sábado, agosto 21, 2010

Os frutos da omissão

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João Cruzué

É cômodo ficar em silêncio diante de algumas situações que nos deparamos em casa no dia a dia. Situações em que ficar calado não vai irritar ou aborrecer alguém - um filho - que deveria ser confrontado, admoestado, aconselhado. Eu desejo expor alguma realidade sobre filhos como: a partir de que momento vamos começar a perceber que a cultura enraizada neles, fugiu aos padrões que nos propusemos a investir em suas pessoas. Isso é bem interessante e também desconcertante.

O que você vai fazer quando descobrir, um dia on futuro, que seu filho (ou filha) é uma pessoa totalmente desprovida de solidariedade, de amor para com você e com os outros? Que não se importa nem um pouco com seus esforços cotidianos e até sobrehumanos para trazer as contas em dia, a casa limpa , a comida na mesa, a roupa passada. Que não se importa se você está com problemas de saúde, e até acha que você é uma máquina de trabalhar, um/a serviçal do lar, um súdito do reino do egoísmo.

Isso é muito mais frequente do que pensamos.

Como este espaço é dedicado a leitores cristãos, não se aborreça com minhas palavras, pois é dentro desta idiossincrasia que estou analisando e escrevendo. Adiante.

Muitos cristãos reclamam, que Deus não costuma ouvir suas orações. Ao ponto de, às vezes, ter dúvidas de sua existência. Mas Deus estabeleceu princípios pétreos para a família e outras organizações humanos. E um deles é o princípio da autoridade. Uma autoridade, seja familiar, política ou religiosa, deve ser respeitada e honrada - e n q u a n t o - atua legitimamente dentro dos limites do respeito e da ética estabelecida. Deus fala de várias maneiras. Fala pela boca dos pais, dos amigos, dos mestres, dos pastores, dos padres... O problema não está no "silêncio" de Deus, mas nos ouvidos surdos de quem NÃO quer mais ouvir.

Há uns 15 anos meu sogro trouxe-nos da Região do Vale do Ribeiro, Sul do Estado de São Paulo muitas jabuticabas. Jabuticabas enormes, cuja espécie não é "sabará". E fiz mudas com as sementes das maiores frutas. E plantei algumas no sítio da família. O curioso, é que 15 anos depois, nenhuma delas frutificou. Durante esse tempo, o que pude observar de diferente era que as formigas e os marimbondos revezaram-se na destruição das folhas novas que surgiam por ocasião do início da primavera.

Apesar de que há poucos que desejam escutar estamos diante de uma questão: será que se DEIXARMOS de importunar nossos filhos, EVITAR aborrecê-los com nossas palavras não estamos passando o (mau) exemplo da OMISSÃO? Se mesmo importunando, aborrecendo, corrigindo, já é difícil notar algum fruto, que dirá se nada dissermos?

De uma coisa, tenho certeza: Deus está conosco quando repreendemos com veemência e autoridade as más ações de nossos filhos. Isso pode ser verificado na Bíblia. Em uma das suas passagens vemos que o velho Isaque amava mais a Esaú do que a Jacó Esaú era profano, mulherengo, fornicário, mas o pai estava cego e não via ou não queria ver.

Em outra passagem bíblica, no começo do 1º Livro de Samuel, os filhos do sacerdote Ele cometiam os piores pecados, e até se prostituíam na porta do ambiente sagrado, mas tudo o que Eli dizia era apenas: estou ouvindo as pessoas dizendo a má fama de vocês. Apenas isso.

E foi pela omissão de Isaque e de Eli que os filhos vieram a ser bem menos do que poderiam ser. Eles não foram confrontados. Eles não foram repreendidos com aspereza. E deu no que deu.

Eu fico imaginando: aquelo filho, aquela filha que você cuidou com tanto carinho, com tanto zelo, por que na idade adulta veio a se revelar uma pessoa mesquinha, egoísta, insensível, má se recebeu tanto... Onde foi parar esse "tanto"? E agora - não há como voltar no tempo para corrigir a partir do momento que o mal apareceu.

