segunda-feira, abril 21, 2008

A Igreja católica sob Bento XVI

Muda o sacerdote, muda a Lei

Photobucket
Carol Woityla e Joseph Ratzinger

João Cruzué

Muda o sacerdote, muda a lei. Sobre esta afirmação, ouvida de muitos pastores, vamos fazer uma análise da nova orientação política da ICR implementada pelo papa alemão Joseph Ratzinger - Bento XVI, o sucessor do polonês Carol Woityla - João Paulo II.

João Paulo II travou pela ICR uma guerra contra o comunismo, principalmente no Leste Europeu, e enfrentou em todo o Terceiro mundo a perda constante do rebanho em favor das Igrejas Evangélicas, leia-se: o movimento pentecostal, principalmente na América Latina. Quanto ao comunismo, a partir da Polônia - sua terra natal - e sua derrocada em série a partir da queda do muro de Berlim, pode-se dizer que foi vitorioso. Também quanto ao mesmo "ismo" enrustido sob a bandeira da Teologia da Libertação, na América Latina, usou do rolo compressor - acionado por Monsenhor Joseph Ratzinger - para destituir bispos, diluir o poder de dioceses - como a de São Paulo - que foi dividida em quatro, além de calar a boca de seus teólogos, por exemplo: Frei Leonardo Boff. Nisto também logrou êxito. E uma das políticas adotadas para preencher o vácuo da Teologia da Libertação, foi o apoio do Movimento Carismático - importado dos Estados Unidos - cuja maior sede no Brasil está em Cachoeira Paulista-SP, propositalmente perto de Aparecida do Norte, sendo sua maior expressão a pessoa do Padre Marcelo Rossi.

A perda constante do rebanho no Terceiro Mundo, principalmente na América Latina em favor das "seitas" evangélicas - assim denominada nos meios católicos - ela continua acontecendo, porém à taxas menores, não propriamente por causa dos esforços do papa, mas pelo abandono da evangelização dos mais pobres - uma opção talvez inconsciente mas desastrosa que vem acontecendo entre as Igrejas evangélicas. Elas estão esquecendo-se de que o Evangelho traz prosperidade, e a prova disso está dentro delas mesmas.

Na terceira semana de abril/2008 o Papa Benedicto XVI empreendeu viagem aos Estados Unidos da América com o propósito básico de reverter a publicidade negativa que a Igreja Católica passa, desde a última década, quanto aos casos de molestamento de crianças e adolescentes vítimas de sacerdotes católicos, acobertamentos, vista grossa principalmente por parte de Dom Bernard Law, ex-bispo da Diocese de Boston, a maior diocese americana. Bento XVI, pediu perdão em nome da Igreja Católica enquanto comemorava seu 81º aniversário e terceiro ano de pontificado em grande estilo em Washington, além de discursar na sede do Parlamento das Nações, em Nova York, sobre os 60 anos da Carta dos Direitos Humanos.

O que ele foi fazer ali? Motivos financeiros, e política nos dois sentidos. A maior fonte de financiamento de missões evangélicas do planeta vêm Dos Estados Unidos da América. Bento XVI pretende virar o jogo e participar mais do bolo com publicidade positiva, justamente no momento em que a campanha para a eleição presidencial americana pega fogo, tempos em que nenhum político se atreveria a criticá-lo sob pena da antipatia do voto dos católicos. Uma visita de muitos frutos e pouco risco.

Enquanto a imprensa brasileira focou o caso Isabella durante a semana inteira, a grande imprensa americana, leia-se New York Times, Washington Post, USAToday, etc., trazia a foto do Papa e seus atos nas páginas principais por vários dias.

O que mudou de João Paulo II para Benedicto XVI?

João Paulo II era um Papa missionário com uma imagem popular. Foi bem sucedido em sua guerra contra o comunismo, mas o comunismo acabou. Bento XVI é diferente: não tem o mesmo carisma popular, mas age com grande desembaraço entre as autoridades políticas, pois fala uma linguagem que elas entendem bem - o "toma lá dá cá".

Os primeiros sinais dessa nova ordem são: uma simpatia romana por candidaturas de sacerdotes e bispos para cargos nos congressos de nações com sinais de secularismo tais como: aprovação do casamento gay, lei do aborto, etc. O fato atual mais evidente é o sinal verde do Vaticano para o ingresso de padres da ICR nas próximas eleições da Espanha. O inimigo agora não queima igrejas nem expulsa sacerdotes; ele se apresenta de uma forma liberal onde tudo deve ser permitido em nome do moderno. O resultado acaba sendo o mesmo: igrejas vazias.

