quinta-feira, janeiro 10, 2008

Martin Luther King, Jr

ALÉM DO VIETNAM

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capa do livro: Perfis de Poder

Excerto em português

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"...Uma genuína revolução de valores significa, em última instância, que nossa fidelidade deve ser mais ecumênica que sectária. Toda nação deve desenvolver uma fidelidade maior à humanidade, a fim de preservar o melhor de cada sociedade em particular.

Este chamado a um companheirismo universal, que eleva o respeito fraterno acima de raças, povos, tribos, classes e nações é, na realidade, um chamado a sentir pela humanidade um amor maior, abrangente e incondicional. Esse conceito muitas vezes incompreendido, tantas vezes mal interpretado, tão prontamente considerado pelos Nietzsches da vida como uma força fraca e covarde, tornou-se agora uma necessidade absoluta para a sobrevivência do homem.

Quando falo de amor, não estou falando de alguma resposta frágil e sentimental. Não estou falando de uma força que seja uma tolice sentimental. Estou falando de uma força que todas as grandes religiões tomaram como princípio unificador supremo da vida. O amor é, de algum modo, a chave que abre a porta da realidade última. Esta crença hindu-muçulmana-cristã-judia-budista sobre a realidade última, é maravilhosamente sintetizada na primeira Carta de São João:

"Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros." IJoão 4: 7, 8 e 11.

Esperemos que este ânimo se torne a Ordem do Dia.

Agora meus amigos, encaremos o fato de que o amanhã é hoje. Defrontamo-nos com a feroz urgência do agora. Neste misterioso enigma da vida e da história, às vezes é tarde demais. A procrastinação é ladra do tempo, e a vida freqüentemente nos paralisa e ficamos carentes, nus e abatidos diante de uma oportunidade perdida. Se não agirmos, seremos certamente arrastados pelos longos, escuros e vergonhosos corredores do tempo, reservados àqueles que possuem poder sem compaixão, vigor sem moralidade e força sem visão.

Comecemos agora. Dediquemo-nos novamente à longa e amarga, mas bela, luta por um mundo novo. Ese é o chamado dos filhos de Deus , e nossos irmãos esperam ansiosamente a nossa resposta. Devemos dizer que as dificuldades são grandes demais? Precisamos dizer que a luta é muito dura? Precisamos explicar que as forças [ocultas] conspiram para impedir que os nossos "inimigos" tornem-se homens íntegros, e que lhes enviemos o nosso profundo pesar? Ou haverá outra mensagem - de desejo, de esperança, de solideriedade com a Sua compaixão, de compromisso com a Sua causa, custe o que custar?

A escolha é nossa e, apesar de talvez desejarmos que fosse diferente, devemos fazê-la neste momento crucial da história do homem." Como o nobre bardo do passado James Russel Lowe se expressou com eloqüência:

"A todo homem ou nação cabe decidir um dia
Entre o falso e o verdadeiro, se ao bem ou ao mal se alia
Essa escolha decisiva, que traz viço ou prostração
Segue então eternamente entre a luz e a escuridão

Quando rompe esse momento, o nobre escolhe a verdade.
Tem-se glória como prêmio e a ventura da eqüidade.
O covarde sai de cena, segue avante o valoroso
Para a fé então negada ser a virtude de todos".

E se fizermos a escolha certa, seremos capazes de transformar essa pendente elegia cósmica num Salmo de paz multiplicador. Se fizermos a escolha certa, seremos capazes de transformar os clamores dissonantes do nosso mundo em uma bela sinfonia de fraternidade. Se fizermos a escolha certa, seremos capazes de antecipar o dia, em toda a américa e em todo o mundo, em que a mustiça correrá como as águas, e será a virtude uma corrente poderosa".

Além do Vietnam
Sermão proferido na Igreja Riverside
NY - 04 de abril de 1967.
Fonte: Coleção Iluminados da Hunanidade
Fernanda Cury
Compilado e corrigido por João Cruzué

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sábado, janeiro 05, 2008

Consciência e atitude

A conquista do respeito

João Cruzué

Entre os filmes de que mais gosto tem um que se chama "O Pastor". O protagonista, um velho pastor batista afro-americano, interpretado pelo ator James Earl Jones, andava às voltas com as injustiças praticadas contra negros da sua comunidade.

Não me lembro se era em Atlanta na Georgia, mas o velho pastor negro dava verdadeiras aulas de cidadania às suas ovelhas como: plantar suas próprias hortas e andar a pé em lugar de ônibus, nos quais os negros tinham que se levantar, para ceder o lugar aos brancos. Cada domingo ele pregava um sermão que incomodava as autoridades (brancas) do lugar, principalmente porque o título do sermão era anunciado na placa em frente à Igreja, no início da semana que precedia o domingo.

Não conseguindo dobrar o ânimo do velho pastor, as autoridades - juiz, xerife e o prefeito começaram a pressionar os membros do conselho administrativo da Igreja. Por fim, amendrontados, o conselho não conseguindo mudar a visão do pastor o destituiu no voto.

