sexta-feira, março 04, 2011

Johann Gutenberg e blogs evangélicos

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Bible, Luther Translation

"Bemühe dich darum, dich vor Gott zu erweisen

als einen rechtschaffenen und untadeligen Arbeiter,

der das Wort der Wahrheit recht austeilt."

2 Timotheus 2:15

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Joao Cruzue

Você sabia que Johann Gutenberg era judeu e que sua invenção influenciou a vida de bilhões de pessoas, em todas as nações, durante cinco séculos? Sabia também que 35% dos laureados com o Prêmio Nobel são judeus? Tudo isto tem muito a ver com a palavra escrita e no limiar deste novo século, a partir de 1992, uma outra revolução está acontecendo onde a era da mídia impressa está sendo substituída rapidamente pela era digital. Se você ainda não edita um Blog, mas tem um compromisso de fidelidade com o Senhor Jesus Cristo, dê-me cinco minutos para lhe mostrar coisas novas que talvez ainda não sabe.

A segunda razão de tantos judeus ficarem em evidência tem uma explicação: por motivos religiosos Israel sempre focou em educação. Já na época de Cristo não havia analfabetismo em Israel. E antes disso, Deus já tinha provido meios de influenciar sucessivas gerações de judeus, escrevendo sua vontade na Torah. A Bíblia que temos hoje é o maior exemplo da prioridade divina.

Nos dias que seu filho está saindo para o campo missionário, William Carey lhe deu este conselho: Primeiro ensine o povo a ler; depois pregue o Evangelho". Naturalmente usando a palavra escrita.

Hoje, 500 e poucos anos anos depois de Gutenberg, há uma nova revolução na forma de transmitir a palavra escrita. Desde 1992 é possível abrir páginas virtuais com textos e imagens na tela de um monitor. É um formidável salto tecnológico.

Há mais de 2 bilhões de almas lá fora que podem ler a palavra de Deus através de um monitor ou celular. E este número está crescendo.

Deus tem nos dado os meios, gratuitos, para dizer aos quatro cantos da terra
que Jesus Cristo, seu unigênito, salva os perdidos, perdoa pecadadores, cura enfermos, expulsa demônios, ressuscita mortos, levanta caídos, ama os discriminados, reconcilia os distantes, alegra os tristes, batiza com o Espírito Santo, porque seu nome é Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.

Por um lado, há uma promessa divina de que toda palavra enviada na vontade de Deus não voltará vazia, mas irá, e prosperará, e cumprirá o propósito para que foi enviada. Por outro, ainda há falta de iniciativa ou de atitude daqueles que invocam o nome do Senhor, mas ainda não atentaram para uma das últimas oportunidades que Ele nos dá.

Ou você acha que esta revolução nas comunicações virtuais veio do nada, sendo um simples fruto do acaso? Não! O Altíssimo tem novos propósitos à medida que os séculos passam e a humanidade adquire maturidade para entender os propósitos divinos.

Eu creio, e sempre martelo está mesma visão: que toda liderança evangélica deveria publicar conteúdo cristão na Internet. Sair de uma posição confortável (leitor) para subir um degrau a mais na escala da efetividade, se tornando um publicador de conteúdo. Muitos respondem que há falta de tempo; mas na verdade a grande maioria não escreve por timidez ou receio de não escrever direito e ser criticada.

Não guarde suas experiências com Deus apenas para você. Compartilhe com o mundo. Isto mesmo! Compartilhe seu testemunho, as bênçãos que você tem recebido de Deus, as palavras que Ele tem falado ao seu coração. Outros também precisam ouvir. Isto é ir na contramão do pós-modernismo; deixar o caminho do individualismo para investir na visão de João: "Tantos como areia da praia".

O caminho mais simples para falar de suas experiências com Deus na Internet é através de um blog. Simples, gratuito, fácil de publicar, basta querer. Irmão, seu espaço na Internet ainda está vazio. Conquiste-o! E para não ficar apenas em palavras, aqui vão dois endereços para você aprender algumas dicas: Como Blogar e Curso de Blogs.


