quarta-feira, maio 04, 2011

Que dureza!

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João Cruzué

O vereador de Anápolis-GO, Valmir Jacinto da Silva, conclamou de forma solene o plenário da Câmara local para que se pusesse de pé, para homenagear com um minuto de silêncio, a morte do "companheiro" bin Laden.

Que coisa heim?





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terça-feira, maio 03, 2011

Biografia de Osama bin Ladem




.De João Cruzué:

Antes de fazer a leitura deste post, gostaria que soubesse meu propósito com ele. Ao traduzir a biografia de bin Laden eu queria saber como foi que um rapaz tímido, de família numerosa, e abastatada teve uma mudança de mente tão brutal. Ao longo da tradução percebi que ele escolheu pessoas erradas para cuidar da sua vida espiritual. Primeiro se encantou com um professor de sua faculdade, um teólogo palestino do Islã. Depois, se apegou às ideias de um médico egípcio (hoje o número 1 da al-Qaeda). Estes mentores eram da ala radical do Islã conhecida como Irmandade Muçulmana. Em uma primeira pesquisa, ainda por comprovar, ouvi que as comunidades radicais muçulmanas criam cerca de 900 sites de doutrinamento (e recrutamento) por ano.



Telegraph.com.uk

Tradução de João Cruzué

Osama bin Ladem, 54 anos, morto hoje, dia 02 de maio 2011, no Paquistão por um grupo de elite da marinha americana, era o terrorista internacional mais procurado e o arquiteto presumido do evento chocante de 11 de setembro de 2001, quando dois jatos foram arremetidos contra as torres gêmeas do World Trade Center em Nova York matando cerca de 3.000 inocentes.

Bin Laden tornou-se depois disso no ícone antiocidental da militância islâmica radical. Mas nem sempre ele foi visto como um inimigo do Ocidente. Durante a guerra do Afeganistão contra a União Soviética, ele e seus aliados, os Mujaidines, foram reconhecidos como defensores da liberdade contra a opressão comunista.

Sua organização, al-Qaeda, [a Base] era formada de militantes islâmicos independentes e grupos jihadistas que naqueles dias de conflito formaram uma coalizão que inicialmente tinha como objetivo fomentar uma guerra santa contra os maometanos dentro dos países muçulmanos considerados "descrentes".

Até Bin Laden aparecer em cena, as redes terroristas eram operadas, geralmente, por "países fora da lei" como o Iraque, Líbia ou eram agentes desses estados.

A organização de Bin Laden foi a mais mortífera, pois seguiu a sua própria agenda fanática enquanto compartilhava sua capacidade de operar equipamentos mortais aos países patrocinadores

O objetivo inicial de Bin Laden era transformar todas as terras muçulmanas e os lugares sagrados em um "califado" sob a estrita lei islâmica, e na década de 1990, extremistas treinados nos campos da Al-Qaeda tornaram-se um facor de desestabilização no Oriente Médio.

Na Argélia, liderou o Grupo Islâmico Armado na terrível guerra civil que eclodiu em 1992. No Egito, liderou a luta para derrubar o governo de Hosni Mubarak apoiado pelos EUA, e estiveram por trás do massacre de turistas em Luxor em 1997.

Eles lutaram na Bósnia, Chechênia, Tadjiquistão, Caxemira e até nas Filipinas.

O caminho para a 9 de setembro começou em 1990 quando uma força de 800 mil soldados liderada pelos Estados Unidos, chegou à Arábia Saudita após a invasão do Kuwait pelo ditador iraquiano Saddam Hussein. Para Bin Laden, a presença da América representava uma violação dos mais sagrados santuários do Islã e da prova da corrupção irremediável do regente da dinastia Al Saud.

Como consequência, ele prometeu "libertar os Lugares Santos", em uma jihad (guerra santa) contra a superpotência norte-americana e seus acólitos na região.

Na corrida até 11/09, os terroristas da Al-Qaeda foram responsabilizados por uma série de ataques contra alvos norte-americanos, incluindo o assassinato, em 1996, de 19 soldados americanos em Riyadh, Arábia Saudita, os ataques, em 1998, das embaixadas americanas no Quênia e Tanzânia, que mataram mais de 250 pessoas e feriram mais de 5.500, e em 2000 o torpedeamento do destróier da Marinha US Cole durante uma breve parada para reabastecimento no Aden, que matou 17 militares dos EUA.

