terça-feira, maio 01, 2018

O olhar de Jesus

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Ator Robert Powell - Filme Jesus de Nazareth (1977).

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"Eu sou a luz do mundo; quem me segue

não andará em trevas, mas terá a luz da vida."

João 8:12

João Cruzué

É notável a diferença entre o olhar de Jesus e o olhar dos homens. Estes habituam-se bem cedo ao pessimismo, ao desprezo, à desconfiança e à crítica. Ajustam o foco sobre as fraquezas, os defeitos, explorando detidamente o lado mesquinho e hipócrita das pessoas. Jesus Cristo, a expressão viva do amor de Deus, não segue o padrão humano, quando examinamos sua maneira de olhar nas páginas do Evangelho.

Por exemplo: Quando Jesus viu Pedro pela primeira vez, não criticou suas fraquezas nem profetizou que o negaria - embora já soubesse de tudo isso. Em lugar de uma taquara (o significado do nome Simão) Cristo via uma rocha; por isso trocou seu nome para Cefas.

É assim que Jesus nos vê.

Quando nos aproximamos dele, não aponta o dedo para nossas fraquezas para que murchemos e desanimemos. Seu olhar  procura por algo  bom em nosso interior, ainda que seja apenas uma partícula de bondade entre um milhão de defeitos. Se você procurar por Ele, vai ver que é assim.

Quando Jesus viu o baixinho Zaqueu no alto da figueira não zombou dele perante as pessoas. Poderia ter dito bem alto: Eis ali em cima o chefe mais corrupto dos coletores de impostos  de Jericó. Não, ele não fez isto. Outros  diriam assim. Mas Jesus olhava para Zaqueu com amor. Foi por isso que sorriu e disse: Zaqueu, desce depressa, pois hoje me convém jantar em tua casa".  Apenas  um olhar e algumas palavras foram suficientes para produzir a mudança mais inesperada na vida do chefe dos publicanos de Jericó.

Já o olhar do diabo é exatamente o contrário. É crítico. Procura insistentemente por qualquer mancha para humilhar, desprezar e destruir. No livro de Jó, isto fica patente. Deus elogiava Jó e o diabo rebatia. Sua especialidade é levar a amargura de espírito porque é um ser amargurado.

Nós também costumamos menosprezar as coisas aparentemente pequenas. Quando o profeta Eliseu perguntou para a viúva endividada: O que tens em tua casa? Ela parou, pensou e disse: Não tenho nada, a não ser um poco de azeite em uma botija. O que ela considerava pouco, era a quantidade certa que Deus precisava para fazer o milagre da multiplicação. Jesus é Deus, e Deus não enxerga coisas pequenas em nossas vidas.

Quando Jesus olhou para aquela mulher, tangida pelas ruas por aquele  grupo de apedrejadores,  não viu uma adúltera nem uma prostituta, mas uma jovem que precisava apenas de uma oportunidade para se levantar e nunca mais pecar.

Quando Jesus mandou retirar a pedra do túmulo de Lázaro, ele não via um cadáver  mal-cheiroso, enrolado, mas  um velho amigo caminhando diante de uma família de pessoas surpresas e maravilhadas.

Jesus vê uma rocha onde todos veem uma fracassado. Jesus vê um convertido sincero enquanto todos enxergam um fiscal corrupto sem possibilidades de recuperação. Jesus vê um homem correndo e saltando, enquanto os conhecidos enxergam um coxo inútil e teimoso. Jesus não atira pedras em quem está caído. Jesus enxerga vida, onde todos já desistiram ou taparam o nariz por causa do mau cheiro. Jesus Cristo não vira as costas ao ladrão arrependido. Ele bate à porta do coração dos homens.

O olhar de Jesus é misericordioso para aqueles que buscam seu socorro. Se nossas virtudes resumissem apenas a uma única gota d'água no fundo do copo vazio, ainda assim Ele volveria seus olhos para ela e nos diria: Me alegra que isto está em teu coração. Este é o olhar de Jesus.


Curso Bíblico: Como se reconcilar com Deus




Biografia do Pastor José Pimentel de Carvalho

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Pr Pimentel
Pastor José Pimentel de Carvalho  (1916-2011)

Fonte:  Portal da Assembleia de Deus em Curitiba

Em Santa Tereza, município de Valença -RJ, morava o casal Luiz Antônio de Carvalho e Selíria Pimentel de Carvalho. Eles tiveram nove filhos e entre eles,  José Pimentel de Carvalho, o quinto filho, nascido no dia 08 de fevereiro de 1916. Quando José nasceu, era mais um entre os que já existiam, e quem imaginava o que José seria no futuro? Deus tinha os caminhos desse jovem nas Suas mãos. Crescia o menino com saúde correndo e pulando como todos os garotos de sua época.

