domingo, julho 04, 2010

A chegada do Pentecostes ao Japão



Assembleias de Deus do Japão
Nihon Assenburiizu obu Goddo Kyodan

Do Pentecoste ao período da II Guerra.


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ADJ - Tokyo

As Assembleias de Deus estão oficialmente no Japão desde 1913; este é seu portal digital com endereços de 200 igrejas. Ao procurar sua história, deparamos com um excelente artigo acadêmico publicado em inglês por Masakazu Suzuki. Demandou três dias a tradução com conclusão prevista e realizada no feriado de carnaval de 2008. Enquanto o mundo sambava, traduzimos um arquivo de 29 páginas, contendo parte substancial dos primórdios do pentecoste no Japão, para homenagear a comunidade evangélica japonesa e o Centenário de sua imigração para o Brasil comemorado em 2008. Agradeço a gentileza do Pastor Masakazu Suzuki, em ter concordado com a tradução de seu texto, publicado pelo Seminário assembleiano Ásia Pacífico com sede nas Filipinas. João Cruzué


"UM NOVO OLHAR NA HISTÓRIA DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS
PERÍODO ANTERIOR À SEGUNDA GUERRA MUNDIAL"


AUTOR: MASAKAZU SUZUKI

Tradução: João Cruzué

1. INTRODUÇÃO

"Existem dois livros publicados sobre a historia das JAG-Assembleias de Deus do Japão. Um foi escrito em comemoração ao 30º ano da fundação do grupo e o outro por ocasião do seu Jubileu de Ouro. A descrição do segundo livro é quase a mesma do primeiro. Ao ler os dois tive a impressão de que alguma coisa estava incompleta, pois havia ambiguidade neles; parecia como se alguma coisa a mais estava faltando do apenas detalhes. Em resposta, com minha pesquisa esperava conseguir um pouco mais de clareza nessa história. Mas fiquei perplexo ao encontrar outros incidentes significativos, os quais na verdade aconteceram mas foram completamente excluídos dos dois livros de história publicados pela JAG.

O propósito deste artigo é oferecer um esboço sobre os missionários do Pentecoste a fim de examinar a historiografia das JAG - Assembleias de Deus do Japão e propor uma estrutura para o período histórico do pré-guerra o qual poderá ser usado como ajuda para entender nosso exame futuro desta história.

Veja o texto integral aqui: O Japão para Jesus


cruzue@gmail.com

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A origem do Cristianismo do Japão

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Monte Fuji
João Cruzué

O cristianismo chegou ao Japão em meados do século XVI, levado pelos ventos que impulsionavam as caravelas portuguesas pela rota das Índias. Em 1542, uma nau de comerciantes portugueses aportou na Ilha de Kyushu , levando armas de fogo, entre as mercadorias e padres missionários jesuitas. Sessenta anos mais tarde, o cristianismo já estava disseminado no campo e até no meio das famílias próximas dos Shoguns. Assustados, decidiram limitá-lo. Não conseguindo, partiram para o extermínio. Cem anos depois, o cristianismo estava praticamente banido pelas armas do shogunato Tokugawa. Duzentos anos se passaram. A partir de meados do século XIX, a era dos shoguns chegou a o fim através da Revolução Meiji. E o Cristianismo voltou a florescer no Japão com a força dos missionários do Ocidente.

O Shogum,
(sho = comandante, general, + gun= exército, tropas, militar) o senhor feudal japonês, deu as boas-vindas ao comércio exterior e aceitou os missionários católicos, fascinado apenas pelas armas. Diante das demonstração do fogo das armas municiadas à polvora, eles concluiram que o dai-shô (a katana e a wakizashi), o conjunto de espadas longa e curta dos samurais, precisava da companhia de uma arma de longo alcance.

Os jesuítas liderados por São Francisco Xavier chegaram a converter e batizar a muitos, incluindo tanto camponeses quanto pessoas da classe dominante, próximas do shogun. Xavier orientou seus companheiros para aprender o Kanji, e daí surgiu o "romanji" - um mistura de latin com a língua nativa para uso no catecismo e na celebração das missas. Duas missões foram construídas, sendo uma delas no ano de 1550 na capital imperial - Kyoto. Havia interesse indireto do shogunato em permitir a introdução de uma nova religião em seus domínios, pois planejavam com isso quebrar a força dos monges budistas e do shintô.

