quarta-feira, janeiro 30, 2008

O cristianismo no Japão


Centenário da Imigração
Japonesa
BANZAI!

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Monte Fuji

João Cruzué

texto revisado

O cristianismo chegou ao Japão em 1542 levado pelo sopro dos ventos que impulsionavam as caravelas portuguesas. Comerciantes e jesuítas portugueses aportaram na Ilha de Kyushu levando duas coisas bem diferentes: armas de fogo e a religião cristã.

O Shogum,
(sho = comandante, general, + gun= exército, tropas, militar) o senhor feudal japonês, deu as boas-vindas ao comércio exterior e aceitou os missionários católicos, fascinado apenas pelas armas. Diante das demonstração do fogo das armas municiadas à polvora, eles concluiram que o dai-shô (a katana e a wakizashi), o conjunto de espadas longa e curta dos samurais, precisava da companhia de uma arma de longo alcance.

Os jesuítas liderados por São Francisco Xavier chegaram a converter e batizar a muitos, incluindo tanto camponeses quanto pessoas da classe dominante, próximas do shogun. Xavier orientou seus companheiros para aprender o Kanji, e daí surgiu o "romanji" - um mistura de latin com a língua nativa para uso no catecismo e na celebração das missas. Duas missões foram construídas, sendo uma delas no ano de 1550 na capital imperial - Kyoto. Havia interesse indireto do shogunato em permitir a introdução de uma nova religião em seus domínios, pois planejavam com isso quebrar a força dos monges budistas e do shintô.

Por volta do
fim do século XVI, uma idéia sombria pairava sobre o sucesso da primeira missão, no Oeste do Japão. O shogunato passou a suspeitar de que os comerciantes e jesuitas eram na verdade infiltrados de táticas de conquista das potências ocidentais. A isso também foi levado em conta a forma grosseira com que alguns comerciantes tratavam os nativos. Já não eram mais vistos com bons olhos.

Por isso, em 1587,
o xogum Toyotomi Hideyoshi proclamou um edito expulsando os missionários cristãos da Ilha de Kyushu. Nenhum franciscano ou jesuíta poderia mais desembarcar ali, a partir de 1593. Mesmo assim os jesuítas continuaram ativos no país. Então Hideyoshi intensificou a perseguição. Em 1597 ele proclamou um novo edito de banimento e como aviso executou ao fio da espada 26 missionários franciscanos em Nagasaki.

Depois dele
outro xogum, Tokugawa Ieyasu, e seus descendentes continuaram a perseguir os camponeses cristãos nativos através de vários editos. Em 1637 houve uma revolta conhecida como a rebelião de Shimabara, onde 30.000 camponeses cristãos enfrentaram o exército de 100.000 guerreiros samurais do Castelo de Edo, da família Tokugawa. A rebelião foi esmagada com um alto custo para o exército do Shogum. No ano seguinte - 1638 - o cristianismo estava oficialmente extinto no Japão.

Em 1853, o Japão
saiu do isolamento e reabriu as portas para uma nova interação comercial com o Ocidente. Missionários de todas as religiões: católicos, protestantes e ortodoxos foram enviados para lá, apesar da proibição. Em 1871, depois da restauração Meiji, a liberdade religiosa foi introduzida definitivamente pela Constituição Meiji, dando as comunidades cristãs existentes os direitos de existência legal e da livre pregação do evangelho.

A restauração Meiji foi uma sucessão de fatos que levaram o Japão a deixar o obsoleto sistema feudal para se tornar uma potência mundial nas décadas a seguir. Um desses acontecimentos foi a quebra da tradição com a mudança empreendida pelo Imperador Meiji, de Kyoto, a capital imperial, para estabelecer sua residência oficial no Castelo de Edo - a sede do shogunato da poderosa família Tokugawa. O Castelo de Edo e seus arredores vieram a se transformar em Tokyo (Capital do Leste), a grande metrópole japonesa. Com a mudança do imperador e a reabertura dos portos para o comércio exterior a era dos samurais e do feudalismo no Japão chegou ao fim.