Não havia nada de inevitável em 11/09. Ataques anteriores da Al-Qaeda haviam deixado um rastro de pistas que poderiam ter sido seguidas - mas não foram

A história de Osama bin Laden é também uma história da burocracia idiota dos serviços de inteligência americanos, um erro tático de cálculo e o mais retumbante fracasso político da administração americana.

Osama bin Mohammed bin Laden nasceu em Riyadh, Arábia Saudita, em 10 de março de 1957. Seu pai, Mohammed bin Awad bin Laden, começou como um trabalhador analfabeto das docas no Iêmen antes de comprar uma passagem em uma caravana de camelos para o recém-criado Reino da Arábia Saudita.

Lá ele trabalhou como porteiro, poupou dinheiro, e em 1931 fundou sua própria empresa de construção civil. Durante a década de 1950 ele subcontratou outros empreiteiros para trabalhar nos palácios do rei Abdel-Aziz al Saud.

Tornou-se íntimo do rei, que lhe concedeu um contrato de exclusividade para transformar Meca e Medina, e (pelo menos em teoria) o Domo da Rocha em Jerusalém. Ele também tornou-se próximo ao príncipe Faisal, que iria substituir Abdel-Aziz no trono em 1964.

Como resultado, Mohammed e sua família se tornou muito rica mesmo para os padrões da Arábia Saudita, e a construtora da família abriu negócios e subsidiárias em todo o Oriente Médio, muitas vezes forjados por laços de casamento.

Mohammed teve um total de 22 mulheres. Quatro de cada vez, por causa da lei do divórcio. Osama (que significa "leão" em árabe) foi o 17º dos 52 ou 53 filhos de Mohammed. Sua mãe, nascida na Síria, chamava-se Alia Ghanem, era a 10ª esposa de Mohammed e a menos favorecida de suas quatro esposas na época (uma reivindicação reforçada na época pelo fato de que Osama era seu filho único).

Dizem que Osama se ressentia de viver à sombra de seus meio-irmãos e de ser chamado por alguns de seus parentes como " o filho da escrava".

Quando ele tinha quatro ou cinco anos seu pai se divorciou de sua mãe e a deu a um dos executivos de sua companhia, Mohammad al-Attas, com quem ela teve vários outros filhos.

Logo depois, Mohammed Bin Laden morreu em um acidente de avião a poucos dias de se casar com a 23ª esposa. Seus bens passaram para seus filhos sob a forma de ações da empresa da família.

As estimativas da parte que coube a Osama foi de 35 milhões de dólares (o valor indicado por fontes próximas à família) para US$250 milhões, conforme afirmaram as autoridades norte-americanas em 1991. Enquanto a maioria dos irmãos de Osama foram enviados ao Líbano para serem educados, Osama permaneceu em Jeddah e se matriculou na al-Thager, a melhor escola da cidade.

Ele era tímido, imaturo e pouco brilhante, mas com a idade de 14 parece ter experimentado algum tipo de despertamento religioso, possivelmente influenciado por um professor de ginástica sírio carismático que pertencia à Irmandade Muçulmana.

Como resultado, ele parou de assistir os filmes ocidentais que tanto gostava e se recusou a vestir de maneira ocidental fora da escola. Seus pontos de vista religiosos foram endurecidos na Universidade King Abdel Aziz University, em Jeddah, onde estudou Economia e Administração Pública no final dos 70s.

Zawahiri tinha se mudado para Peshawar, depois de passar vários anos em uma prisão do Cairo, de onde ele surgiu amargurado, determinado e sem dinheiro. Bin Laden era exatamente o que estava procurando. O principal obstáculo às ambições de Zawahiri foi Azzam, o mentor espiritual de bin Laden. Ao contrário dos outros voluntários árabes, Zawahiri não se aproximou de Azzam, quando ele chegou ao Afeganistão.

