geração é caracterizada pela liberdade de opinião e pela velocidade das mudanças como torrentes e grandes ondas de incertezas e medo metamorfoseado. O que nós somos? O que nós fomos? Podemos ser felizes?

A cruz é inevitável. Os mal-entendidos também. A falta de planos, os planos utópicos, as coisas que não são mais possíveis de consertar. Não há como voltar no passado, pois não existe máquina do tempo nenhuma. A única máquina que existe são nossos sonhos e imaginação que pode voltar ou avançar dentro de nossos pensamentos.

Podemos ser felizes? Como cristão, meu conceito de felicidade passa por Jesus Cristo, pelo Espírito Santo de Deus... e os vários atos protagonizados pelos personagens bíblicos. Felicidade para mim é poder estar envolvido com alguma coisa relacionada com atividades cristãs.

Eu me lembro de quando andei por um deserto de onze anos de desemprego e naveguei por uma crise de privações. E no final dela fui recolher literatura usada para mandar para a igreja do cárcere nas prisões do estado de São Paulo. Tínhamos muita falta de coisas comuns em casa, mas eu me sentia muito alegre com a missão que estava tocando. Eu tinha certeza de que aquilo era um presente de Deus para que fizesse. E quando eu estava fazendo aquilo que o Espírito de Deus queria que eu fizesse, sua alegria era a minha força.

Não há perfeita felicidade nem alegria duradoura no coração de uma pessoa se ela não estiver envolvida com alguma ação de amor ao próximo. Nós viemos ao mundo para ser a expressão do amor de Deus. A pessoa certa, no momento certo, para levar uma palavra, um livro, um gesto, um moeda, um agasalho, um sorriso, um copo de água para alguém com uma necessidade ou um coração quebrantado. Deus existe, porque seus filhos adotivos são a única prova de sua existência. O amor existe, então existe Deus.

Vejo, leio, e sinto muita frustração, decepção e tristeza ao meu redor. Eu não posso deixar de notá-las. Corações quebrantados. Mas mesmo com um coração quebrantado, você pode dar. E Paulo citou o Senhor Jesus Cristo: "Melhor coisa é dar, do que receber".

Quando o profeta perguntou: O que tens em tua casa? A viúva respondeu: Nada! a não ser um botija com um pouco de azeite. Por mais necessitado que alguém esteja, há sempre algo que ela tem para dar. Entretanto, é muito mais fácil e coerente ser mesquinho. Não é dar toda fortuna ou uma contribuição substantiva que traz a felicidade. Se assim fosse, só os abastados seriam alegres. Mas longe disso - eles não o são.

O que conta é dar quando é preciso dar. Dizer algo quando é preciso dizer. Ir aonde é preciso chegar. Deus é muito detalhista em seus planos. E para estar no tempo e lugares certos, é preciso primeiro conhecer a Deus - e ser conhecido dele. Há uma multiplicidade de caminhos, escolhas, filosofias, escritores e artistas. Você pode ser qualquer um, mas vai descobrir depois de algum tempo que não será feliz.

É preciso ter Cristo dentro do Coração. Ele mesmo disse em Apocalipse: Eis que estou a porta, e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei e ele comigo. A porta é seu coração; o seu eu.

Hoje mesmo, vá a uma Igreja Evangélica, a mais próxima de sua casa. Se você quer trocar seu quebrantamento, seus fracassos por algo que lhe traga valor e alegria de viver: aceite Jesus como Senhor do seu eu. Foi assim que fiz aos 18 anos. Hoje tenho 55. Não posso dizer todos meus dias foram felizes, mas que quando estive ou estou fazendo algo pelo próximo no tempo e lugares certos, uma onda de felicidade passa pelo meu coração, e eu costumo molhar os olhos.

E se você já fez um concerto com Cristo, mas estranhamente tem se sentido seco, vazio, distante, faça uma análise. Com quem tem andado? Tem sido muito crítico? Está envolvido com alguma coisa constante que tem levado amor ao próximo ou não tem tido oportunidade para isso? Descubra sua real condição e faça planos para se envolver. Ser a pessoa certa na hora certa para levar conforto, fé, até uma oração para quem esteja em grande tristeza. Mostre que Deus existe, se colocando como instrumento do amor Dele. Não pode haver alegria sem envolvimento com ações cristãs. E - principalmente - somente com aquelas que a voz do Espírito Santo soar claramente dentro do seu espírito. Fazer coisas fora da vontade do Senhor é tão nocivo - ou mais - que ser omisso. Planeje, pense, sonhe, envolva-se no rio da vontade de Deus.

Não de tristeza. Mas pela oportunidade de sentir a presença de Deus. E isso não acontece quando você está envolvido com coisas egoístas e agindo com mesquinhez.

Que bom que você tomou este cafezinho conosco. Jesus esteve presente durante este tempo.

A paz de Cristo,


João.



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