domingo, julho 17, 2022

O que há debaixo do sol em julho de 2022.

 

James Webb Telescope

Por  João Cruzué.

A Nasa divulgou na segunda terça-feira de julho (12/07/2022) as primeiras imagens do supertelescópio James Webb [1]. Seus recursos especiais de fotografia no espectro infra-vermelho produz imagens do espaço mais nítidas jamais vistas. Na análise destas imagens, os cientistas descobriram que a quantidade de galáxias supera casa dos trilhões e que se fosse possivel contar, há mais estrelas no céu do que os grãos de areia em todas as praias da terra. Se a escala de grandeza anterior ao JW já era absurda, não existe hoje verbete em qualquer língua para adjetivar a nova descoberta.

 Por outro lado, imaginemos que Nasa descobrisse uma nova tecnologia para que construir outro telescópio que pudesse fotografar com a mesma clareza o plano metafísico da humanidade, para onde ela estaria caminhando? Infelizmente, a humanidade avança de uma forma paradoxal. É a partir do caos que Deus poel ordem a Terra. 

Os maiores avanços sociais e científicos vieram em decorrência de guerras. E ousaria dizer que o ser humano se torna solidário e bom samaritano depois do sofrimento.

O padrão de minha análise vem da História da nação de Israel, a figueira que voltou a brotar em 1948. Quem quiser se aprofundar no assunto, para ver se foi mesmo em 1948 que as coisas ali começaram e já deram certo de início, tem o meu convite para ler o livro massudo (628 p.) de Anita Shapira entitulado "ISRAEL  - Uma História". 

Do ponto de vista espiritual, YHWH foi amassando como o barro o povo israelita até o ponto de torná-lo menos idólatra e mais solidário. Israel passou passou pela prensa de Jeová.

Dois eventos mundias recentes mostram para nós que a economia mundial sofre abalos como se fosse construída sobre placas tectônicas. Primeiro exemplo: a pandemia recente do que popularmente conhemos por Covid-19. Depois, a guerra da Rússia com a Ucrânia. O resultado disso é o aumento da inflação. Quando a inflação aumenta, também aumentam a fome e a miséria.

É possível perceber tanto no Livro de Job, como no livro do Profeta Daniel, que há um plano espiritual além do plano físico. E o plano espiritual governa os acontecimentos no mundo físico.  Quem ler o Livro de Ester percebeq ue, na noite que Hamã decidiu fazer uma forca para pendurar o pescoço de Mardoqueu, o Rei Assuero perdeu o sono à noite e mandou trazer o livro de crônicas e perguntou sobre Mardoqueu.

A partir de novembro de 2022, está previsto pela ONU que o mundo vai chegar a 8 bilhões de habitantes [BBC]. Se isso fosse possível fotografar o plano espiritual, qual seria a principal imagem que um te James Webb de Jeová  mostraria para nós?

 Pelo que li e soube, na foto do JW das galáxias estão mais distantes têm cor avermelhada, enquanto que as que estão mais perto tendem ao azul. Talvez, analogamente, pudéssemos ver a cor da temperatura das Igrejas e de seus anjos pastorais.  Se a imagem fosse da humanidade, talvez pudéssemos ver qual é o retrato da situação de cada família e cada nação da terra.

É muito significativo que a cor vermelha, científicamente, mostre as galáxias mais distantes do foco. Curiosamente o socialismo/comunismo, ou seja lá qual seja a semântica correta disso, também usa a cor vermelha. Seus mentores e financiadores têm gastado fortunas, a meu sentir, para terraplenar como um trator a família, a nação, a propriedade, o gênero, a raça, a etnia e até as denominações religiosas.

Dividir para dominar e massificar. Hoje, estive conversando com minha filha e me lembrei dos gnus do primeiro filme,  o Rei Leão. Fustigados pelas hienas correram em numerosa manada, passando por cima de tudo. Contextualizando, as hienas de hoje tentam nos assustar com repetidas notícias de morte pela Covid-19, varíola do macaco, meningite e por aí vai. O medo atropela a razão e leva a manada ao estouro.

E os conceitos morais do certo e errado? Misturar a verdade com a mentira é uma receita antiga e eficiente, para vender um sofisma, uma meia-verdade. Confundir conceitos de identidade. Utilizar todo o potencial dos conflitos de toda espécie para estabelecer o ódio e o egoísmo. Uma manada medrosa de gnus que não pensa. Presa fácil para ursos, lobos, hienas e serpentes.

E, Deus, o Altíssimo, que a tudo vê ,com uma clareza que nenhum telescópio feito pela mão do homem jamais poderá fazer, não está indiferente ao caos que se avizinha. Vamos ter tempos mais difíceis.  Para dar ordem ao caos, Ele pode permitir que poderosos anjos destruidores sejam libertos para rodear pela terra e cumprir os seus propósitos específicos.

 Há limites para os quais o Criador não tolera que sejam ultrapassados. Se ele é Deus, está no controle de tudo. Independentemente, do que qualquer pessoa pense, ele tem a prerrogativa de agir. Se um ínfimo vírus produziu um estrago tão grande no mundo e uma guerra - lá do outro lado do mundo - trouxe a inflação a altos índices por causa do aumento do preço do barril de petróleo, não posso nem imaginar se alguma autoridade estulta lançar o artefato nuclear em qualquer nação. 

