domingo, agosto 24, 2008

Quando vem o perfume da benção



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Caravan 1975
João Cruzué

Hoje eu preciso contar um testemunho que cumpriu-se há cerca de 23 anos, repetiu-se esta tarde na vida de uma colega de trabalho. Ele tem promessas firmes de bênçãos que ainda vão se cumprir na vida de muitos leitores do Blog Olhar Cristão. Guarde bem todas essas palavras no coração.

Em 1984 minha esposa estava no Colégio Dimensão, na Praça Floriano Peixoto, Bairro de Santo Amaro - São Paulo. Nós tínhamos decidido comprar um carro, pois ela estava grávida de uns cinco meses e andar de ônibus tão pesada era um pouco desconfortável. Então passamos a procurar nosso primeiro carro.

Na Avenida Adolfo Pinheiro, bem no começo da Vereador José Diniz, havia uma loja de carros usados e uma Belina II vermelha que por ela me "apaixonei". Preço Cr$3.200.000,00. Zeros que se perdiam de vista, enquanto nosso dinheiro não chegava a tanto.

Um dia, vindo da cidade, desci no Brooklin um ponto antes da agência Colonial do Bradesco. Meu Tio Joel (já falecido) morava na Rua Roque Petrelha e a Tia Bê era a melhor costureira de São Paulo. Eu levava nas mãos um tecido para que fizesse uma bata.

Ao descer caminhei pela rua cuja esquina tinha a Loja de Pneus DPascoal - aquela do "Nestor" ao seu dispor e do "Alemão" a sua disposição - uma antiga publicidade na televisão. Não havia caminhado 50 metros quando vi uma Caravan, marron de pintura metálica, estacionada com uma placa no vidro da janela: Vende-se. Preço: Cr$2.850.000,00. Memorizei o telefone e chegando à casa do Tio Joel contei tudo para ele.

--Batista, ele telefonou no outro dia: Fui lá, examinei, e nunca vi um carro usado com um motor e chassis tão conservados. "Pode comprar porque é bom negócio, mas venha logo", ele recomendou. Tio Joel era motorista profissional. Orei, e fui buscar a minha Caravan!

Qual não foi a surpresa, quando em frente ao prédio ao falar pelo telefone com o dono ouvi estas palavras: Acabei de vender!


Fiquei muito decepcionado. No ponto a caminho de casa, enquanto o ônibus não vinha eu pensava: Senhor, mostras-me aquele "carrão", faz-me sentir o cheiro da bênção e depois ele vai para outro, deixando-me apenas com água na boca?

Chegando em casa tomei uma atitude: liguei de novo para o dono da Caravan. Atendeu a irmã dele: "Moça, há pouco falei com seu irmão sobre a Caravan e ele me disse que já tinha vendido; por favor tome nota do meu telefone para o caso de alguma coisa e ela anotou.

Meia hora depois,
liga do dono da Caravan: Desfiz o negócio, pode vir buscá-la, pois agora é sua.Não preciso nem dizer a alegria que minha esposa e eu sentimos. Ficamos com aquele carro por uns bons cinco anos.

Hoje à tarde, uma colega de trabalho, que vou chamar de AJ, estava preocupada com uma possível bolsa integral de estudos do Pro-Uni; carreira de Ciências da Computação. Acontece que suas duas últimas semanas foram muito atribuladas. Com problemas até no CPF receava ter perdido o prazo e a bênção que ela também já tinha sentido "perfume" bem de perto - como eu.

Então contei-lhe exatamente o mesmo testemunho escrito acima, e ainda disse: Se o Senhor já fez você sentir o gosto, o cheiro da bênção, tenha certeza de que ela vai ser mesmo sua.

No final da tarde, AJ recebeu um telefonema da secretaria da Universidade comunicando que eles lhe tinham concedido a bolsa integral. Ela ficou contentíssima.

Eu me alegrei no Espírito e decidi escrever este testemunho, pois o Senhor não deixa nenhum filho/a Dele apenas com o gosto ou o perfume da bênção. Após o cheiro, vem a bênção de verdade.

Em nome do Senhor Jesus prepare-se. O que parecia ser seu - ainda é. Já pensou se eu tivesse voltado para casa e não tivesse ligado outra vez e deixasse meu telefone com o dono da Caravan? Esqueça o que deu errado até agora e volte, como fez Moisés ao palácio de Faraó. Vá insistindo, e insistindo, e nunca desista, pois assim é que Jesus vai dar esta vitória para você.


João Cruzué
Blog Olhar Cristão

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Quando falta o cimento

Betoneira
João Cruzué

Por natureza somos interessados em sonhos, e mais ainda: em querer ser entendidos em decifrá-los. Mas há sonhos comuns e sonhos espirituais. Minha filha mais velha, desde pequena, tem sonhos espirituais. Mas eu costumo brincar que não vejo e não sonho nada. Ou quase isto, porque de um deles não me esqueço.