Não se sabe se houve participação direta de Roma, mas Dom Fernando Lugo, um ex bispo católico acaba de conquistar a presidência do Paraguai, encerrando 60 anos de mando do partido Colorado naquele país. No Brasil, padre Marcelo Rossi comemora uma freqüência de 42% de católicos nas missas hoje, graças ao movimento carismático, comparados com 0s 4% anteriores ao movimento.

Se alguém pensa que a Igreja Católica já faz parte do passado, engana-se. Ela se mantém viva há 1500 anos, contextualizando-se e metamorfoseando-se sob os movimentos religiosos mais promissores de cada época copiando sem nenhum receio suas formas e liturgias de culto. Embora nós evangélicos sejamos uma corrente do mesmo Cristianismo, há uma diferença básica entre nós. Os evangélicos seguem a Bíblia e adoram Jesus Cristo, os católicos seguem o papa e embora digam que não, prestam mais cultos a Maria, sob as várias formas de "Nossas Senhoras" do que propriamente ao Cristo Senhor.

Bento XVI completou 81 anos no dia 16 de abril de 2008. Embora tenha idade avançada, sua saúde aponta para um pontificado de vários anos, cujo foco ele já determinou: marcar a volta da ICR ao cenário político para conter a secularização dos congressos das nações, e estancar a perda de fiéis para as igrejas evangélicas entre as nações do Terceiro Mundo.

A julgar pela elitização da Igreja Evangélica no Brasil pelo abandono da evangelização dos mais pobres, a taxa de perda do rebanho católico para as searas evangélicas pode mesmo tender a zero em poucos anos.

Mas isso pode mudar, basta que se corrija o foco.


João Cruzué
Para o Blog Olhar Cristão
cruzue@gmail.com
.

sábado, abril 19, 2008

A Igreja Evangélica em debate


Jornal El Colombiano.net
*


LAURIE GOODSTEIN
Ano 2005 - The New York Times News Service

NUEVA YORK - En casi cualquier parte del mundo, con la notable excepción de Europa Occidental, la religión es ahora una fuerza en ascenso. Los países ex comunistas están muy activos con constructores de mezquitas, misioneros cristianos y empresarios espirituales independientes de todas las creencias posibles.

.
En China, "iglesias domésticas" clandestinas están proliferando tan rápidamente que ni las autoridades ni líderes cristianos pueden llevar un conteo confiable. En gran parte de Sudamérica y Centroamérica, exuberantes iglesias de Pentecostés, donde los devotos captan del Espíritu Santo y hablan en idiomas que desconocen, continúan propagándose, desafiando la tradición católica romana. Y en Estados Unidos, los conservadores religiosos, triunfantes por su papel en la reelección del Presidente George W. Bush, están afirmando cada vez más su poder en la política, los medios y la cultura.

El tsunami en Asia pudiera provocar un renacimiento religioso también, conforme las víctimas y testigos se vuelquen en las mezquitas, templos e iglesias para que les ayuden a comprender la catástrofe y en busca de ayuda humanitaria.

¿Qué representa toda esta religiosidad creciente? Es fácil suponer que un mundo más religioso significa un mundo más dividido, donde el conflicto violento sea avivado por movimientos fundamentalistas violentos.

Pero algunos expertos religiosos dicen que aunque es evidente que la religiosidad está en ascenso, no es tan claro que lo esté el fundamentalismo. En realidad, podría haber una creciente reacción negativa contra el fundamentalismo violento de cualquier creencia.

La religión de más rápido crecimiento en el mundo no es algún tipo de fundamentalismo, sino el ala de Pentecostés del Cristianismo. Mientras que los fundamentalistas cristianos se enfocan en la doctrina y la infabilidad de las Escrituras, lo que es más importante para los pentecosteses es lo que llaman la oración "llena de espíritu", incluido hablar en idiomas que desconocen y la sanación milagrosa. Brasil, donde misioneros estadounidenses sembraron el pentecostalismo a principios del siglo XX, ahora tiene una congregación con sus propios estación de televisión, equipo de soccer y partido político.