Não estou otimista quanto ao nosso futuro, diante do retrato que a humanidade tem nos mostrado, mas eu sei que a miséria e a fome podem trazer de volta à consciência na maioria das pessoas os conceitos de solidariedade e da comunhão para sobreviver.  Ou o oposto. Que Deus nos guarde, abra nossos olhos e nos livre do mal. 

Ebenezer e maranata.



domingo, fevereiro 13, 2022

As tribulações da vida e o último inverno de Jesus em Jerusalém

 

Wilma Rejane


E em Jerusalém, havia a festa da Dedicação do templo, e era inverno. João 10:22

Era inverno e Jesus caminhou alguns minutos em direção ao templo de Jerusalém para participar da Festa da Dedicação. Aquele era um dia especial para a nação que por oito dias seguidos celebraria a dedicação de um importante templo. As paredes (externas e internas) e toda a estrutura havia sido restaurada no período de Zorobabel. A festa  era tradição desde 163 a.C. Um rei pagão sírio, chamado Antíoco Epífanes, havia profanado o lugar, causando grande revolta e tristeza aos judeus. E naquele inverno, havia júbilo no ambiente e na nação que solidária se unia celebrando a restauração não apenas de um lugar, mas de uma cultura e de um povo. Jesus estava lá, passeando nos cômodos, observando os detalhes e as pessoas. Era seu último inverno, depois viria a Páscoa e primavera e sua crucificação. Jesus, era o Novo e Eterno Templo que seria derrubado e edificado ao terceiro dia (João 2:29) Sua ressurreição era o inicio de um tempo e lugar mais espetacular do que aquele festejado no inverno, no último inverno de sua vida.

"Jesus passeava no templo, no pórtico de Salomão João 10:23

E quando perceberam a presença de Jesus, se aproximaram dele de uma forma hostil, interrogando-o sobre Sua identidade como não crendo que Ele era de fato o Messias. Meditei sobre essa passagem e relacionei-a ao comportamento de muitos homens (não descartando a possibilidade de me incluir no exemplo); Jesus era maior que aquele templo de pedras, tão festejado. Contudo, os homens ali presentes o ignoravam e menosprezavam. Viravam as costas para Jesus e voltavam o olhar e a atenção para o monumento. Isso parece tão vazio e sem sentido, quanto invernos sem chuvas ou ventos. Tão terrível, quanto frio sem cobertor e sem teto. Jesus caminhou no inverno, para aquecer os corações gélidos e cansados, mas esses corações não o quiseram, preferiram o acolhimento das pedras que formavam aquele abrigo passageiro.

Será que não estamos fazendo das pedras deuses e desprezando o Deus que carrega nossas pedras? Estamos confiando que a cada inverno Jesus virá em nosso socorro?  Ele mesmo disse que em todo e qualquer dia, quer seja de sol, chuva, tempestade ou brisa Ele não nos abandonaria ."De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te desampararei.” Hebreus 13:5.

Há uma palavra grega, que traduz muito bem o significado de confiar: “Confia ao Senhor as tuas obras e teus pensamentos serão estabelecidos” Pv 16:3. Confiar aqui é o mesmo que “galal” (Strong 01556) com o sentido de rolar, entregar, afastar, remover. A imagem é a de um camelo sobrecarregado.  Quando a carga está para ser removida, o camelo ajoelha-se, inclina-se para o lado e a carga desliza. Podemos nos ajoelhar em oração e fazer a carga deslizar em direção a Ele. Essa ação estabelecerá nossos pensamentos, modificará as ações, nos fará desviar o olhar das muitas pedras (problemas, tribulações, tentações) "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei". Mateus 11:28. 

Tantas vezes amontoamos pedras (problemas, tribulações, tentações...), olhamos para essas pedras como se fossem um lugar contínuo e esquecemos que Deus é muito maior que elas. Perguntamos os porquês e ignoramos Jesus que está tão perto, tão receptivo a nossa fé. Mas a fé morre, sufocada pelas pedras que não produzem frutos, tal qual a parábola do semeador: " A semente caiu no pedregal e veio o sol e a secou, porque não tinha raiz" Mt 13:6. É certo que as pedras virão, a cada inverno, a cada verão, elas têm o objetivo de nos fazer tropeçar ou em uma perspectiva maior e revestida de fé, terão o objetivo de nos aproximar de Cristo.

Jesus estava em Jerusalém, naquele templo lotado de pessoas! Ele foi para lá como em segredo, sem alarde, passeou entre as pessoas como um ilustre desconhecido. Sabe o que aprendo com isso, amigos leitores? Jesus está conosco mesmo quando não percebemos Sua presença. Está no cotidiano, quando estamos a sós ou na multidão. Ele é o Abrigo seguro. Será preciso desviarmos o olhar das pedras que estão em grande monumento em nossas vidas (sonhos, realizações, orgulho, vaidade, prestígio, problemas, pedras...) e voltarmos o olhar para Jesus. Essa é a mensagem que aprendi com o último inverno de Jesus em Jerusalém.

Paz para você, em Cristo.