Desde o início, concentrou seus esforços para ficar perto de Bin Laden. Ele logo conseguiu colocar membros de confiança da Jihad Islâmica em posições chave na comitiva de Bin Laden, enquanto ia se tornando cada dia mais indispensável

Bin Laden sofria de pressão arterial baixa, Zawahiri forneceu-lhe os cuidados médicos pessoais. A ruptura definitiva de Bin Laden com Azzam aconteceu quando entraram em uma disputa sobre o âmbito da jihad. Sob influência de Zawahiri bin Laden previa uma legião pan-árabe, que acabaria por jihad na Arábia Saudita e Egito. Azzam tinah forte oposição em fazer a guerra contra outros muçulmanos, o que limita as suas ambições para expulsar os soviéticos do Afeganistão.

Em 24 de novembro de 1989, Azzam e dois de seus filhos foram mortos em um carro-bomba quando se dirigiam a uma mesquita em Peshawar. Há suspeitas de que Bin Laden ou Zawahiri ordenou o atentado, embora nunca houve nenhuma prova definitiva.


Em Março de 1989 as forças de bin Laden estiveram implicadas no cerco de Jalalabad, um episódio marcado como o começo do colapso do governo Marxista afegão depois da retirada soviética.

Quando o cerco entrou em vigor, as forças do governo em Jalalabad começaram a negociar os termos da rendição com os Mujaidines afegãos nativos. As negociações foram suspensas, contudo, quando os seguidores de bin Laden executaram aproximadamente 60 comunistas que se renderam, cortando seus cadáveres em pequenas partes pendurados atrás de um caminhão rodando pela cidade.

Apesar dos pedidos de desculpas e garantias da segurança dos líderes da resistência afegã, os comunistas suspenderam negociações, romperam o cerco e conquistaram a primeira vitória do governo principal em anos. Agradecimentos basicamente para bin Laden, os comunistas renovaram a sua determinação de lutar em, e o governo sobreviveu por mais três anos.

Esperando explorar sua celebridade, ele se aproximou do Príncipe Turki Al Faisal, que logo seria acabeça da Inteligência Saudita, com um plano para derrubar o regime Marxista no Iêmen. O governo saudita recusou-se e foi importunado bastante para tomar o passaporte de bin Laden. Mas ele se tornou aliado da América na Guerra de Golfo, o que converteu bin Laden em um implacável implacável da família real saudita.

Os sauditas não estavam dispostos a tolerar suas chamadas à insurreição, e rapidamente atuaram contra ele. Em 1991 ele foi expulso do país, e em 1994 a sua cidadania foi revogada “por comportamento irresponsável”.

Juntamente com sua família e um grande grupo de seguidores, bin Laden mudou-se para Kartum no Sudão, onde ele se juntou a Zawahiri e os seus seguidores na Guerra Santa dos Maometanos Islâmicos. O regime Islamâmico sudanês de bin Laden considerava al-Turabi Hassan como uma dádiva de Deus. Ele começou a construir caminhos, pelas quais ele foi pago com fazendas e fábricas, que deram emprego aos Mujaidines desempregados. Ele cultivou amendoins e melancias; e importou caminhões da Rússia, bicicletas da Azerbeijão e couro do mercado de luxo italiano.

No início dos anos 90s os combatentes treinados pela al-Qaeda estiveram implicados em um número de ataques ao redor do mundo, inclusive no bombardeio de World Trade Center de 1993. Mas em meados dos anos 1990 muito pouco se sabia deles; houve uma série de altas perda de lucros e, como a maior parte dos seus empreendimentos de negócios dinheiro faliu, e pela primeira vez na sua vida bin Laden se viu sem dinheiro.

Embora seu ódio a América tivesse diminuído, ele frequentemente dizia aos amigos que estava pensando em desistir da al-Qaeda para se tornar agricultor.

Os assuntos foram tomados de suas mãos por Zawahiri, que vinha usando o Sudão com base para lançar ataques contra alvos egípcios ao redor do mundo. Isto trouxe a um pouco de discórdia sobre prioridades. Bin Laden, segundo notícias, não aprovou o bombardeio suicida de Jihad contra os mulçulmanos em 1995 na embaixada egípcia de Islamabade, que matou 17 pessoas e feriu outras 60, temendo as conseqüências políticas. Ele tinha razão em se preocupar.

O ataque causou ultraje em todas as partes do mundo muçulmano, e consequentemente as autoridades sudanesas sofreram pressões tanto saudita quanto americana para que expulsassem os dois homens e seus seguidores.




Vou traduzir as 07 páginas deste texto ao longo da semana

João.