domingo, outubro 09, 2011

A copa das amoreiras

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João Cruzué

Por seis anos tive a oportunidade de participar da reunião de cooperadores da Igreja Assembleia de Deus, da Rua Jacutinga/Indianópolis, sob a liderança do inesquecível Pastor Luís Branco. Um português que costumava dizer que nem todo dia se encontra pão quentinho no balcão da padaria. Uma analogia sutil quanto ao excesso de expectativa por uma palavra inspirada de um velho pastor em todas as reuniões. Embora se preocupasse com o dia da falta de "pão", nunca presenciei tal. Foi ali que, por algumas vezes, ouvir o ensino sobre o sopro do vento na copa das amoreiras.

Pastor Luís pertenceu à terceira geração dos ministros da Igreja Assembleia de Deus do Brasil. Uma geração que ainda não tinha sido amalgamada com o evangelho neopentecostalista. Um evangelho de grande apelo aos ouvidos das massas; que produz conversões aos milhares, mas que por outro lado, semeia sobre a pedra e também cresce entre os espinhos. Sua mensagem vem saturada de palavras tais como: conquistas, vitórias, travessia de mares... aceite Jesus, para se dar bem na vida material. O meio (Cristo) a serviço do bem-estar dos convertidos, que produzirão abundantes recur$os (fim) para os bispos da nova era.

O tropel do vento sobre a copa das amoreiras era o sinal da vontade de Deus prevalecendo sobre a vontade do Rei Davi, no início de seu reino sobre todas as tribos - de Judá e Israel. Na primeira batalha contra os filisteus, Davi orou perguntando se poderia ir direto à guerra. E a resposta foi sim.

Da segunda vez, os exércitos dos filisteus eram ainda maiores. E Davi orou pela segunda vez.

A vontade de Deus não se mostra pela rotina. Há sempre novidades. E desta vez Davi ficou surpreso com a orientação de Deus: Esperar pelo sinal. Pelo barulho como um sopro forte do vendo pela copa das amoreiras. Não houve explicação para a mudança, mas eu imagino que no plano espiritual os exércitos do mal estavam preparados para destruir o rei. Então as legiões de Deus tiveram que abrir espaço pela copa das amoreiras.

Neste momento, há muitos líderes evangélicos que estão liderando suas Igrejas pelo mesmo caminho da rotina de sempre. Eles não têm mais ouvidos para saber qual é a vontade genuína de Deus para cada problema. E cada vez que uma batalha entra por um caminho rotineiro, o confronto com o mal tem poucas chances de vitória. A vontade permissiva de Deus nada mais é do que seu respeito pela imprudência dos homens.

A legítima vontade de Deus ainda pode ser seguida, mas a arrogância de certos líderes tem expulsado a presença de Deus de seu sacerdócio. Eles são como os sacerdotes dos dias da morte de Cristo. São como os membros daquele sinédrio onde se viviam em simbiose com Roma. Cristo para eles era um estranho e um estorvo.

Pela copa das amoreiras dos dias de hoje já não passa mais o tropel das legiões espirituais dos exércitos do Céu. Enquanto isto, a sombra do profano escurece a Igreja - A Casa de Oração de Deus para todos os povos.

Ainda há esperança?

Sim! Pois Deus há de derrubar no pó as famílias dos homens que têm sido instrumentos de tropeço para as almas dos perdidos que pelo testemunho dos primeiros têm amaldiçoado a casa de Deus.

Maranata! Ora, vem, Senhor Jesus. Aviva tua obra no meio dos anos.


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sábado, outubro 08, 2011

Quando Jesus disse não

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João Cruzué

Vivemos em uma época em que a palavra "sim" está na moda. Pelo amor ao dinheiro há bispos e pastores que dizem, sim! Pelo interesse em perenizar o poder, os políticos dizem "sim!" à corrupção. Pela introdução dos relacionamentos descartáveis na sociedade a palavra sexo usurpou o significado de amor - sim. Também vivemos em dias, que os filhos quando conversam com os pais, só esperam ouvir: Sim! Tempos da relativização do santo, do escárnio da moral, da banalização do sexo, da "Lei de Gerson" que se tornou um texto consuetudinário enquanto o "Príncipe" de Maquiavel tem sido a bíblia de cabeceira de muitos aspirantes ao "pudê". No entanto, hoje eu não vim enaltecer o "óbvio", mas lembrar de três momentos em que Jesus Cristo exercitou a força da palavra não.

Decerto que houve mais de três momentos em que Cristo precisou dizer não. Assim posso restringir o foco do meu post em três passagens bíblicas. Eu sei que este texto vem destinado a mim, e por isso mesmo, também poderá falar com muitos. Jesus disse não: durante a tentação; Jesus disse não, diante da mulher adúltera e Jesus disse não durante sua crucificação.

Há momentos que é preciso dizer não!

Quando Jesus foi para o deserto orar e jejuar por 40 dias e noites, ele foi assediado pelo diabo. E naquele lugar solitário e árido o Senhor foi tentado por três vezes. Na primeira, o diabo tentou quebrar sua obediência à vontade de Deus, sugerindo: Se tu és o filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. Colocar a satisfação de uma necessidade justa, primária, na hora errada. Cristo pensou duas vezes, como é costume dizer, e respondeu que nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra de Deus. Comer era uma necessidade básica, ainda mais depois de 40 dias de jejum, mas Cristo esperou para o momento certo, quando os anjos de Deus desceram para lhe dar alimento. Depois o diabo procurou tentá-lo com a fama e comisso matá-lo antes do tempo, induzindo-o ao suicídio. A fama também mata, haja vista o que tem acontecido com milhares de religiosos. Na última tentativa, o diabo ofereceu o poder e a glória deste mundo, e foi rechaçado pelo Cristo, pois o Reino de Deus é um reino espiritual.