Certa vez chegaram ao lugar denominado “Fazenda da Glória” os crentes pentecostais da Assembléia de Deus com suas pregações, seus cânticos e orações tão estranhos nos seus movimentos e cerimônias ao sistema e tradição da velha religião. O curioso José Pimentel ouvia bem tudo aquilo, e viu bem, creu que ali estava a verdade. Assim, no ano de 1930 com a idade de 14 anos aceitou a Cristo como seu Salvador, passando a ser também um pentecostal. Em outubro desse mesmo ano, foi batizado nas águas, pelo pastor Belarmino Pedro Ramos, de saudosa memória. Em 1932 recebeu o batismo com o Espírito Santo, sendo que nesse mesmo ano seu pai também se converteu ao Evangelho. Nos primórdios de sua fé, na pequena igreja onde congregava, José Pimentel demonstrou que tinha uma chamada especial de Deus na sua vida. Percebendo isso, seu pastor começou a aproveitar sua boa vontade e prontidão, convidando-o para ajudar nos cultos e como professor da Escola Dominical.

De sua história conta-se que sua primeira pregação versou sobre Mateus 25:31 a 34, sendo este o texto lido: “Quando vier o Filho do Homem em sua majestade e todos os anjos com Ele, então se assentará no trono de Sua Glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e Ele separa uns dos outros, como pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à sua esquerda; então dirá o Rei aos que estiverem à Sua direita: Vinde benditos de meu Pai, entrai na posse do Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo". A pedido de seu tio que era o dirigente do trabalho, José um garoto de calça curta e pés descalço começou ler com voz trêmula o texto acima referido, pensando em lê-lo e dar por encerrada sua mensagem.

Leu poucos versículos e, ao olhar para a porta do salão, viu a chegada de diversos homens armados com foices e pedaços de pau, para acabarem com o culto, mandados pelo fazendeiro. Continuou a leitura e o Espirito Santo começou a agir, batizando seis jovens que faziam um barulho daqueles como dos pentecostais antigos. Em seguida, outro jovem foi batizado, e caiu de joelhos falando em línguas estranhas, quando então pegou um banco e sacudiu-o como se quisesse quebrá-lo. Partiu em direção àqueles homens armados, de joelho pelo corredor, falando em línguas e profetizando aos valentões, os quais, um a um, se retiraram. Voltaram apenas no dia seguinte, para dizer que os cultos poderiam continuar. No mesmo culto, Deus entregou uma mensagem profética ao jovem José Pimentel: “Meu servo, continue que Eu estou contigo”, interpretada pelos presentes como incentivo para continuar a pregação.

Também parte interessante de sua vida foi que em 1934, empregou-se na Companhia de Fiação e Tecelagem Ferreira Guimarães, em Valença, onde conheceu uma moça que se chamava Rosa Maria da Conceição, mais tarde Rosa Maria da Conceição. Os dois afeiçoaram-se, noivaram-se e casaram-se nos dia 24 de março de 1938. José tinha então 21 anos e Rosa 19. A cerimônia do casamento foi celebrada pelo evangelista João Leandro, obreiro local em Valença.

Deste casal nasceram 11 filhos, sendo dois deles já falecidos. São eles:
Samuel Nils de Carvalho, Paulo Pimentel de Carvalho, José Pimentel de Carvalho Júnior, Éster de Carvalho Andrade, Carlos Alberto de Carvalho, Silas Roberto de Carvalho, Elias de Carvalho e Luiz Antônio de Carvalho. A família cresceu consideravelmente com a chegada de genro, noras, netos e bisnetos.

Na época em que iniciou seu ministério, Pimentel era como um evangelista. Com outros companheiros, iam, de bicicleta, evangelizar nas periferias da cidade e nos sítios, até ser colocado como responsável pela congregação em Valença. Sua área de atuação abrangia Palmas, Governador Portela e Terra Fria, além de outros pontos dispersos.

Na história do seu ministério, foi separado para servir como diácono no dia 24 de março de 1938. Em 1939, foi separado para presbítero. Por achar necessário a formação musical de um dirigente de cultos, estudou e tornou-se músico trombonista, professor e maestro, formando bandas e corais. Na Harpa Cristã, constam as suas versões para dois hinos: 541 (“Calvário, Revelçao de Amor”) e 620 (“Na Jornada para o Céu”).

