quarta-feira, dezembro 25, 2013

O irmão do filho pródigo



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A volta do Filho Pródigo

João Cruzué

Eis o texto que tem por título: A Parábola do Filho Pródigo, quando na verdade seu objetivo  é uma crítica bem formulada contra o pensamento farisaico que desprezava Jesus, porque ele conversava e comia com os publicanos, com os pecadores =- a "gentalha" desprezada da sua época.

"E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças. E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. Mas ele se indignou, e não queria entrar.

E saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.

E o Pai lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas; mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se." (Lucas 15: 25-32).

O texto da Parábola começa com a atitude do filho cobrando sua parte na herança antes da morte do pai, para torrá-la em bebedices com os falsos amigos e meretrizes. Este filho se arrepende depois,  volta, e é recebido com alegria pelo pai, que para expressar seu contentamento mandou chamar todos da casa e deu uma grande festa,  se fosse no dia de hoje, um "churrasco" com música e dança.

O filho mais velho, naquela ocasião, era o contraste em pessoa. Quando soube do regresso do irmão e da festa preparada pelo pai se emburrou,  ao ponto de  recusar-se a entrar para abraçar o irmão. Era um falso apologeta dos bons costumes. Cobrou coerência do pai:  um tratamento duro e exemplar para aquele irmão devasso e dissipador dos bens da família.

Foi usando desta analogia que Jesus criticou o comportamento dos fariseus,  autoridades religiosas do seu tempo, que  passavam muito tempo na Casa de Deus, mas que não O tinham dentro de seus corações. Eram frios, vazios, que não conheciam a verdadeira face de Deus. Uma face de misericórdia, de perdão, que oferecia uma nova oportunidade aos pecadores. O amor como forma de produzir gratidão e garantir o perdão.

O filho mais velho reclamou que em toda sua vida nunca tinha recebido um festa, nem celebrado com os amigos um churrasco de cordeiro. Não recebeu, porque tinha uma imagem muito diferente da pessoa de seu pai. Achava que o pai era austero e mesquinho. Um pai que devia castigar o erro das pessoas.

Ele estava muito enganado.

Preocupado com o trabalho, não tinha mesmo tempo de conversar com seu Pai. Por isso não via que seu "velho" todo dia,  que caminhava até os limites de suas terras para ver se o filho caçula estava voltando. O filho mais velho nunca percebeu isso porque não tinha saudades do irmão Não era generoso nem sabia que tinha um pai generoso, disposto a perdoar, esperançoso da volta do filho.

E no dia que o pródigo voltou, o primogênito  também voltava à tarde do trabalho. Ouviu um barulho de música e o cheiro de boi na brasa. Ao saber do que se tratava, fechou o coração e não quis entrar e festejar.

O filho mais velho é o tipo de crente que trabalha dedicadamente nas Igrejas hoje. Presta um serviço de excelência há muitos anos, mas  por costume e status. Pura formalidade. Em seu coração é um crítico ácido. É perfeito em serviço, mas mesquinho de coração. Quando volta para casa, costuma destilar um rol de críticas sob o que aconteceu no culto.

Está todos os dias dentro da casa do Pai, mas o Espírito Santo não está mais dentro de seu coração. Porque  a boca fala do que há em abundância  no coração. Um coração predominantemente crítico é espelho a ausência do Espírito. E sem o Espírito não há misericórdia, nem perdão nem celebração. E perante os olhos do Senhor a misericórdia prevalece sobre o formalismo farisaico.

O filho primogênito queria ver seu irmão pelas costas. Aliás, se fosse por ele, o irmão somente botaria os pés dentro de casa na condição de jornaleiro.

E com esta crítica sutil na forma de uma parábola, Jesus Cristo mostrou aos fariseus, e mais tarde aos judeus, que o amor de Deus transcende à justiça dos homens. Que para Deus, o arrependimento de um pecador é motivo de festa entre os anjos do céu, porque Deus não enviou seu Filho ao mundo para chamar os justos ao arrependimento, mas para anunciar aos pecadores uma nova oportunidade de perdão  e o Ano aceitável do Senhor.



Natal é tempo de perdão

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Perdão
João Cruzué

O perdão é um mandamento bíblico ordenado por Jesus Cristo. Os efeitos do perdão são benéficos tanto para quem perdoa quanto para quem é perdoado. O objeto do perdão pode ser uma mágoa, um pecado, um sentimento de culpa, um prejuízo sofrido, uma palavra maldosa, uma atitude infeliz, uma omissão, uma traição - enfim, coisas que fazemos ou deixamos de fazer no dia a dia. Quando estas coisas são tratadas com o "detergente" divino do perdão, milagres podem acontecer em nossa vida. Quero meditar com você, nesta noite de domingo, sobre a cura do paralítico de Cafarnaum, registrado no Evangelho em Lucas 5;17-26.

Jesus Cristo tem competência, autoridade, autonomia, para perdoar. O perdão é uma ação que transcende à matéria e atua no campo espiritual, onde nossos olhos físicos não conseguem prescrutar. E neste texto isto fica muito claro quando Ele disse, mais ou menos nestes termos: Para provar para vocês que o Filho do Homem (Ele, Jesus) tem sobre a terra o poder de perdoar pecados, paralítico eu te digo: Levanta, toma a tua cama e vai para tua casa.

Ele decidiu operar este milagre porque os presentes, entre eles muitos líderes religiosos, ficaram murmurando de sua afirmação anterior, quando tinha dito ao paralítico: Homem, os teus pecados te são perdoados. Eles não gostaram do que ouviram.