La mayoría de los expertos del Cristianismo creen que la iglesia más grande del mundo es una de Pentecostés -- la Iglesia Evangélica Llena de Yoido en Seúl, Corea del Sur, que fue fundada en 1958 por un budista converso que celebó una reunión de oración en una tienda que levantó en una barriada. Más de 250 mil fieles asisten para orar cada domingo.

"Si comprara una acción en el Cristianismo global, la compraría en el pentecostalismo", dijo ...
Martin E. Marty, profesor emérito de la historia del Cristianismo en la Escuela de la Divinidad de la Universidad de Chicago y co-autor de un estudio de movimientos fundamentalistas. "No la compraría en el fundamentalismo".

Después de la elección presidencial estadounidense en noviembre, algunos comentaristas liberales advirtieron que la nación estaba al borde de ser tomada por "fundamentalistas" cristianos.

Pero en Estados Unidos actualmente, la mayoría de los protestantes que conforman lo que algunos llaman la derecha cristiana no son fundamentalistas, quienes están más inclinados a crear enclaves separatistas, sino por evangélicos, que se involucran en la cultura y comparten su fe. Marty define el fundamentalismo como esencialmente una reacción negativa contra el laicismo y la modernidad.

Por ejemplo, en la fundamentalista Universidad Bob Jones, en Greenville, Carolina del Sur, no se permite a los estudiantes escuchar música contemporánea de ningún tipo, incluso rock o rap cristianos. Pero en el Wheaton College en Illinois, una importante escuela evangélica, la música cristiana contemporánea es algo regular para muchos estudiantes.

El fundamentalismo cristiano surgió en Estados Unidos en los años 20, pero ya estaba en declinación para los años 60. Para entonces, había sido superada por el evangelicalismo, con sus reuniones de renacimiento estilo Billy Graham, estaciones de radio y seminarios.

La propia palabra "fundamentalismo" ha caido de la gracia entre los cristianos conservadores en Estados Unidos, no menos porque ha llegado a ser asociada con el extremismo y la violencia en el extranjero.

El fundamentalismo en las creencias no cristianas se convirtió en un fenómeno en el resto del mundo en los años 70 con "el fracaso y la bancarrota de los credos liberales laicos y nacionalistas en todo el mundo", dijo Philip Jenkins, profesor de historia y estudios religiosos en la Universidad Estatal de Pensilvania. Entre los "credos arruinados" estuvieron en nacionalismo, el marxismo, el socialismo, el pan-arabismo y el pan-africanismo.

"A partir de los años 70, vimos el crecimiento no sólo de una religión más conservadora, sino de la religión con una inclinación política", dijo Jenkins, autor de "The Next Christendom: The Coming of Global Christianity" (La Próxima Cristiandad: La Venida del Cristianismo Global).

Ahora, el futuro del fundamentalismo es confuso, con varias tendencias contradictorias trabajando simultáneamente.

Hay pocas dudas de que un fundamentalismo puede alimentar a otro, avivando el reclutamiento e intensificando una especie de carrera armamentista religiosa. En el estado de Meseta Cental de Nigeria, pandillas musulmanas y cristianas han destrozado las aldeas de unos y otros en los últimos años, dejando decenas de miles de muertos y desplazados. En disturbios en India en 2002, más de mil personas, la mayoría de ellas musulmanas, fueron asesinadas por hindúes en el estado de Gujarat -- en represalia por un ataque musulmán un día antes contra un tren lleno de hindúes, en el que murieron 59 personas.

Husain Haqqani, comentarista político paquistaní y experto visitante en la Fundación Carnagie para la Paz Internacional en Washington, dijo que los insurgentes en Fallujah, Irak, reclutaron combatientes con el rumor falso de que los cruzados cristianos de la organización de socorro del reverendo Franklin Graham, Bolsa del Samaritano, estaba en camino para convertir a los musulmanes. (Graham es conocido en todo el mundo musulmán por su declaración de que el islamismo es una "religión muy malévola y perversa").

La prominencia del clérigo cristiano en la coalición de Bush también ayudó a avivar esa intensificación del fundamentalismo, dijo Haqqani. Poco después de la elección dijo que recibió una llamada de un mullah en Pakistán. El mullah había visto al reverendo Jerry Falwell en CNN apoyar la reelección del Presidente Bush. El mullah pregutó a Haqqani, ¿un "reverendo" no es lo mismo que un "maulana" en el islamismo? Ambos significan clérigos. Entonces ¿por qué, quería saber, los estadounidenses nos dicen que se supone que no debemos escuchar al maulana Alí al-Sistani en asuntos políticos en Irak, pero los estadounidenses deberían votar por quien les dicen sus maulanas?