A liberdade religiosa não foi o bastante para fazer do cristianismo uma religião popular no Japão. Ele tem crescido a taxas minúsculas; os cristãos são apenas cerca de 1 a 1,5% de uma população de 127 milhões.

Os símbolos cristãos
têm sido mal compreendidos no Japão porque a forma de transmitir a mensagem do evangelho talvez não esteja adequada à compreensão nativa. A cultura japonesa tem olhos diferentes para pesar o valor das coisas. Para um japonês é incomum e até mesmo considerado de péssimo gosto, por exemplo, a construção de um templo em uma rua ou avenida movimentada, afirmam alguns analistas cristãos.

Por outro lado
há coisas que os atraem no cristianismo, como por exemplo, a celebração da Santa Ceia. eles entendem bem a mensagem de um memorial de Cristo cujo corpo é o pão que é partido por nós. Eles são simpáticos a oportunidade que existe no final da missa/culto, principalmente de celebração da eucaristia/ceia, para por em dia o relacionamento social, reportou um padre católico. Leia aqui: A História do Pentecoste no Japão

Fontes de pesquisa
: textos em inglês na WEB de autorias não conhecidas.




João Cruzué
Para o Blog Olhar Cristão
cruzue@gmail.com



segunda-feira, janeiro 28, 2008

Bem-aventurados os que sonham


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João Cruzué

Hoje, fui caminhar à tarde no intervalo do almoço; como de costume aproveitei para orar. Ao final, tive a visão de escrever uma vez mais sobre como é importante sonhar. É claro que não vou tecer um rol de frases cheias de palavras como: conquistas, vitórias e afins, pois creio que isto cansa, principalmente àqueles que de fato precisam muito de uma bênção – muito esperada - mas que nunca vem. Sei que no Sermão das Bem-aventuranças não está incluso o tema deste texto “Bem-aventurados os que sonham”, mas que ele está implícito em outros contextos do Evangelho, isso está.

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis;
batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe;
o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á”
Mateus 7.7-8.

O sonho não pode morrer. Ele precisa da fé para continuar vivo. E ter fé é teimar em acreditar, mesmo quando não existe a mais remota chance de sucesso. É teimando, insistindo em seus sonhos, que você vai encontrar a porta, vai bater nela, quantas vezes precisar até que consiga realizá-los. O Senhor concede a oportunidade de realizar grandes sonhos apenas para os mais teimosos, os mais insistentes, aqueles que sempre se levantam do pó de uma batalha perdida e continuam até ganhar a guerra. Há vários personagens da Bíblia que travaram batalhas e venceram suas guerras. Vamos citar quatro exemplos.

Abraão não tinha herdeiro. Ele era próspero, tinha um lar, uma esposa, amava e era amado por ela, tinha muitos criados, gado sem conta e o respeito dos vizinhos. Apesar de tudo isso ele tinha uma grande frustração. Faltava-lhe uma coisa, que todos tinham, e ele não – um filho. Quanto ao sonho, se algum dia teve, já o havia sepultado definitivamente. Não havia mais a mínima possibilidade de que Sara e ele, já velhos e secos, tivessem um filho natural. E por isso o Senhor mandou Abraão contar as estrelas do céu para ressuscitar o sonho morto. E um dia, muitos anos à frente, Isaque encheu de riso o lar de um casal de velhos. Ao ser provado pela última vez, quando Deus pediu sacrificasse Isaque em holocausto, não titubeou. Se no passado andou vacilando e mentindo, agora esbanjava fidelidade.

José teve dois sonhos. O sonho de um molho de trigo que se levantava enquanto os molhos de seus irmãos inclinavam-se diante dele, e o sonho do sol a lua e onze estrelas que também se inclinavam diante dele. Os sonhos eram de Deus e mesmo que José não insistisse sobre o assunto, o Senhor os cumpriu literalmente na sua vida. De filho minado a escravo; de escravo a governador do Egito. José não se embaraçou com mágoas, pois tinha um coração perdoador.