Se Cristo tivesse racionalizado com a palavra de Deus, como muitas autoridades estão fazendo hoje, a miséria, o pecado e a morte seriam eternas. Isto não aconteceu, pois a mente do Senhor estava atenta ao que era (e o que não era) a vontade do Pai. Ah! como tem gente sendo enganado pelo diabo pensando que estão fazendo o que é da vontade de Deus.

A segunda vez que Jesus disse não, foi diante de um grupo de religiosos radicais. Adiante, ia uma mulher adúltera. Atrás, velhos e moços com grandes pedras na mão. Calmo, Jesus escrevia no chão. Tendo insistido, o Senhor propôs: Aquele que estiver sem pecado, que atire a primeira pedra. Saíram primeiro os mais velhos; surpresos, os jovens os seguiram. Frente a frente, ficaram uma mulher assustada e agradecida e o Filho de Deus. "Mulher, onde estão os teus acusadores? ...Vai em paz e NÃO peque mais."

Jesus disse sim, para a vida e não, para o pecado. Ele ama o pecador, mas aborrece o pecar. E mais ainda aborrece aos atiradores de pedra de plantão que se postam nas portas do templos para procurar falhas e defeitos na vida dos irmãos e dos pecadores que tenta se aproximar da salvação.

A terceira vez que Jesus disse não, foi quando ele estava a poucos momentos da morte e um coro de filhos de príncipes zombava: Se tu és o Cristo, desce da cruz agora e salva-te a ti mesmo! O curioso é que o início desta frase também foi usada pelo diabo - Se tu és o Cristo... Como também não é mera coincidência as mesas palavras dentro do contexto da pergunta do Sumo Sacerdote em Marcos 14:61, e de membros do Sinédrio em Lucas 22:67. É somente impressão minha ou toda aquela gente estavam com suas bocas à disposição do diabo?

Se Cristo tivesse descido da cruz com o poder e a glória que tem, o plano da salvação teria fracassado e nunca mais alguém escutaria o seu nome. Mas Cristo venceu a vontade do diabo. Ele venceu a própria vontade, e é por isso que, 2000 anos depois, seu nome continua sendo Maravilhoso, Deus Forte, Conselheiro, Deus Forte e Pai da Eternidade.

Há "nãos" que não precisam ser ditos para que sejam entendidos. Atitudes falam mais alto que palavras, porque são mais difíceis de serem tomadas.

Quero terminar esta mensagem fazendo três perguntas para mim mesmo:

-Qual é o preço de se dizer não! Quando as pessoas esperam que devemos dizer sim?

Se alguém vier oferecendo uma oportunidade maravilhosa, dizendo que é uma bênção, será que estarei pronto para dizer a resposta certa, dentro da vontade de Deus?

De acordo com minhas atitudes, que palavra o Senhor me dirá, naquele dia, quando eu bater a sua porta?

Diante disso, chego a esta conclusão: minha justiça perante o Senhor é como trapos de imundície e que eu preciso muito conhecer sua vontade para dizer não no tempo apropriado.






quarta-feira, outubro 05, 2011

Deus, uma hipótese necessária

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Henry Ford examinando um motor V8


"Deus - Uma Hipótese Desnecessária?"

John C. Lennox

A ciência tem alcançado êxito impressionante na investigação do Universo físico e na elucidação de como ele funciona. A pesquisa científica também levou à erradicação de muitas doenças horríveis e nos deu esperanças de eliminar muitas outras.

E a investigação científica alcançou outro efeito numa direção completamente diferente: ela serviu para libertar muita gente de medos supersticiosos.

Por exemplo, ninguém precisa mais pensar que um eclipse da Lua é causado por algum demônio assustador, que necessita ser apaziguado.

Por tudo isso e por inúmeras outras coisas devemos ser muito gratos.

Porém, em algumas áreas, o próprio sucesso da ciência tem também conduzido à ideia de que, por conseguirmos entender os mecanismos do Universo sem apelar para Deus, podemos concluir com segurança que nunca houve nenhum Deus. Que o universo não teve um arquiteto.

Todavia, esse raciocínio é incorreto.

Tomemos o caso de um carro com motor Ford.

É concebível que alguém de uma parte remota do mundo que o visse pela primeira vez e nada soubesse sobre a engenharia moderna pudesse imaginar que existe um deus (o Sr. Ford) dentro da máquina, fazendo-a funcionar.

Essa pessoa também poderia imaginar que quando o motor funcionava suavemente o Sr. Ford gostava dela, e quando ele se recusava a funcionar era porque o Sr. Ford não gostava.

É elementar que, se esta pessoa passasse a estudar engenharia e desmontasse o motor, descobriria que não há nenhum Sr. Ford dentro dele. Tampouco se exigiria muito de sua inteligência, para ver que não é necessário introduzir o Sr. Ford na explicação para o funcionamento do motor. Sua compreensão dos princípios impessoais da combustão interna seria mais que suficiente para explicar como o motor funciona.

Até aqui, tudo bem.

Mas se, por outro lado, esta pessoa decidisse que seu entendimento dos princípios do funcionamento do motor tornasse impossível sua crença na existência de um Sr. Ford, que foi de fato o projetista da máquina. Isso seria evidentemente falso, e na terminologia filosófica, estaria cometendo um erro de categoria, pois se nunca tivesse existido um sr. Ford para projetar os mecanismos, nenhum mecanismo existiria para ser questionado.












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