João Cruzué
Eu pessoalmente vi, na última terça-feira, o início das Manifestações do MPL (Movimento Passe Liv re) nas escadas da Catedral da Sé, às 16:40 h um jovem com uma sacola de canetas hidrocolor para colocar mensagens em um monte de cartolinas.
Também vi, no ano passado a polícia descendo a borracha nos mesmos jovens que exigiam nas imediações da Prefeitura de Gilberto Kassab o cancelamento do aumento da tarifa. Foram muitas vezes. Quando eles apareciam gritando no Metrô Sé, os seguranças locais ficavam ouriçados para distribuir umas borrachadas.
Mas este ano, na quinta-feira passada, cerca de 900 Policiais Militares foram escalados para "receber" as manifestações que iriam se iniciar na frente do Theatro Mvnicipal. A distribuição de borrachadas e cacetadas foi tão farta que trouxe a empatia, não só nos outros estados brasileiros, mas de movimentos de solidariedade em oito países.
O que tem a ver um blog evangélico falando dessas coisas. Tem muito a ver. Há um preço (borrachadas, cacetadas...) a pagar durante certo tempo para que um objetivo seja alcançado. Se a paixão da Igreja hoje fosse de pelo menos 10% a do MPL, a metade do Brasil já seria do Senhor Jesus.
O Movimento Passe Livre provou que é possível mudar alguma coisa sem ter que recorrer à representação de política. O que a Igreja Evangélica precisa não é de um projeto político, mas de um projeto de evangelização.
Se isto não acontecer, vai enfrentar problemas. Da mesma forma que hoje as lideranças petistas e pessedebistas já estão deixando de ser agentes de mudança e se tornando peças de um museu político, a Igreja Evangélica Brasileira, pode ter o mesmo destido da Igreja da Suécia e do Canadá, onde os pastores, com medo de perderam a imunidade tributária, estão celebrando bênçãos matrimoniais de casamentos gays.
É preciso ler o que está escrito nas cartolinas da juventude.
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