terça-feira, junho 09, 2009

A Reforma da Reforma


"Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor a tua obra no meio dos anos,
no meio dos anos a notifica;na ira lembra-te da misericórdia."
Habacuque 3; 2


João Cruzué

O filme "Lutero", com o ator britânico Joseph Alberic Fiennes no papel principal, é meu "DVD" de cabeceira. Volta e meia eu o assisto e sempre me emociono. As cenas iniciais são mal trabalhadas, mas o desfecho é uma obra prima. Hoje, entretanto, o ângulo de abordagem vem acompanhado de assunto novo. A Reforma de 500 anos atrás está esgotando sua massa crítica.

Quando Johann von Staupitz, o mestre de Lutero, o enviou à Roma para aprender, o discípulo voltou dias depois cora de vergonha e ira santa. Venda de indulgências. Exploração da fé dos crédulos pelos ministros da ICR e a frase terrível: Quando a sua moeda tilintar na caixa do tesouro, a alma do seu ente querido deixará imediatamente o purgatório e será levada ao Céu. Para não falar em fornicação, prostituição, consagrações de chapéus de bispos e arcebispos através de negociatas.

"Roma é um esgoto aberto" Esta frase está no filme. Ela resume a impressão que Luthero teve de Roma. Não estava em seus planos fundar uma nova Igreja. Mas Deus sim, tinha planos para reformar ou que a Igreja como instituição terrena nascesse de novo.

Fico da mesma forma muito impressionado com a "lisura". O"trato" com o dinheiro. A obsessão pelo mando. O gosto pela política profana. A deterioração do compromisso de santidade. Isso e mais outro tanto, que as lideranças Igreja evangélica brasileira vem oferecendo aos olhos admirados dos ímpios e dos crentes.

Um "espetáculo" do crescimento.

Crescimento da omissão. Faltam planos e ações de evangelização nas praças. No campo. Nas periferias. Nas favelas. Sobra muita conversa. Muita "palavra". Falta amor. Compromisso com Deus. Coro de vergonha ao relatar que os agentes do "tráfico" estão ocupando o vácuo de autoridade que o Estado e a Igreja Evangélica deixaram nas favelas e morros das grandes cidades. Um "espetáculo" de crescimento!

O que fizeram do Evangelho? Se uma pesquisa fosse feita, hoje, no meio das ruas e fosse perguntado aos não crentes apenas isso: Quando um crente venha falando para você de Jesus, você acha que ele de fato está interessado em sua alma ou em seu bolso?

A resposta fica por sua conta.

Este é o "espetáculo" do crescimento que o neopentecostalismo trouxe. E a culpa não é somente dele. Uma multidão de pregadores da outra seara também faz muito "sucesso" mexendo com as emoções do povo em um processo circular e vicioso. Um "evangelho" feito sob medida para se dar bem.

Uma nova modalidade de negócio parece que já chegou à praça. Franquias de "igrejas". Depois disso eu não preciso escrever mais nada. A não ser mais uma coisa: Este fenômeno é global. Não fui em quem descobriu a roda. O diagnóstico é antigo.

Será possível que a Igreja evangélica está à beira da mesma loucura dos tempos que antecederam à Reforma? A conta desta loucura vai ser barata? Não, com certeza não vai. Este 3º milênio ainda nos espera com muitas surpresas desagradáveis.

Então como Habacuque fez, só me resta orar. Orar com os olhos e com a alma.

Se nos humilharmos. Abrirmos os olhos. Nos daremos conta de que os dias são maus. Muito maus. Orando como o profeta, quem sabe Deus nos ouça e se apiede de nós, com mais uma Reforma.

A Reforma da Reforma!




Egoísmo na blogosfera evangélica

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João Cruzué

Sou compelido a fazer esta crítica para expressar opinião sobre uma atitude que discordo veementemente. Uma blogosfera elitizada só para duas dúzias de blogueiros evangélicos. Eis as razões.

A WEB não foi criada por pesquisadores evangélicos. Os 13 servidores que administram o consórcio da Rede Mundial de Computadores não são custeados com dinheiro de evangélicos. As três maiores plataformas de criação gratuitas blogs disponíveis, não são de empresas evangélicas. Usamos precariamente esta supertecnologia virtual de f-a-v-o-r.

Os blogs, páginas online de comunicação digital globalizada, não são produtos da generosidade evangélica. Estão a nosso serviço, enquanto geram receitas de anúncios para seus donos. Nem anúncios nós pagamos.

Por isso, quando vejo alguns blogueiros, egoístas, presunçosos, pseudos-intelectuais, bramando contra a democratização e a popularização do uso de Blogs por toda e qualquer liderança evangélica, eu não posso concordar. Quem nada contribuiu para que esta bênção esteja ao alcance de todos, não tem o direito de escondê-la só para si. Ou para seu clubinho de admiradores.

Concordo quando dizem que não se pode sair por aí postando asneiras. Baboseiras. Frases que agridem a língua portuguesa. Mas pior que isso seria uma visão elitista. Narcisista. Injusta. Quem nada fez para disponibilizar uma WEB.3 democrática a alcance de todos, precisa levantar a cabeça. Erguer os olhos. Olhar os campos e deixar de olhar para baixo, para o próprio umbigo. Atitude mais justa e coerente com um caráter cristão seria ensinar o uso deles.

Nós, da UBE - União de Blogueiros Evangélicos, não concordamos com esta visão míope. Da mesma forma que Deus iluminou a mente de Gutemberg. Para inventar a imprensa e editar a Bíblia Sagrada, a fim de popularizar sua leitura. Também temos um projeto em que Blogs devem ser popularizados entre as lideranças evangélicas.

Chegou a hora da publicação maciça da Palavra de Deus para a geração "Msn".

Os que são contra, estão desconsiderando o passado. A Reforma. Lutero. O início da fé evangélica. Alguém precisava reafirmar esta verdade, para combater mais este
sofisma. Os Weblogs não devem ser privativos de meia dúzia de blogueiros "evangélicos" egoístas. Cada liderança evangélica, precisa de um blog, para pelo menos contar, usando as próprias palavras, quão grandes coisas o Senhor tem feito por ela.

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