Há vários tipos e graus de pecado. Desde uma desobediência simples até um assassinato ou adultério. Também há os pecados de omissão, quando alguém se vê diante de uma situação que deveria ter sido generoso e trancou a porta da bondade do próprio coração. Homens e mulheres podem ser protagonistas das mais perversas ações e, como podemos ver, no texto em análise, o pecado do paralítico precisava primeiro de perdão, para que depois pudesse andar.

A meu ver foram dois os milagres: O perdão dos pecados e o "levanta-e-anda".  Não está claro no texto quais foram os pecados o paralítico, mas coisa pequena não foi.

O pecado é algo praticado que desagrada aos olhos de Deus.  Entretanto, a vida cotidiana em meio a uma sociedade corrupta, pode distorcer o perigo real do pecado. Em certos textos do Evangelho, o pecado é comparado ao fermento que uma vez colocado da massa vai aumentando  seu volume. E, algo que era pequeno de repente se torna muito grande. 

Da mesma forma que os pecados daquele homem o levaram à paralisia, a mesma coisa está acontecendo agora na vida de muitas pessoas, casas e famílias - principalmente nestas. E o ódio é um dos maiores cadeados que prende as correntes invisíveis do pecado. Odiar é oposto de amar. Se Cristo disse para amar, na cartilha do diabo o comum é o odiar. No caso do paralítico, é muito provável que aquilo que ele fez deva ter causado muito prejuízo a alguém ou a várias pessoas. E, geralmente o autor deste tipo de pecado não se lembra de ter praticado tal malfeito, porque costumamos nos lembrar apenas daquilo que sofremos.

Eu sei que há por aí uma multidão de pessoas que não conseguem se librar das mágoas sofridas, maus tratos, desprezos, traições, estupros de familiares - de coisas horríveis que não me vêm à mente neste texto. Mas, uma coisa eu sei: José conseguiu perdoar seus irmãos. Deus perdoou Arão, depois da oração e Jejum de Moisés. Jesus perdoou a Pedro, depois deste tê-lo negado três vezes. Saulo de Tarso prendia e matava cristãos, até que teve um encontro com o Senhor e recebeu o perdão divino.

Se o Senhor Jesus determinou que é preciso perdoar para ser perdoado, é porque sabia que o resultado do perdão é maravilhoso para ambas as partes - principalmente para aquele que sofreu humilhações e prejuízos.

Quando o Senhor perdoou os pecados do paralítico, houve um pensamente crítico na mente dos religiosos presentes. Mas, para mostrar que ele - Jesus - era mesmo o Filho de Deus, completou o serviço: Homem, levanta  e toma a tua cama e vai para tua casa.

Mas se Jesus não está mais hoje nas ruas da minha cidade, como é que ele pode me perdoar? Pode, sim. Em sua palavra, ele mesmo disse: Eis que estou convosco todos os dias - Mateus, 28:20.

Se  você carrega mágoas, amarguras, humilhações, prejuízos que sofreu, chegue diante da presença de Deus dentro do quarto da sua casa e fale para Deus do seu desejo de perdoar. Da sua dificuldade em perdoar. Mas faça planos para perdoar. Perdoar parece ser difícil, mas não o é. Jesus foi crucificado e morto pelos religiosos do seu próprio povo. Ele já sabia disso e em uma das suas últimas palavras na cruz, ele disse - Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem. É a força da presença de Jesus que nos dá a capacidade de perdoar. Perdoe, e volte seus olhos para o futuro é lá que estão muito mais bênçãos, duas vezes, quatro vezes, dez vezes mais bençãos do que os prejuízos que já sofreu.

Se você, conscientemente, sabe que foi o autor de uma ou várias atitudes que causaram dor, humilhação e prejuízo às pessoas, aí não basta fechar a porta do quarto e orar. Se já é crente, procure um pastor para lhe aconselhar. Pode ser que alguns tipos de ações que você praticou precisam de mais cuidados no pedido de perdão. Via de regra, enquanto sua consciência martelar, o assunto não ficou resolvido. Seu pedido de perdão deve ser sincero. Se deu prejuízo financeiro por exemplo, siga o exemplo de Zaqueu. Não banque o esperto, para levar vantagem. Cada caso é um caso, mas o que importa é mostrar para Deus que você está arrependido e disposto a pedir perdão com sinceridade.

Tendo feito a sua parte, agora peça o milagre de Deus na sua vida.

Eu não sei o que você precisa, mas o Senhor Jesus sabe. Pegue um pedaço de papel, sente-se a uma mesa da sua casa e faça duas coisas: primeiro, ore a Deus e  diga para Ele: Senhor, eu sou o fulano de tal. Estive em falta contigo, mas agora já liberei o perdão para esses e aqueles assuntos.  Dei prejuízo Senhor, mas já fui lá e conversei, propus fazer a minha parte; arrependi-me de verdade. Agora Senhor, se tu quiseres, faz o milagre em minha vida: eu preciso disso, disso e daquilo.

Quem tem ouvidos ouça a voz do Senhor:

Mateus 7:8: "Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á." Amém.

Mateus 6:14: Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; 

Mateus 6:15: Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas. 

Continue lendo:

I João 2:1:  MEUS filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. 

2 E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. 

3 E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. 

4 Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade. 

5 Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele. 

6 Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou. 

7 Irmãos, não vos escrevo mandamento novo, mas o mandamento antigo, que desde o princípio tivestes. Este mandamento antigo é a palavra que desde o princípio ouvistes. 

8 Outra vez vos escrevo um mandamento novo, que é verdadeiro nele e em vós; porque vão passando as trevas, e já a verdadeira luz ilumina. 

Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até agora está em trevas. 

10 Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo. 

11 Mas aquele que odeia a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos. 

12 Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome [Jesus Cristo] vos são perdoados os pecados. 

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Pegue o telefone, agora, e ligue para para aquela pessoa, que você sabe quem, e deixe o perdão abrir a porta do seu coração para Cristo.


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