sexta-feira, maio 26, 2017

A sinceridade de um amigo




Wilma Rejane


Fiéis são as feridas feitas pelos que ama, mas os beijos dos inimigos são enganosos. Provérbios 27:6

Feridas são interrupções na lisura da pele afetando sua normalidade. São lesões superficiais ou profundas que exigem remédios e cuidados especiais. A verdade dita por um amigo é comparada a abertura de uma ferida, exige uma ruptura com velhos hábitos e/ou pensamento comum estagnado. Abrir uma ferida é provocar dor, choro, incômodo. Feridas são necessárias para quem almeja a cura. 

O problema é que nem sempre interpretamos de bom grado as verdades ditas a nosso respeito. A vaidade e o orgulho são como um duro casco impenetrável que não permite rupturas, ferimentos. E nessa "proteção" vão se acumulando  sujeiras que somente uma ferida, uma abertura expurgaria em purificação. 

O provérbio diz que os amigos são sinceros,custe o que custar. Mas os inimigos são hipócritas e agem com lisonjas e agrados a fim de acariciar o ego, armando uma rede para queda (Provérbios 29:5). É perigosa a satisfação adquirida por meio de elogios e glorias e é de bom proveito a repreensão franca e verdadeira.

Encontrei um verso Bíblico bem apropriado para esse tema, ele foi pronunciado por Paulo a igreja de Coríntios: " Pelo que façamos festa não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade" I Coríntios 5:8.

O fermento velho era a hipocrisia dos fariseus com toda sua pompa,orgulho e inflexibilidade as verdades do Evangelho. Jesus reiteradas vezes os chamou de hipócritas, mas isso não doía neles, pelo contrário, os fazia inchar de orgulho. Seus cascos eram impenetráveis e a sujeira era uma como proteção às rupturas. Fariseus quando repreendidos procuravam meios de vingarem-se. Vingança não deve fazer parte de uma amizade sincera.

Sinceridadeeilikrineia (Strong 1505)- julgado pela luz do sol. Os bazares orientais expunham suas mercadorias à luz do sol para prová-las. Alguns mercadores desonestos remendavam peças rachadas ou cobriam os defeitos com uma cola.

A falsidade é assim como "cobrir os defeitos com uma cola". E a sinceridade é esta que resiste à prova da claridade. Assim, temos como dever julgar o que dizem a nosso respeito se nos é dito com sinceridade ou com falsidade. Somos nós que colocamos "a mercadoria sob a luz" para examinar sua qualidade. Quantos não se vêm em apuros,indo por caminhos de erro e perigo por não avaliarem corretamente as amizades? 

Amigos verdadeiros são os que nos aproximam de Deus e daquilo que Deus quer para nossas vidas. Estes são bem raros, mas resistem a prova do tempo e de nossas imperfeições. São pessoas que nos querem bem e querem o nosso bem. "O justo serve de guia para o seu companheiro, mas o caminho dos perversos os faz errar" (Provérbios 12:26)

Jesus experimentou do beijo falso do inimigo chamado Judas Iscariotes ao ser capturado para crucificação no Getsêmani. Mas a falsidade do inimigo não foi capaz de vencer o poder da Verdade que vertia de seu corpo ferido, ensanguentado. Por suas chagas fomos todos sarados (Isaías 53:1-5). Feridas são necessárias quando nos fazem refletir o caráter de Cristo. Amigos necessários são aqueles que não se alegram com o pecado alheio, nem escarnecem dos justos,antes têm prazer na bondade e esta bondade é a Palavra de Deus (Salmo 1:1).

Mas não sejamos ingênuos, a Palavra de Deus também se encontra na boca dos tolos, dos perversos, dos enganadores. Contudo, pelos frutos os conhecereis. Se alguém vive provocando discórdias, fofocas e não guarda segredos, é bom manter cautela:

 "O homem perverso provoca dissensão, e uma fofoca separa amigos íntimos." Provérbios 16:28

"A fofoca trai a confiança, mas um homem de confiança mantém um segredo. " Provérbios 11:13


A Bíblia diz ainda  que o amigo ama em todos os momentos e na angústia nasce o irmão (Pv 17:17). Assim, temos os dias de angústia como um referencial sobre amizades. Amigos de verdade não abandonam na angústia, antes confortam, compreendem.

Convêm dizer que Jesus teve amigos não cristãos, homens pecadores. Contudo, Ele foi capaz de influenciá-los de tal modo que puderam ser transformados pelo seu companheirismo. É assim que Ele nos ensina a mantermos a diplomacia, a amizade com pessoas de credos diferentes do nosso e que isso não seja como o fermento dos fariseus a crescer em nossos corações para malícia e maldade. Pelo contrário, o cristão é que deve influenciar os que ainda não conhecem a Verdade do Evangelho.