El fundamentalismo no necesariamente conduce a la intolerancia, dijo Jenkins de la Estatal de Pensilvania. "Las personas con opiniones muy arraigadas y tradicionales pueden convivir por mucho tiempo", dijo. "Pero en ocasiones entramos en ciclos donde no pueden hacerlo, y parecemos estar en uno de esos ciclos ahora".

Analistas también están viendo signos de una reacción negativa conforme los creyentes religiosos se desencantan de los movimientos que han producido poco salvo derramamiento de sangre, estancamiento económico y represión social.

En las elecciones del año pasado en India, los votantes repudiaron al gobernante Partido Bharatiya Janata, un grupo nacionalista hindú cuyos cuadros habían ayudado a fomentar la violencia en algunos estados indios contra musulmanes y otros.

Y en Indonesia, el país musulmán más grande del mundo, los grupos islámicos en septiembre ayudaron a elegir como presidente a un general laico que había sido relativamente franco sobre la amenaza que representa el grupo radical Jemaah Islamiyah, que es responsable de varios actos de terrorismo, incluidos los bombazos en Bali en 2002.

Los movimientos fundamentalistas también se tambalean porque planean para el derrocamiento, pero no para gobernar. La mitad del mundo musulmán es analfabeta, dijo Haqqani, pero el Talibán no hizo mella en mejorar el alfabetismo cuando gobernó en Afganistán. Si Irán tuviera un plebiscito libre y justo hoy en día, dijo Marty, "los ayatolas serán depuestos".

Por razones como ésta, dijo R. Scott Appleby, profesor de historia en la Universidad de Notre Dame y director del Instituto Joan B. Kroc para Estudios sobre la Paz Internacional, "sería engañoso decir que el fundamentalismo está en ascenso ahora". Añadió: "Yo diría que sólo estamos más conscientes de ello porque estas personas están mejor organizadas, son más móviles y se expresan más abiertamente que antes".

En 2003, Appleby y otros dos expertos, Gabriel A. Almond y Emmanuel Sivan, publicaron "Strong Religion" (Religión Fuerte), un libro basado en investigación hecha con el profesor Marty para el Proyecto sobre Fundamentalismo. El subtítulo era "El Ascenso de los Fundamentalismos Alrededor del Mundo".

Ahora, dijo Appleby, "hay alguna evidencia, algo de literatura que dice que el fundamentalismo está en declinación, que ha alcanzado un clímax o lo está alcanzando precisamente porque tiene una tendencia hacia la violencia y la intolerancia, y eso finalmente no funciona. Conduce a derramamiento de sangre, pérdida de vidas y no a un repunte económico reconocible, y hay cansancio de ello".

Eso no quiere decir que él no prevea más choques religiosos encarnizados, en ocasiones violentos. Según su naturaleza, los fundamentalistas soportan porque están motivados por ideas trascendentes como la salvación o, en algunos lugares, el martirio. Appleby dijo que no esperaba ver crecimiento, sino una persistencia de "reductos mortales de potenciales revolucionarios que tienen un mayor grado de poder que antes gracias a algo de pericia tecnológica y capacidad organizacional".

El gobierno de los Estados Unidos está mal preparado para hacer las distinciones necesarias entre lo que es meramente fervor religioso y lo que es fundamentalismo potencialmente peligroso, dijo Thomas F. Farr, quien dejó su cargo como director de la oficina de libertad religiosa internacional en el Departamento de Estado hace un año.

"La mayoría de mis amigos en el servicio exterior preferirían tener un canal fundamental que hablar de religión con un imán musulmán", dijo Farr, quien ahora trabaja con el Instituto para el Involucramiento Global, un grupo basado en Washington que trabaja en la libertad religiosa internacional.

Lo que necesitan preguntar, dijo, es: "¿Estas religiones tienen dentro de ellas tendencias exclusivistas en sentido absolutista, o pueden abrirse a otros seres humanos fuera de su círculo? Estas son inevitablemente cuestiones teológicas".

Artigo publicado pelo Jornal El Colonbiano.net


cruzue@gmail.com


.