domingo, dezembro 07, 2014

Religião, política e corrupção no Brasil


João Cruzué.

Em seu livro "Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade" Rosseau fala de  sua época, um tempo em que a sofisticação da aparência se tornou uma arte para dissimular a má índole dos indivíduos cujos espíritos pareciam ter sido moldados todos na mesma forma. Imagino, que antes de Rosseau, pensadores de outras épocas escreveram sobre a mesma índole má e mascarada do homem. O Brasil de nossos dias, também não está fugindo à regra: tanto no meio político como no meio religioso. Que remédio existe na Palavra de  Deus, para tratar deste sistema de valores invertidos, onde impera a Lei de Gerson? É sobre isto que queremos refletir.

Rosseau era adepto do pensamento de que o homem era bom, mas sua inserção em um meio social-cultural sofisticado vai torná-lo em um ser educado, fino, elegante, atraente, porém na sua essência ele será marcado pelas vilezas, maucaratismo, espertezas e malandragens que não se mostram acima da linha d'água do iceberg. Ou seja, para Rosseau: O homem nasce bom, mas é a sociedade que o corrompe.

A sucessão de escândalos protagonizados por políticos, religiosos e homens de negócios brasileiros também mostram um comportamento social similar ao que era visto por Rosseau em sua época. Talvez a diferença  seja a saída da finesse francesa, para a entrada da arrogância da carteirada brasileira: "sabe-com-quem-está-falando?"

Os escândalos da roubalheira na Petrobrás,  as mensagens enganosas e mentirosas das campanhas políticas dos que desejam permanecer no poder, a caça descarada e ousada ao dinheiro no bolso dos fiéis, o leilão de consciência de políticos evangélicos e católicos e ateus, a oração da propina, o assentar junto à mesa dos escarnecedores, podem ser tudo, menos finesse!

Resumindo, estamos em uma época de plena safra de inversão de valores, aqui no Brasil. Ela existe em todas as sociedades, mas é do Brasil que estamos falando. Fico imaginando, como será o discurso pedagógico-paterno dentro do ambiente familiar destes agentes da corrupção. Será que a palavra honestidade, moral e respeito está sendo gotejado nos ouvidos da descendência ou a coisa é tão descarada, que acontece de forma igual àquele lobo das revistinhas do Walt Disney que vivia ensinando ao filho pequeno a arte de caçar os três porquinhos?

Por outro lado, a Bíblia é muito clara quanto ao hona matriz homem de Rosseau. Depois que Adão pecou, o homem nunca mais nasceu bom, por causa do pecado. A Bíblia Sagrada mostra a maldade acontecendo já no seio da primeira família. Caim matou Abel, por inveja. A inveja é um tipo de pecado. Outro exemplo: Ló perdeu sua família, porque foi morar perto de Sodoma e Gomorra.

A sociedade corrompe, sim. Mas, a partir da introdução do pecado, veio junto com ele conhecimento do bem e do mal. Quem pratica o mal, geralmente sabe a diferença entre o certo e o errado. De certa forma, Rosseau não pensou nisto: Se o homem nasce bom, e a sociedade é composta de homens, logo a sociedade não pode ser má. O problema é que o homem nasce com o desvio do pecado, e pela porta do pecado entra toda natureza ruim do diabo, o ser que carrega todo DNA da maldade.

Em uma linguagem bem atual e compreensível: se foi introduzido um vírus na matriz do sistema operacional, não importa quantos milhões de aparelhos smartphones sejam fabricados: todos virão carregados com  desvio, uma porta dos fundos por onde pode entrar comandos estranhos ao propósito original. O pecado é como o algorítimo de um vírus que infecta o homem. Assim como a máquina não consegue, por si só, se livrar de um vírus, o homem, da mesma forma, precisa aceitar Jesus Cristo, para se livrar da dependência do pecado.

A Bíblia registra, em Romanos 6:23: Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Jesus Cristo, Nosso Senhor.

Também está na Bíblia em Romanos, capítulo 3:  Por que TODOS pecaram e destituídos estão da graça de Deus.  Mas, poderão ser justificados GRATUITAMENTE  pela sua graça (favor de Deus), pela redenção em Cristo Jesus.

Paulo, o Apóstolo dos gentios, escreveu assim:  E não vos conformeis com este MUNDO, mas transformai-vos pela renovação do vosso ENTENDIMENTO, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

João, o Apóstolo que o Senhor amava, também escreveu: Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Porque tudo o que há no mundo (prostituição, consumismo, inveja, orgulho etc) não é de Deus, mas do mundo. Aquele que diz que ama a Deus, mas pratica as obras do mundo, nunca conheceu a Deus.