Em seguida procuraram um substituto que fosse jovem, e que, justamente por isso, poderia ser manipulado e "amaciado" pelo conselho. No filme, o tal jovem sucessor do "desbocado" pastor chamava-se Martin Luther King. Aí o tiro saiu pela culatra. Na verdade, o substituto era muito mais aguerrido e a história conta detalhadamente o respeito que o Pastor Martin Luther King trouxe para a comunidade negra americana. Ele conquistou o respeito com as atitudes de desobediência civil pregadas por Henri David Thoreau e Gandhi. Ele descobriu que Deus deu talento aos homens para que se virassem sozinhos - naquilo que devem fazer.

Os crentes brasileiros, de certo tempo para cá popularmente chamados de evangélicos, têm muito que aprender de Martin Luther King. Não estamos nos referindo aqui a evangélicos, mas a crentes sinceros em nosso Senhor Jesus Cristo, que pensam, oram e se aborrecem com o preconceito instalado na mídia brasileira, onde todo pastor é ladrão e todo crente ovelha ignorante e crédula sob a exploração de "lobos". É bem verdade que "lobos" existem e que o poder político é muito aspirado, principalmente, pelas lideranças evangélicas de grandes Igrejas, que fingem que o preconceito não existe - para elas.

Mas ele existe sim e nos incomoda. Talvez por ter o r. preso alguns líderes não tomam nenhuma atitude por receio de chantagem e outros por um "excesso" de prudência indefensável. O fato é: que entre as três classes de brasileiros que sofrem preconceitos - negros, gays e evangélicos - os últimos são os mais indefesos por falta de organização e coragem. Com isso nós somos menos respeitados que negros e gays. Coisa que piorou ainda mais recentemente com a exposição recente das ações desastradas de dois líderes neo-pentecostais, para dizer o mínimo.

Podemos, sim, dar um basta neste preconceito e conquistar o respeito que ainda não temos diante da sociedade brasileira. Não que isto vá fazer o mundo ter paz conosco, mas se nada for feito até nossos filhos vão ter vergonha de ser cristãos. Não podemos andar de cabeça baixa. É preciso uma resposta, não radical, mas equilibrada que possa ser traduzida em atitudes individuais simples que no coletivo induza o chamado respeito da sociedade brasileira, que queremos.

Temos que conquistar este respeito por nós mesmos através de uma consciência mais aguçada de cidadania seguida de atitudes legais e eficazes sob pena de mancharmos o nome de cristãos. Quando olho para o Livro de Atos dos Apóstolos e vejo o "estrago" que as palavras de Paulo causavam tanto em judeus quanto em Roma vejo um exemplo mais recente em Martin Luther King. Os cristãos, desde os primeiros apóstolos, sempre tiveram entre seus líderes homens de grande caráter e coragem, como está escrito em II Timóteo 1:7.

Há muito que se fala em boicotarmos a Rede Globo com suas novelas sujas e preconceitos contínuos contra evangélicos. Não sou contra a Rede Globo, sou contra o preconceito e as atitudes de seus administradores que tem mesmo ojeriza de crentes. Mas se ela for destruída outra coisa vai ocupar o seu lugar e pode continuar tudo como agora. Não sou favorável a atitudes radicais e nem é de bom alvitre ter fixação em derrubar órgaos da imprensa.

Nós podemos, sim, DISCIPLINAR o que vai pela TV não importa se seja a Globo, Record ou qualquer outra que se torne hegemônica e venha ferir e prejudicar nossa cidadania cristã. A liberdade de imprensa é uma conquista valiosa dos países verdadeiramente democráticos. Não queremos destruir ninguém, apenas precisamos tomar algumas atitudes que possam, em lugar de destruir ou fechar, aprimorar essa liberdade de expressão.

Estou sugerindo que depois de nos conscientizarmos passemos ao terreno das atitudes como por exemplo esta: anote o nome das empresas que patrocinam os programas que levem lixo para os lares brasileiros ou disseminem o preconceito contra crentes. E em seguida boicotem seus produtos. Ao chegar no supermercado cada um de nós conscientemente procure produtos de empresas que respeitem a cidadania dos crentes e nosso modo diferente de servir a Deus.

O dia que nos conscientizarmos de nossa força - leia-se potencial de consumo - indiretamente vamos nos fazer respeitar quando ao aplicar o devido "castigo" as empresas que financiam novelas imundas e propositalmente prejudiquem os crentes. Se 25% da população brasileira é crente, o medo do prejuízo vai obrigá-las a nos respeitar e respeitar o que pensamos. Deus não mandou um anjo do céu com uma espada de poder para trazer dignidade para os negros americanos, Ele apenas capacitou homens com inteligência e visão. Estes homens conscientizaram outros e juntos conquistaram com atitudes aquilo que era da vontade do Senhor.

É o que penso. Se isto é justo e honesto, você também pode conscientizar-se e repassar a outros.

autor: João Cruzué
http://blogueiroscristaos.blogspot.com

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