terça-feira, agosto 25, 2009

O Reino de Deus e o grão de Mostarda

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a mostardeira bíblica
por João Cruzué

E, Jesus ensinava no sábado em uma sinagoga. E veio ali uma mulher encurvada que há 18 anos sofria daquela envermidade. E depois desse encontro o Senhor comparou o Reino de Deus a uma semente de mostarda.

É impossível encontrar na história alguém que conheça melhor do que Cristo os detalhes da miséria humana. A causa da enfermidade daquela mulher era um espírito maligno enviado pelo diabo. Muitos não crêem na sua existência, mas está claro em Lucas 13:15-17 que Satanás trazia presa aquela mulher há 18 anos. Todo esse tempo com uma coluna encurvada era uma maldade sem limites. Foi por isto mesmo que Cristo veio - para desfazer as obras do diabo.

A mulher encurvada foi até a sinagoga por causa de Cristo.

A fama dos milagres de Cristo chegou até seus ouvidos, e ela desejou vê-lo. Dezoito anos de encurvamento era um longo tempo. Longo tempo de baixa autoestima, fuxicos, olhares curiosos. Deus estava atento a isto. Como estava atento a mulher do fluxo de sangue - 13 anos! Ao paralítico do Tanque de Betesda - 38 anos! A falta de um herdeiro para Abrão - 99 anos!

Em meio a tanta gente importante procurou um cantinho para ouvir. Mas Jesus não chamou os mais importantes, presentes na reunião. Ele olhou e viu o sofrimento daquela mulher. Depois de olhar ele a chamou: Mulher estás livre da tua enfermidade. Com esta ordem as correntes do diabo quebraram-se. Não contente com isto, impôs sobre ela as mãos, e ela endiretou-se e começou a glorificar a Deus.

E quando Deus começou a ser glorificado, o chefe da sinagoga em lugar de compartilhar daquela alegria, irritou-se ao ponto de repreender publicamente a Jesus, falando para a multidão: Seis dias há que se pode trabalhar. Vinde pois nestes dias para serdes curados e não nos sábados.

E até hoje, os seguidores do sábado continuam glorificando o sábado em lugar do Criador do sábado. Certa feita, passa eu, escritor deste blog por um tempo muito difícil de falta dinheiro e emprego. Minha esposa e eu tínhamos um pequeno comércio na garagem de nossa casa. E um salão da Igreja Adventista foi aberto perto de nossa casa. E todo domingo vinha um senhor já bem de idade tentar nos re-envangelizar para o sabatismo. Sabedor de éramos crentes, ele insistia a apresentar um Cristo- que sempre eu soube que foi muito perseguido por causa dos sábados. Ao recusar sua literatura pois já era cristão, o insistente "vovô" adventista começou a bater a poeira de seu sapato na calçada de nossa casa, em frente a dezenas de pessoas que passavam, acrescentando mais um prego a nossa angústia.

Naquele mesmo mês, eu recebi uma dívida antiga. Foi o bastante para pagar todas as nossas dívidas e ainda sobrar para algo mais. Não me lembro de quanto tempo o salão adventista permaneceu aberto. Mas ele não prosperou e fechou.

Se aquela mulher foi àquela sinagoga outras vezes, nunca alguém percebera que o diabo era o causador da sua enfermidade. Nem tiveram qualquer compaixão por ela. Então, depois de dizer o que pensava, o cheve da sinagoga ouviu de Jesus o que não queria: Hipócritas, cada um de vós não abre a porta do curral o seu boi ou o seu jumento para levá-lo a beber? Por que motivo não se deveria também livrar esta filha de Abraão a quem Satanás trazia presa há 18 anos?

Foi uma resposta tão constrangedora que ninguém ousou responder mais nada! Isso mostra quão destrutivos podem ser uma religião e um lider religioso desviado dos caminhos de Deus. São como uma laranja seca. Uma bela aparência por fora e um conteúdo seco.

A mulher encurvada recebeu sua cura porque no dia da sua bênção não ficou em casa. Nesses dias de tanto desânimo é muito comum ficar em casa. E fica-se em casa, hoje, porque a liturgia do culto será a mesma daqui a dez anos. Um desânimo alimentando o outro. E também era assim naquele tempo. Mas a fama dos milagres de Cristo foi atraíndo multidões por onde ele passava. E no dia que Cristo passou a mulher encurvada pensou que deveria valer o sacrifício de se aprontar e visitar a sinagoga.

Ela saíu de casa encurvada, mas voltou ereta; saíu triste, e voltou glorificando a Deus. Todos seus vizinhos devem ter se alegrado e chorado com ela.

O Reino de Deus, Cristo comparou como um pequeno grão de mostarda, que um hortelão semeia na sua horta. Ele brota, ele cresce tanto, e em seus ramos aninham-se os pássaros.

Aquela mulher quando saiu para a sinagoga levou consigo o seu grão de mostarda. Continue carregando também o seu, pois mas cedo do que pensa ele também vai brotar.