Por volta do
fim do século XVI, uma idéia sombria pairava sobre o sucesso da primeira missão, no Oeste do Japão. O shogunato passou a suspeitar de que os comerciantes e jesuitas eram na verdade infiltrados de táticas de conquista das potências ocidentais. A isso também foi levado em conta a forma grosseira com que alguns comerciantes tratavam os nativos. Os portugueses já não eram mais vistos com bons olhos.

Por isso, em 1587,
o xogum Toyotomi Hideyoshi proclamou um edito expulsando os missionários cristãos da Ilha de Kyushu. Nenhum franciscano ou jesuíta poderia mais desembarcar ali, a partir de 1593. Mesmo assim os jesuítas continuaram ativos no país. Então Hideyoshi intensificou a perseguição. Em 1597 ele proclamou um novo edito de banimento e como aviso executou ao fio da espada 26 missionários franciscanos em Nagasaki.

Depois dele,
outro xogum, Tokugawa Ieyasu, e seus descendentes continuaram a perseguir os camponeses cristãos nativos através de vários editos. Em 1637 houve uma revolta conhecida como a rebelião de Shimabara, onde 30.000 camponeses cristãos enfrentaram um exército de 100.000 guerreiros samurais do Castelo de Edo, residência da poderosa família Tokugawa. A rebelião foi esmagada com um alto custo para o exército do Shogum. Os cristãos foram esmagados. No ano de 1638, o cristianismo estava oficialmente extinto no Japão.

Em 1853,
o Japão saiu do isolamento e reabriu as portas para uma nova interação comercial com o Ocidente. Missionários de todas as religiões: católicos, protestantes e ortodoxos foram enviados para lá, apesar da proibição. Em 1871, depois da restauração Meiji, a liberdade religiosa foi introduzida definitivamente pela Constituição Meiji, dando as comunidades cristãs existentes os direitos de existência legal e da livre pregação do evangelho.

A restauração Meiji foi uma sucessão de fatos que levaram o Japão a deixar o obsoleto sistema feudal para se tornar uma potência mundial nas décadas a seguir. Um desses acontecimentos foi a quebra da tradição com a mudança empreendida pelo Imperador Meiji, de Kyoto, a capital imperial, para estabelecer sua residência oficial no Castelo de Edo - a sede do shogunato da poderosa família Tokugawa. O Castelo de Edo e seus arredores vieram a se transformar em Tokyo (Capital do Leste), a grande metrópole japonesa. Com a mudança do imperador e a reabertura dos portos para o comércio exterior a era dos samurais e do feudalismo no Japão chegou ao fim.

A liberdade religiosa não foi o bastante para fazer do cristianismo uma religião popular no Japão. Ele tem crescido a taxas minúsculas; os cristãos são apenas cerca de 1 a 1,5% de uma população de 127 milhões.

Os símbolos cristãos
têm sido mal compreendidos no Japão porque a forma de transmitir a mensagem do evangelho talvez não esteja adequada à compreensão nativa. A cultura japonesa tem olhos diferentes para pesar o valor das coisas. Para um japonês é incomum e até mesmo considerado de péssimo gosto, por exemplo, a construção de um templo em uma rua ou avenida movimentada, afirmam alguns analistas cristãos.

Por outro lado
há coisas que os atraem no cristianismo, como por exemplo, a celebração da Santa Ceia. eles entendem bem a mensagem de um memorial de Cristo cujo corpo é o pão que é partido por nós. Eles são simpáticos a oportunidade que existe no final da missa/culto, principalmente de celebração da eucaristia/ceia, para por em dia o relacionamento social, reportou um padre católico.

Fontes de pesquisa
: textos em inglês na WEB de autorias não conhecidas.

LEIA TAMBÉM: A História do Pentecoste no Japão

João Cruzué


cruzue@gmail.com




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