Vide Daniel, ele foi capaz de ser amigo do rei Nabucodonosor sem se deixar levar pelas dissimulações e idolatria do rei. A moabita Rute foi diretamente influenciada por sua nora judia Noemi. João Batista pode ser visto como amigo do rei Herodes porque lhe repreendeu sobre o adultério querendo que Herodes se arrependesse e mudasse de vida. Mas acabou sendo morto por trama de Herodias (amante de Herodes) que não acatou as repreensões e planejou vingar-se matando-o. Através desses exemplos é possível constatar que as amizades verdadeiras se mantêm apesar dos conflitos. E as inimizades perduram e se consomem quando os interesses pessoais são maiores que o amor mútuo.

Deus nos abençoe com bons amigos.

quinta-feira, maio 18, 2017

Moisés: do deserto ao palácio com honra e poder


 .
Pirâmides de Gizé
João Cruzué

Fico pensando nas grandes surpresas que Deus preparou na vida de Moisés até transformá-lo em um líder abençoado, humilde e vitorioso. Moisés. Como uma águia nascida para voar alto sobre vales e montes, enquanto  não conheceu Deus  bem de perto,  Moisés nada pode fazer. Do palácio ao deserto. E do deserto de volta ao palácio depois dos 80 anos de idade. Moisés foi um milagre: Um vaso que Deus quebrou, amassou e tornou moldar, para conduzir Israel do Egito para o deserto. E do deserto para a boa Terra de Canaã


Tinha todas as probabilidades para ser mais um velho rabugento e murmurador, mas isto não aconteceu. Ele renovava suas forças quando ouvia a voz de Deus ordenando para que ele continuasse tentando. Quero dedicar essa mensagem a meus amigos e irmãos que moram ou trabalham fora do Brasil. Que a presença do Senhor possa alegrar seu coração com esta despretensiosa leitura. Em frente.

Estratégias de uma  Mãe: Quando Moisés nasceu, estava destinado à morte. Mas não foi morto. Sua mãe era uma mulher de oração. Quando todas as outras mães atiravam seus meninos no Nilo para cumprir o decreto do faraó, ela não afogou seu filho. 

Ela cumpriu a lei, mas antes pôs Moisés num cesto. 

Aquele cesto vagando sobre as águas do Nilo tem um significado para este próximo Dias das Mães: Que são os cuidados constantes de uma mãe por seus meninos nessa descida pelo "Nilo" de uma sociedade violenta, corrupta e egoísta.

Mas um cesto de junco afundaria em pouco tempo, encharcado. Cuidar com responsabilidade é bom, mas não foi apenas com betume que o cesto de Moisés  não afundou. As orações de sua mãe  eram mais eficientes que o betume. Por isso, a mãe que separa  tempo diário para orar pelos filhos agrada mais a Deus. 

Outro dia ouvi um Pastor criticando mulheres que passam o dia orando na Igreja enquanto seus filhos estão na rua com péssimas companhias. Fiquei pensando, se orando elas têm problemas - o que se dirá, então, daquelas que ficam apenas em casa ralhando com os filhos a afugentá-los para rua?

Deus tem muitas promessas de bênçãos para os filhos, mas por outro lado o diabo está constantemente semeando o joio para destruir o cumprimento  delas. A mãe de Moisés foi criativa com o cesto, mas por que orava, ouviu a voz de Deus, e  por um pensamento que veio à mente, não se esqueceu do betume. Quem se dedica na oração não é pego desprevenido. 

Recentemente, uma de minhas cunhadas, mulher de oração, descobriu, ao fazer simples exames no hospital, que sua taxa de glicose andava beirando 900. Admiraram-se de vê-la de pé e enxergando.

Você já examinou se os "cestos" de seus filhos não estão afundando?

A primeira grande surpresa da mãe de Moisés foi que ao nascer ele era formoso de aparência. Um bebezinho lindo. A segunda surpresa foi que em lugar de ter morrido afogado no Rio Nilo, ele cresceu, estudou e se formou nos palácios do faraó. A terceira surpresa foi quando tentou usar a força para libertar Israel,  e teve que fugir do Egito para não ser morto. A temporada de mudanças apenas começara. Do palácio ao deserto. E no deserto por 40 anos. Uma mudança e tanto.

Para você que está longe do Brasil se anime.  É mais fácil encontrar presença de Deus no deserto que no conforto dos palácios, da casa dos pais, dos familiares...