Neemias ouviu uma triste notícia a respeito da cidade de Jerusalém, cujo povo vivia em grande miséria e desprezo, os muros estavam fendidos e suas portas queimadas a fogo. E ele chorou, e orou, e jejuou, mas a seguir começou a pensar na reconstrução da cidade. Por trás daquela tristeza de Neemias estava trabalhando a vontade de Deus. Ele, como simples copeiro do rei, tinha pouquíssimas chances de realizar aquele sonho, mas não ficou apenas no choro e nas lamentações. Insistiu em oração e jejum, para que o Senhor preparasse o tempo de falar com o Rei. O impossível ficou por conta de Deus, que um dia, dispôs o coração do rei não apenas para ouvir mas para suprir com materiais e dinheiro exatamente o que fosse necessário para reparar os muros da cidade de Jerusalém e suas portas. Neenias mostrou-se um homem compassivo e não se portava com indiferença diante das necessidades de seu povo e de sua pátria.

E como último exemplo, a viúva do profeta, que além de endividada, ficou desesperado quando o credor veio bater a sua porta para avisar que levaria seus dois filhos para a servidão. Em seu desespero não conseguia ver uma saída, e nunca iria descobrir que só um pouco de azeite, dentro de uma simples botija, daria para pagar todas as dívidas e ainda que sobraria o bastante, para viver do resto. Uma virtude ela possuia: a do não-conformismo e também sabia o que fazer, pois foi reclamar com a pessoa certa - o profeta Eliseu - homem de Deus.

Não julgue inconveniente as grandes frustrações ou aflições de sua vida. Elas podem levar a dois destinos: ao atoleiro da murmuração de onde ninguém sai ou para o caminho da realização de seus sonhos.

Abraão era frustrado. José do “Egito” sofreu com o desprezo dos próprios irmãos. Já Neemias fazia parte de um povo envergonhado e aparentemente abandonado pelo próprio Deus, por causa do pecado. E a viúva de 2 Reis capítulo 4, não aceitava o fato de que, tendo servido a Deus com seu esposo por tanto tempo, viria ficar além de viúva, endividada e desamparada dos filhos.

Frustração, desprezo, vergonha e dívidas. Qual destes espinhos ferem dolorosamente sua alma? Sei que é muito difícil conviver com qualquer um deles, mas o Senhor instruiu a minh'alma para escrever sobre este assunto e prontamente lembrá-la(o) de que há uma porta por abrir, e que isso depende de você. O Senhor também lhe pergunta: O que queres que eu te faça?

O que você quer do Senhor? Onde é a sua dor? Qual é o motivo da sua tristeza? Talvez já tenha contado ou reclamado sobre ela para muitas pessoas ou quem sabe nunca falou sobre isso para ninguém. Mas o Senhor quer que você conte para Ele. Acredite.

Se você já fez isso e nada aconteceu, é sinal de que é preciso ir em frente. Comece a fazer planos, ou volte a sonhar com eles; sonhe com coisas grandes que possam resolver seus problemas, coloque pessoas amigas dentro de seus sonhos - pare de lamentar a sua situação.

Li um sermão há pouco tempo em que o pregador ensinava que não devemos levar causas pequenas diante do Senhor, pelo fato de que ninguém solicita uma audiência com o Presidente apenas para levar ao conhecimento dele algo pequeno. Não é o Senhor maior que qualquer rei ou presidente? Mostre seus grandes sonhos a Ele. O Senhor sabe tudo, mas está lhe perguntando: O que queres que Eu te faça? Seja teimosa(o), insistente.

Não existe nenhuma bem-aventurança em frustrações, desprezo, vergonha e dívidas. Mas bendito será você se aproveitar a oportunidade que elas trazem tanto para aumentar sua comunhão com Deus quanto para receber dele as grandes bênçãos. De todos os exemplos citados nesta mensagem, os problemas serviram de causa a grandes e maravilhosas bênçãos.

Então, volte a pedir, a buscar e a bater. Há uma bem-aventurança declarada na palavra do Senhor para você. Quem pede, recebe; quem busca, acha; e quem bate, a porta abrir-se-lhe-á. É Por isso que ainda vale a pena voltar a sonhar.

João Cruzué
http://olharcristao.blogspot.com
cruzue@gmail.com

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