Eu sei que é muito difícil ser franco, falar a verdade no tempo e momentos certos. Mas eu sei também, que muitos pais vão ficar com o semblante triste pela vida toda, porque preferiram ficar em silêncio quando deviam ter importunado, aborrecido os filhos.

Se nossos filhos não são solidários, vamos admoestá-los, importuná-los. Se eles sujam a casa toda e cozinha para que uma mãe, doente e cansada limpe, reclame, confronte, repreenda! Se ele ou ela não sabe usar as finanças que tem, aconselhe, avise. Se eles gostam de andar com más companhias, sair e chegar a hora que quiserem, fale, reclame, mostre seu aborrecimento.

Não se omita. Não se apequene diante do tamanho deles.

Porque se fizer assim, quando os dias maus chegarem, você vai se olhar diante do espelho um rosto já marcado por rugas e experiências e vai poder dizer: Senhor, graças eu te dou porque mesmo depois de velho, conservo a alegria do teu Espírito Santo na minha vida.

Eu tenho visto tantos pais tristes...


Sorocaba - 21.08.2010










Vigência do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa



João Cruzué/Blog Olhar Cristão
INFORMAÇÕES:

Aprovação: 12 de outubro de 1990.

Assinatura: 16 de dezembro de 1990.

Início (opcional) da vigência no Brasil: a partir de 1º de janeiro de 2009.

Início da vigência obrigatória: a partir de 1º de janeiro de 2013.


"Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa"
(Texto original)

Lisboa, 14, 15 e 16 de dezembro de 1990.

"Considerando que o projecto de texto de ortografia unificada de língua portuguesa aprovado em Lisboa, em 12 de outubro de 1990, pela Academia das Ciências de Lisboa, Academia Brasileira de Letras e delegações de Angola, Cabo Verde, Guiné -Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, com a adesão da delegação de observadores da Galiza, constitui um passo importante para a defesa da unidade essencial da língua portuguesa e para o seu prestígio internacional,

Considerando que o texto do acordo que ora se aprova resulta de um aprofundado debate nos Países Signatários, a República Popular de Angola, a República Federativa do Brasil, a República de Cabo Verde, a República da Guiné -Bissau, a República de Moçambique, a República Portuguesa e a República Democrática de São Tomé e Príncipe,

Acordam no seguinte:

Artigo 1o – É aprovado o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que consta como anexo I ao presente instrumento de aprovação, sob a designação de Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990) e vai acompanhado da respectiva nota explicativa, que consta como anexo II ao mesmo instrumento de aprovação, sob a designação de Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990).

Artigo 2o – Os Estados signatários tomarão, através das instituições e órgãos competentes, as providências necessárias com vista à elaboração, até 1o de janeiro de 1993, de um vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa, tão completo quanto desejável e tão normalizador quanto possível, no que se refere às terminologias científicas e técnicas.

Artigo 3o – O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrará em vigor em 1o de Janeiro de 1994, após depositados os instrumentos de ratifi cação de todos os Estados junto do Governo da República Portuguesa.

Artigo 4o – Os Estados signatários adoptarão as medidas que entenderem adequadas ao efectivo respeito da data da entrada em vigor estabelecida no artigo 3o. Em fé do que, os abaixo assinados, devidamente credenciados para o efeito, aprovam o presente acordo, redigido em língua portuguesa, em sete exemplares, todos igualmente autênticos.

Assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990.

PELA REPÚBLICA POPULAR DE ANGOLA,
José Mateus de Adelino Peixoto, Secretário de Estado da Cultura.

PELA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL,
Carlos Alberto Gomes Chiarelli, Ministro da Educação.

PELA REPÚBLICA DE CABO VERDE,
David Hopffer Almada, Ministro da Informação, Cultura e Desportos.

PELA REPÚBLICA DA GUINÉ -BISSAU,
Alexandre Brito Ribeiro Furtado, Secretário de Estado da Cultura.

PELA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE,
Luís Bernardo Honwana, Ministro da Cultura.

PELA REPÚBLICA PORTUGUESA,
Pedro Miguel de Santana Lopes, Secretário de Estado da Cultura.

PELA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE,
Lígia Silva Graça do Espírito Santo Costa, Ministra da Educação e Cultura."




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