Para mim, o versículo mais apropriado para enfrentar o deserto é Jeremias 33:3: " 

Clama a mim, e responder-te-ei, 
e anunciar-te-ei coisas grandes e firme,
que não sabes"

 Isso aconteceu com grandes personagens bíblicos - desde Abraão. Prepare-se andar nos propósitos de Deus. A verdadeira prosperidade é espiritual, em decorrência dela vem a prosperidade financeira definitiva. O que Deus lhe der, ninguém pode tirar. Por isso é melhor buscar a presença do Senhor. Isto significa, fora com as "baladas" e amizades duvidosas, que vão tirar você do alvo. Então, vamos voltar ao assunto principal.

Quarenta anos se passaram. 

Dos palácios do Egito para a poeira, sol durante o dia  e frio da noite do Deserto do Sinai. Quem diria? Promessas de Deus depois de 80 anos?... Ele nem pensava mais nisso. Mas aí veio a última e grande surpresa: No terço final da vida, já com oitenta anos, Deus aparece na sarça ardente e provoca Moisés para voltar ao Egito. A mesma missão: Libertar o Povo de Israel. Daquela antiga força, só restava o desânimo.

-Vem Moisés e Eu te enviarei! Disse Deus.

-Não Senhor, eu não sou libertador de coisa nenhuma. Não acredito mais em velhas promessas. Agora sou apenas um velho, e se eu for, o povo vai se rir de min, vão me achar um louco com uma bengala de apoio nas mãos. Não quero ir, não estou mais interessado, por mim Israel pode continuar escravo pelo resto da vida. Escolha outro para ir em meu lugar.

Nessa altura, Deus se irritou com Moisés e o forçou a descer ao Egito.

E, dois velhos gagás desceram ao Egito: Moisés com 80 anos e Arão com 83. Milhares de jovens judeus estavam lá, mas a promessa do libertador de Israel era para um velho: Moisés. Deus tinha um plano especial com Moisés - e operando Deus, quem impediria?

E o plano do
 Senhor para sua vida ainda está de pé.

Ao chegar no Egito, Moisés e Arão, foram primeiro convencer o povo escravo de que Deus estava atento ao clamor deles, que estava ciente daquela horrível escravidão. Tendo convencido o povo, foram ao palácio do faraó.

-Faraó, o Deus de Israel encontrou seu povo e quer que saiamos ao deserto para celebrar uma festa para Ele. E o faraó respondeu: Quem é o senhor cuja cuja voz ouvirei para deixar ir o povo? Não conheço esse Deus e não deixarei o povo ir. E disse mais faraó: Esse povo está ocioso, é por isto que inventaram essa história de celebrar festa no deserto. Antes se fornecia palha para fazer os tijolos, agora que se virem e também arranjem a palha. E a quota da produção diária dos tijolos sera exigida. Se não cumpri-la mandarei açoitar os líderes do povo. E Parem de perturbar o trabalho dos outros.

E foi assim que deu tudo errado. A escravidão piorou com os açoites e o excesso de trabalho. Assim, até o próprio povo judeu se amargurou contra Moisés, porque diziam: A espada que faltava para faraó nos matar, você Moisés, com essa história de Deus, acabou de arranjar.

E tendo Moisés ido orar e reclamar com Deus, ouviu novamente o Senhor dizer: Vai Moisés, para de reclamar e entra de novo no palácio e dize a Faraó: Deixa o povo de Israel sair da sua terra.

- Mas Senhor, se nem o povo de Israel acredita em mim, como vai me ouvir o faraó? Vai Moisés, agora vou te por por Deus de faraó e Arão, seu irmão, será o teu profeta.

E ele foi. Desanimado, desacreditado, mas foi. E falou a faraó. E a certa altura do seu encontro com faraó, três cobras rastejavam pelo chão do palácio. Uma era de Moisés e duas dos feiticeiros do faraó. E aconteceu que estando faraó e seus súditos certos do massacre, a cobra de Moisés engoliu as outras duas. E naquele dia, Moisés voltou para casa alegre e pelo caminho conversava com Arão.

-Você viu Moisés como os magos do Egito também sabem transformar varas em cobras?

-Sim Arão, mas isto não me preocupa mais, porque hoje eu vi uma outra coisa.

-O que foi que você viu Moisés?

-Eu Vi que , hoje, o Senhor começou mudar minha vida. A partir do momento que as duas cobras de faraó foram engolidas, deixei de ser um velho derrotado e estou pronto para sonhar de novo, porque agora sei que o Senhor vai cumprir todas as promessas Dele em minha vida.

E foi assim que o menino do cestinho betumado veio a ser o Libertador de Israel. Aquele que depois de velho, foi escolhido e teve o privilégio, a honra, de por o pé sobre o "pescoço" do faraó - Deus do Egito - e tirar o povo da escravidão fortalecido pela mão do Senhor.

Isaías 40:30-31:


"Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os jovens certamente cairão. Mas os que esperam no SENHOR renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão".

Acredite sempre na próxima oportunidade. Depois do deserto, vem o tempo de andar com Deus em grandes palácios.



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