A semântica para o vocábulo MUNDO, nos dois  textos acima pode ser: os valores de uma sociedade corrompida. O roubo, a propina, a pedofilia, o homossexualismo, a prevaricação, a mentira para levar vantagem, o engano, a rebeldia, e outras coisas similares são o errado que o deus deste mundo - o diabo - fala aos ouvidos desta sociedade que é o certo. O gestor deste sistema de comportamento é o diabo.

A corrupção cresceu no Brasil, porque a verdade foi jogada no lixo e a mentira colocada no seu lugar. E quem jogou a verdade no lixo, infelizmente, são muitos  profetas velhos, que começaram com Deus, pecaram no meio do caminho e, hoje, dissimuladamente, falam de Deus, colocam as coisas de Deus dentro de seus imensos templos, mas Deus está longe de suas vidas. São semelhantes a um iceberg, na parte de cima você vê tão branquinho e brilhante, mas se pudesse ver abaixo da linha d'água, veria  o engano e a corrupção.

Você está assustado como o que vê na Petrobrás? Susto você vai ver, quando a profecia de Deus cumprir na vida dos falsos profetas (há exceções) de grandes Igrejas  brasileiros. E a profecia diz que tudo que for feito à sombra da noite, será revelado à luz do meio dia!

Ao contrário de Rosseau, em sei que o homem é mau porque nasce no pecado e passa a viver no pecado, seguindo o comportamento do mundo. Mas se este homem ouvir a palavra de Deus, aceitar Jesus como seu Salvador e se arrepender dos seus maus caminhos,  a presença do Espírito de Deus fará morada no seu coração, e ele se tornará bom. Nesta situação, ele não rouba nem aceita propina;  não fala de Jesus para enriquecer o próprio bolso e o nosso país vai ser uma bênção.

Mas, todo mundo está roubando....É porque o mundo, temporariamente, esta sendo governado pelo mal - leia-se: pelo diabo. No grande Dia do Juízo Final, cada um comparecerá diante do grande Trono Branco onde Deus se assenta, para receber uma sentença sem direito a benefícios. Os que andam segundo os valores do mundo, desprezando os padrões de Deus, vão para o inferno, um lugar eterno de sofrimento, e os que se submeteram a Deus e andaram na sua presença vão resplandecer como a luz do sol e  andarão na cidade que tem as Ruas calçadas de ouro e seus muros são de cristal puro.



SP, em 7.12.14.







sábado, dezembro 06, 2014

De volta ao meu velho blog


João Cruzué

Depois de dois anos de estudos, consegui, com a bênção do Senhor, completar o meu curso de especialização. Ontem, quinta-feira, eu fui lá na Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), no Largo São Francisco, para entregar meu artigo de conclusão de curso. Agora, posso passar mais tempo com meu velho Blog.

No começo de 2013, eu voltei a estudar. Graduado em 1985, eu parei no tempo e, então, senti a necessidade de aprender uns conceitos e metodologias novos para uso no meu trabalho. Foi assim que bati às portas da FECAP, para fazer uma pós-graduação lato sensu em Auditoria.

Foi uma dureza! Entre 14 colegas, dois "velhinhos" em meio a maioria de jovens. Eles nos olhavam discretamente, surpresos e, às vezes, deixavam escapar algumas referências a velhos: "... Olha, vocês são exemplos para nós...ou, seja,  dois  vovôs de cabelos quase brancos frequentando banco de escola.

Vovô, sim. Eu tenho 58 anos. A "lataria" tá amassada, mas o que tem dentro da cabeça ainda está cada dia melhor.

Nem sei a quantidade de seminários e reuniões com meu grupo de estudos. Foram 14 matérias diferentes. Auditoria Financeira, Auditoria de Sistemas, Auditoria de Gestão, Auditoria Operacional, Governança Corporativa, Auditoria de Tributos, Auditoria de RH, Normas Brasileiras de Contabilidade, Fundamentos de Auditoria, Liderança e Gestão, Auditoria de Risco, Métodos Quantitativos, afora outras que não me lembro.