Em 1944 ficou doente. A junta médica que o examinou não conseguiu determinar seu mal. Definhava-se e, após três meses, estava à beira da morte, tanto que passou uma noite e um dia em coma profunda. Deus, usando um irmão em profecia, disse: "meu servo, entrega a tua vida nas minhas mãos, que eu cuidarei de ti". Naquele momento, saiu do estado de coma — estava completamente curado — e entregou-se nas mãos sacrossantas de Jesus a uma chamada definitiva. Uma semana depois de curado, dirigiu-se à fábrica e avisou aos diretores que não voltaria mais ao trabalho.

Em 18 de maio de 1945, no encerramento da Semana Bíblica realizada na AD em São Cristóvão – Rio de Janeiro, foi, por mãos do missionário Samuel Nyströn e do pastor Cícero Canuto de Lima, consagrado ao pastorado. Naquela época, ele trabalhava como auxiliar do pastor João Batista de Lima, no campo de Vera Cruz. No Rio de Janeiro fixou-se no bairro do Leblon, onde recebeu uma congregação e também deu continuidade à obra na favela da Rocinha, onde atualmente existe uma grande congregação. Assumiu o cargo de secretário da AD campo de São Cristóvão que tinha em sua jurisdição 47 igrejas e acumulava também o cargo de segundo tesoureiro. Em 1960 assumiu a direção da AD da Penha.

A convite do pastor Agenor Alves de Oliveira, em 6 de março de 1962 transferiu-se para Curitiba onde assumiu a presidência da Assembléia de Deus. Havia naquela ocasião, oito congregações, oito propriedades e aproximadamente 1800 membros. Cerca de quarenta anos depois, a igreja na capital paranaense contava com aproximadamente 80 mil membros em comunhão, 100 mil congregados, 40 pastores, 25 evangelistas, 600 presbíteros, 800 diáconos e mais de 540 congregações na grande Curitiba.

A obra de maior vulto foi a construção do Templo Sede, um dos mais belos da AD no Brasil, com 5.710 m² e uma capacidade para 1.500 pessoas sentadas, sendo inaugurado em 05 de setembro de 1982.

Pastor José Pimentel de Carvalho visitou dezenas de países, tendo permanecido dois meses na Noruega pregando e ensinando a Palavra de Deus. Sempre teve presença e influência marcantes nas Convenções Gerais e Estaduais. Foi presidente da CGADB por várias vezes. A primeira eleição para presidência foi em Curitiba (1964). As outras foram: Natal (1973), Santo André (1975), Recife (1977), Belo Horizonte (1981) e a última, em Anápolis (1985). Foi também um dos pioneiros do CAPED e ainda exerceu a função de conselheiro da CPAD por três vezes.

No dia 10 de março de 2002, pastor José Pimentel sofreu um grande abalo, devido o falecimento de sua querida esposa, irmã Rosa Maria de Carvalho, sua leal companheira de 64 anos de vida em comum e grande colaboradora de seu ministério.

Por ocasião da Primeira Escola Bíblica Nacional, realizada na cidade de Uberlândia – MG, no período de 12 a 15 de abril de 2004, foi homenageado pela CGADB. Foi lhe entregue uma placa comemorativa com os seguintes dizeres: “A Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, por ocasião da 1ª Escola Bíblica Nacional, em Uberlândia, reconhece o brilhantismo do ministério do Pastor José Pimentel de Carvalho, notabilizado nos Estados do Rio de Janeiro e Paraná, e por sua notável liderança igualmente reconhecida em todo o território nacional. Este preito faz-se jus por todo o seu trabalho como eminente obreiro do Senhor, que jamais mediu esforços para o enobrecimento do Reino de Deus”. Apesar da idade avançada e com a saúde abalada, pastor Pimentel permaneceu firme na direção da Assembléia de Deus em Curitiba, contando com a colaboração eficiente de seu vice-presidente, pastor Wagner Tadeu dos Santos Gaby.

Ele ministrava na igreja todas as terças feiras a Palavra de Deus, nos cultos de doutrina, e era professor titular de uma concorrida classe de Escola Dominical, função que exercia há anos.

Pastor Pimentel era um homem de muita sabedoria, e prevendo que sua partida se aproximava, resolveu dar emancipação para vinte regiões da Grande Curitiba, para que o trabalho do Senhor continuasse a se desenvolver sem maiores transtornos administrativos. No dia 24 de fevereiro de 2011, aprouve ao Senhor chamá-lo ao eterno descanso, deixando a saudade nos filhos, demais familiares, amigos e a igreja no Brasil.

Por várias vezes presidiu a Convenção do Estado do Paraná e continuou como Presidente de Honra até o seu falecimento. Fundou o Instituto Bíblico das Assembleias de Deus no Paraná e a Associação Educacional das AD no Paraná.