Cerca de uns dez anos sonhei com uma Igreja e pelo conteúdo do sonho percebi que não era produto de "barriga cheia" - como costumo chamar aqueles sonhos sem "pé nem cabeça" que vez por outra ouvimos ou sonhamos.

Eu passava por uma Igreja, em construção. Minha atenção foi induzida a ver dois detalhes: a frente do templo, na parte superior, estava fora de prumo, cerca de meio metro. E a as duas colunas também da frente do templo, tanto a de um canto quanto a do outro, estavam com os ferragens à mostra e com um dos vergalhões arrebentados, na meia altura entre o chão e a laje superior. Resumindo - Fora de prumo e colunas com ferragens quebradas e à mostra.

Quando observei mais atentamente, a segunda laje estava arriada parcialmente na parte de dentro porque duas colunas internas cederam - e era o lugar do Círculo de Oração. O templo estava em fase de colocação de tijolos e um novo pastor estava chegando para trabalhar na construção, e com ele vinham cooperadores com carrinhos de pedreiro prontos para continuarem a construção.

Nesse ponto fiquei preocupado com a situação. Eu sabia que não era possível para o novo pastor levantar as paredes de tijolos que faltavam, porque a construção estava caída meio metro, fora do prumo. E como a laje superior estava arriada, só cabia um recurso - derrubar toda construção e começar tudo de novo. Por isso fiquei com pena do pastor.

Neste interim, alguém fez uma pergunta para mim: Você sabe por que está construção está condenada? E antes mesmo que eu dissesse não, ouvi a resposta de forma muito claro: Foi porque puseram pouco cimento. E na vida real, foi aquilo mesmo que aconteceu.

Mas por qual motivo o Senhor me mostraria tudo aquilo, a mim que sempre fui um zero em assunto de sonhos espirituais? Em um primeiro momento foi um conselho para que não embarcasse na canoa dos críticos, atiradores de pedras em pastores. Mas seria só por isso? E qual seria o significado da falta do cimento - a causa da queda parcial da segunda laje?

Busquei interpretações durante muitos anos sobre o tal cimento. A primeira vista seria um fornecimento fraco de alimentação aos féis - uma palavra sem substância - mas isso estava longe da realidade. Não, o cimento que faltava não era pela ausência de boa palavra.

Era mesmo falta de amor.

O que fortalece os laços da família?É o amor do pai e da mãe - principalmente no tocante ao estoque de "nãos" cujo valor já foi explorado em outra mensagem nossa " O significado bíblico do não". Quem ama não faz vista grossa - corrige de fato. O amor de Deus, muito maior que amor dentro da família também se expressa na Igreja na medida que exercita o cuidado, o carinho, o conhecimento da situação e talentos inerentes a cada ovelha.

Uma igreja que não visita, que não está atenta aos problemas de novos convertidos, que não mais discipula - está usando pouco cimento. Uma Igreja cujos oficiais estão mais preocupados com cargos, competições, mesquinharias, adulações, está usando pouco cimento. Um pastor que sabe que sua ovelha está sendo arrastada para o abismo pelos lobos, por um pecado ou fraquesa e simplesmente espera que ela o procure, por falta de coragem de confrontar ( como fez o profeta Natã) está usando pouco cimento.

Também está usando de pouco cimento, o pastor que sabe que os jovens e adolescentes de sua Igreja estão indo para as madrugadas atrás de baladas e bailes funks, ou pior, está construindo sem cimento. O Senhor não se agrada dessas coisas. Ele deu talentos e ministérios a pastores, mestres, doutores, presbíteros, diáconos - não foi para, depois do prejuízo, ouvir repostas racionalizadoras.

Certa família tinha dois cachorrinhos. Precisando fazer uma viagem, bateram à porta do vizinho e pediram-lhe que cuidasse dos animais até que voltassem. E assim ele fez. Mas um dia, esqueceu o portão aberto e o cãozinho mais bonito escapou e foi atropelado na rua. A família voltou e ficou muito triste com a notícia da perda do animal. O vizinho pôs a culpa no cachorrinho, dizendo que ele era rebelde

Os
cuidados pastorais da Casa do Senhor são de grande responsabilidade. Se um pastor está a frente dela é porque tem capacidade, autoridade de Deus e os talentos necessários para cumprir bem a função. Deus garante isso e é uma posição de honra. Se houver negligência e omissão no cuidado das ovelhas, e disso resultar uma igreja "fora de prumo" com "lajes arriadas" e ovelhas dispersas a mercê do "lobo", a primeira conseqüência disso vai acontecer na casa do Pastor.

Se a Igreja cair por falta de cimento, o muro da graça que cerca a família dele também vai cair e será um brecha que não terá reparo. Pastor, veja, portanto, se há cimento suficiente na massa e não descuide do prumo.


João Cruzué
olharcristao.blogspot.com
cruzue@gmail.com

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