Acabei o curso em junho deste ano, mas ainda tinha o Artigo Científico de conclusão de curso para elaborar, com obrigatoriedade de 8 aulas presenciais com minha orientadora. Por causa desse artigo, minhas férias de agosto foram para o ralo, perderia duas aulas com a orientadora. Três ausências dá pau. Aí, de agosto até começo de dezembro, tome estudo, pesquisa, escreve-e-corrige, não-isso-tá errado, pesquisa obrigatória de fontes estrangeiras...noites e madrugadas em claro, intercaladas com semanas que não aguentava nem olhar para o computador. Foi um massacre! E minha iniciação em trabalhos científicos. Agradeço a Deus e a minha pacientíssima orientadora, Professora Érica Taís da Silva Trevizan.

Mas, graças a Deus, sobrevivi. Fui lá no Largo São Francisco, ontem, e protocolei meu trabalho de conclusão de curso. Na saída, o peso nas costas parecia que ainda estava lá. Parecia! Acabou! Eu não podia fazer feio,  pois todo o curso foi custeado pelo órgão onde trabalho. 

Valeu a pena. Aprendi novos conceitos e novas competências. Trabalhei com um tema de Governança Corporativa, pois tratava de transparência em publicação de informações da área da educação. Coisa muito "chics" de nome mas que toca numa ponto muito vulnerável de nosso país: De uma população de 18 anos para cima, com base na estatística eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE, 2014) o Brasil tem  apenas 5,63% de seus eleitores com curso superior (base 142,822 milhões). Somando os que possuem do ensino médio para cima, alcança 26%, enquanto nos Estados Unidos da América este porcentual chega a 87% da população com 18 anos para cima - dados do Census Bureau, o IBGE deles.

Mudando de assunto. Estive no congresso da mocidade da Igreja que pertenço, a Assembleia de Deus do Setor 06 - Indianópolis de São Paulo. A convite do Pastor Américo (meu Pastor) quem foi o preletor do domingo (2 de novembro 2014) foi o Pastor João Barbosa do setor da Cidade Ademar. Ele já é velho conhecido nosso de pregação em congressos de jovens. Desde os tempos do saudoso Pastor Luís Branco e do Centro Educacional de Santo Amaro.

Gosto das pregações do Pastor João Barbosa. Ele estava pregando sobre assuntos de perspectiva de vida. Que Deus já deu muitas bênçãos para seus filhos, mas que eles ainda não foram pegar. O pastor se referia ao caso de deixar de ser um eterno praticante da política do "mais ou menos". Que é preciso conquistar a bênção, correndo atrás de aperfeiçoamento. Aí deu um exemplo: se é o maestro da Igreja, porque não faz um curso de regência? se já tem um curso superior, porque ainda não fez uma especialização? Se já é um mestre, porque ainda não correu atrás de um doutorado. Porque se contentar com a mediocridade, se Deus já nos abençoou grandemente, mas que estamos esperando que Deus seja também assistencialista? Para terminar este assunto, citou o povo judeu. O Pastor disse que é comum, hoje, um menino judeu de 12 anos, já falar com desenvoltura quatro línguas, incluindo, ultimamente, o mandarim. Aí, me lembrei que analfabetismo é coisa que há milênios não exite entre o povo judeu. A dificuldade e a perseguição aos judeus fizeram com que eles corressem atrás das bençãos de Deus.

Foi em uma ocasião, lá pelos anos 90, que vi este pastor João Barbosa pregar no Centro Educacional de Santo Amaro. Ele tinha acabado de iniciar a pregação, e dezenas de moços entravam e saim do banheiro. Antes de entrar no tempo, repreendeu sem nenhuma cerimônia aquele movimento de vai e vem do banheiro, que não dava sinais de parar. Quinze minutos depois, eu estava observando e ouvindo a mensagem, quando senti a presença de Deus. Então, eu comecei a pensar: se isto é mesmo a presença de Deus, eu quero ver  se o ginásio inteiro também vai sentir. Não passou 5 segundos... O Espírito Santo começou a tocar aqueles crentes, como uma brisa que chega e vai balançando as folhas de uma árvore, depois a outra e mais outra...Ô Glória! Eu fiquei pensando, Deus ama a disciplina, a ordem, o esforço, a perfeição. Deus nos aceita imperfeitos, mas depois de certo tempo ele passa a nos cobrar a perfeição.

Que nesta manhã de sábado, agora são 6:40, Deus nos inspire a ver as coisas sobre novas perspectivas. Um bom texto bíblico, para reflexão, hoje, seria Números, capítulos 13 e 14, para ver como a diferença de perspectiva pode levar a dois destinos completamente diferentes.

Abraço do Irmão João.