Com carinho,

cruzue@gmail.com




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domingo, agosto 23, 2009

A Igreja evangélica no tomógrafo da verdade

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João Cruzué

Esta semana eu li uma crônica de Carlos Heitor Cony que falava do Bispo. Do bispo da Igreja Universal. De denúncias, de perseguições, condenações, charlatanismo, dízimos, Cristo, Maomé, etc. Está no caderno da Ilustrada de sexta, 21.08.2009. Sobraram algumas cotoveladas, indiretas, sem contundência. Na verdade o texto era meio espagueti. Enrolado, enrolado, mas sem radicalizar com sua eminência universal.

Fiquei com sua introspecção dos dois últimos parágrafos. "O que a história realmente conta é que, mais cedo ou mais tarde, quando as religiões são oficializadas, estruturadas em seu culto e doutrina, elas tendem monotomamente a perseguir e a desprezar os começos de qualquer outro culto ou doutrina. Mas à medida que a barra fica pesada, sobretudo para os seguimentos mais miseráveis da sociedade, a busca pelo milagre e pela salvação é boa semente para todo aquele que, em nome desse ou daquele Deus, oferece à fome da alma humana o milagre da saúde e o pão da esperança."

A estruturação, "teologização", organização das funções da Igreja, sem dúvida burocratizam o sagrado. Esfriam o santo e entram em um processo irreversível de entristecimento do Espírito. E no meio dessas cinzas reinam estruturas sinédricas, cujos nicodemos de vez em quando vão ao Senhor à noite para perguntar o que é nascer de novo.

É por isso que no meio dos anos, das décadas, dos séculos, dos milênios Deus com infinita misericórdia escolhe outros homens para o trabalho da seara. Interessante é que não perde Seu tempo para assobrar velhas cinzas. Não fez isto em Jerusalém, nem em Roma, nas Igrejas tradicionais e não fará nas (ex)pentecostais. Não entendo bem isso, mas tem sido assim.

Edir Macedo Bezerra nasceu em 18 de fevereiro de 1945. Fundou a Igreja Universal em 09 de julho de 1977. É presidente do conselho das Redes de TV Record, Record News, Rede Família de TV. Fundador da Grafica Universal e do Portal Arca da Web. Criador e presidente do Conselho da Rede Aleluia de Rádio. Fundador e responsável pela Igreja Universal do Reino de Deus, com igrejas em mais 100 países da América, África, Europa e Ásia.

Nome polêmico entre católicos e protestantes. Crentes e ateus. A imprensa o chama de charlatão. Os crentes de outras igrejas o acham um homem desviado. Os incrédulos e mesmos muitos crentes o chamam de "ladrão". A rede Globo procurou massacrá-lo no início dos anos 90. E 15 anos depois continua movendo seus "peões" para defenestrá-lo. Se existe uma liderança que incita as emoções e as paixões de todos os brasileiros ela tem um nome: Bispo Macedo.

Mas as pessoas esquecem do outro lado. Se os fiéis da Igreja Universal, hoje, são contados entre 4 e 8 milhões de membros, isso tem que ser creditado primeiro a Deus. Depois ao exercício dos talentos do Bispo. É verdade que muitos vão comparecer diante do tribunal de Cristo dizendo que operaram muitos milagres e ganharam muitas almas. Também é sabido que Cristo vai dizer para os tais "Apartai-vos" de mim malditos, para o fogo eterno". Entretanto, a meu ver coisa muito pior é ver tantos "santarrões" com talento enferrujado e bem enterrado.

Mas meu verbo neste texto não é de açoite ao bispo, nem a Cony nem contra "apóstolos" ou papas. É contra os imenso morros de cinzas que muitas denominações evangélicas estão se transformando. Não há projetos sérios, mas sobram vaidades. Não há entusiasmo evidente, mas a apatia pode ser lida nos olhos de tantos. Nunca vi tantos seminários em nossos dias, paradoxalmente esses diplomas são tão secos que a fome espiritual já chegou dentro dos próprios templos. Crentes famintos de Deus, e "cheios" de prosperidade.

O que vai acontecer com esses montes de cinzas? Vai o Senhor promover um avivamento neles? Minha experiência de cinquenta e poucos anos me mostra que não. Deus não perdeu seu tempo para avivar o Templo de Jerusalém. Nem reformou a Igreja Católica, apesar da Reforma. Nem as Igrejas protestantes tradicionais no início do século XX. Ele tem por costume escolher homens e mulheres simples, para assopra-lhes nas narinas o sopro do Espírito. E eles saem de suas próprias Igrejas, pois ali são rejeitados. E vão para outras portas. E lá começam do zero. E em 20, 30 anos constroem ministérios sob a inspiração divina que varrem os quatro continentes. Outros David Mirandas, outros Edir Macedos.

E o ciclo em espiral continua. Avivamento, organizações humanas, burocratização, cinzas. Se não fora isso, as antigas Igrejas se tornariam em proprietárias do céu. Seus pastores, bispos e apóstolos em projetas da verdade absoluta. Suas famílias em longas dinastias. Assim como o sol determina as estações do ano, Deus, por sua graça promove novos pastores e bispos para distribuir o Pão do Evangelho às multidões de famintos e oprimidos pelo diabo.

Eu estou consciente (e triste) em dizer isso. Por outro lado, glorifico o nome do Senhor, pois tenho presenciado o mover da sua mão levantando homens e ungindo grandes ministérios. Eles vêm e passam. Mas o nome do Senhor permanece para sempre. E milhões de almas ouvem o Evangelho.