Irmão João Batista Cruzué

Associação de Blogueiros Cristãos.

cruzue@gmail.com






Jesus e as Mulheres


Sinner woman


"COM AS MULHERES"

Autor: Paulo Brabo


"–Está vendo essa mulher?

Eu entrei na sua casa e você não me ofereceu

água para lavar os pés.

Ela, no entanto, lavou meus pés com lágrimas,

e enxugou-os com os seus cabelos.

Você não me cumprimentou com um beijo,

mas ela, desde que entrou,

não parou de beijar-me os pés.

Você não me derramou óleo sobre a cabeça,

mas ela passou essência perfumada nos meus pés.
"


Lucas 7:44-46


"A distância cultural nos impedirá para sempre de apreender a extensão da sua influência e a absoluta novidade da sua postura, mas é certo que nenhuma outra figura masculina da antiguidade oriental – seja no domínio da realidade ou da ficção – sentiu-se mais à vontade entre as mulheres do que o Jesus dos evangelhos. Nenhum outro personagem do seu tempo, e talvez de tempo algum, fez mais para corrigir a distorção das lentes culturais através das quais a imagem da mulher era interpretada – e em muitos sentidos permanece sendo.

A singularidade de Jesus nesse aspecto não é menos do que tremenda. Acho notável ao ponto do milagroso que as posturas de Jesus diante das mulheres, conforme descritas nos evangelhos, não tenham sido censuradas posteriormente por homens menos preparados do que ele para abraçá-las.

É preciso lembrar o óbvio, que não faz cem anos que as mulheres alcançaram status social igualitário no ocidente, o que os evangelhos descrevem que ocorreu há dois mil.

Numa época em que um marido não deveria se dirigir à própria esposa em lugar público, e que homem algum deveria trocar palavra com uma mulher desconhecida (em ambos os casos para proteger a sua honra, não a dela), o rabi de Nazaré buscava a companhia amistosa de mulheres, puxava conversava com elas, tratava-as com admiração e naturalidade, interessava-se sem demagogia pelos seus interesses, deixava que tocassem publicamente o seu corpo e o seu coração.

O Filho do Homem não se constrangia em ser sustentado por mulheres, não virava o rosto à possibilidade de ser acarinhado por elas, não hesitava em recorrer a imagens que diziam respeito ao seu dia-a-dia, não sonegava histórias em que mulheres eram (muito subversivamente, na ótica do seu tempo) exemplo de humanidade, de integridade, de engenhosidade e de virtude.

Falamos de um tempo, num certo sentido não muito distante, em que os homens que não denegriam abertamente a imagem da mulher soterravam-na por completo debaixo de idealizações simplistas. Dependendo de quem estivesse falando, a mulher era vista como incômodo necessário, como homem imperfeito, como criança, como objeto mecânico de desejo, como objeto idealizado de poesia, como animal fraco e sensual; figura às vezes inocente, às vezes desejável, normalmente imprevisível, normalmente indigna de confiança e invariavelmente inferior.

Contra esse cenário, o rabi de Nazaré resgatou uma mulher adúltera das garras da justiça e da morte sem recorrer ao que seria o mais fácil e popular dos argumentos antes e depois dele, o que afirma que a mulher é criatura de mente obtusa e vontade fraca, particularmente suscetível às sensualidades da carne. Em um único golpe eficaz ele transferiu a culpa da mulher acuada para seus acusadores, todos eles homens, emblemas de poder e desenvoltura, até serem publicamente dissolvidos pela mão de Jesus. A vítima, transgressora, foi ao mesmo tempo salva da condenação e tratada, talvez pela primeira vez, como um ser humano independente e responsável (João 8:1-11).

Aqui estava um homem que, irresistivelmente, olhava para as mulheres sem rebaixar-se a preconceitos ou recorrer a idealizações. Jesus lia as mulheres como seres humanos, e foram necessários séculos para que o mundo arriscasse repetir a sua ousadia. Ainda hoje, transcorridos milênios ineficazes, não há homem que esteja imune a ler a mulher através de estereótipos novos e velhos; ainda somos tentados a enxergar o homem incompleto, a flor de pureza, a criança sem rédea. Mas ali, nas esquinas empoeiradas de um canto do mundo, as estruturas do mundo social haviam sido abaladas para sempre.

Para mim não há evidência maior de que o espírito subversivo de Jesus permaneceu vivo nos primeiros discípulos, logo após a ressurreição, do que a descrição da comunidade de seguidores em Atos 1:14: “Todos estes [homens] perseveravam unanimemente em oração, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele”.

Este com as mulheres me pega desprevenido todas as vezes, tanto pela sua necessidade quanto pelo impensável que representava no seu tempo. Em retrospecto é difícil avaliar o quanto está sendo efetivamente dito aqui, mas é preciso lembrar constantemente que naquela cultura as esferas de atividade de homens e mulheres eram divididas ao ponto do incompatível. Essa fenda corria de uma ponta à outra o tecido da sociedade, mas seu ponto nevrálgico talvez residisse na esfera religiosa, na qual era preciso ser homem para ter participação eficaz – isto é, para ter acesso verdadeiro e relevante à divindade.

Na visão de mundo vigente, homens e mulheres habitavam espaços separados no universo; essa incompatibilidade era espelhada na sociedade e prontamente celebrada através de espaços diferenciados de adoração. Tanto o Templo quanto as sinagogas tinham áreas separadas para homens e mulheres, e os recintos reservados para os homens ficavam invariavelmente mais próximos de Deus. Era uma sociedade em que não ocorreria a ninguém colocar homens e mulheres compartilhando voluntariamente de um mesmo espaço, muito menos um espaço religioso.

Agora que Jesus havia subido ao céu e os homens de branco haviam dito que mantivessem os olhos fixos na terra, os discípulos viram-se diante de um problema e de um embaraço. Jesus, o amigo das mulheres, havia partido, mas as mulheres haviam ficado. Deveriam eles, homens de respeito e maridos de boa fama, retornar ao antigo e unânime padrão social, devolvendo as mulheres ao seu devido lugar? Agora que Jesus não estava mais ali para efetuar a sua mágica, não seria inevitável que restabelecessem a fenda social que ele havia coberto temporariamente? Quando a multidão de seguidores retornasse a Jerusalém (onde Jesus dissera que aguardassem) deveriam o grupo de discípulos e o de discípulas “perseverar unanimemente” em recintos separados?

Escolher o contrário, escolher o abraço comunitário e a convivência santa nos padrões inaugurados por Jesus, seria nadar contra a corrente de todas as instituições sociais em efeito no seu tempo. Um observador só encontraria um modo razoável de interpretar uma reunião voluntária e regular entre homens e mulheres: como ocasião para licenciosidade. Foi efetivamente dessa maneira que as reuniões cristãs “de amor” foram interpretadas por seus antagonistas ao longo de seus primeiros séculos. Tinham que ser desculpas para sexo – porque, que mais poderia um homem querer fazer com uma mulher?

A momentosa decisão encapsulada nesse único verso demorou a encontrar compreensão e aceitação, tanto dentro quanto fora do grupo. Escolhendo reunir-se regularmente no mesmo recinto, tanto homens quanto mulheres abriram voluntariamente mão da ficção da “boa fama” em troca da generosidade, da inclusão e da convivência. Escolhendo sentar-se de modo criativo ao lado de um Outro com quem não criam ter nada em comum, romperam um véu ancestral e convidaram o mundo a explorar um universo de possibilidades inimaginadas. Nos dois casos, seguiam o desafio formidável deixado pelo exemplo de Jesus".


Fonte: Bacia das Almas - Paulo Bravo




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