domingo, abril 09, 2017

Eleições CGADB 2017 foram suspensas pelo TJRJ - Processo 84255-87.2017.8.19.001


Pesquisa no portal do TJRJ em 09/04/2017

Autor da pesquisa: João Cruzué

http://www4.tjrj.jus.br/consulta


Processo: 0084255-87.2017.8.19.0001
Tipo do Movimento: Decisão

Descrição: Trata-se de Tutela Cautelar de Urgência proposta por ROBERTO SOUZA DA SILVA e JOÃO ALVES GOMES em face de CONVENÇÃO GERAL DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS DO BRASIL e SCYTL SOLUÇÕES DE SEGURANÇA E VOTO ELETRÕNICO LTDA, a fim de suspender as eleições para escolha da nova direção e do conselho fiscal da Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil Alega o requerente, em síntese, que a partir da meia noite deste domingo, 09/04/17, teve início as eleições da mesa diretora e do conselho fiscal da Convenção Geral das assembleias de Deus do Brasil, por meio de votação eletrônica, com término previsto par às 18 h do mesmo dia. Ocorre que, a realização do certame vem sendo alvo de diversas demandas judicias em todo o país, buscando conter ilícitos e fraudes no referido processo eleitoral, inclusive com o descumprimento de decisão judicial proferida pelo Juízo da Vara Única da Comarca de Careiro - AM, o qual deferiu a intervenção judicial nomeando administrador judicial para acompanhar o processo eleitoral. É o breve relatório. 
DECIDO.
Após a análise dos fatos narrados e documentos acostados verifico o descumprimento da decisão judicial da Vara Única da Comarca de Careiro - AM, a qual não foi revogada pelo Juízo da 1ª Vara Cível Regional de Madureira - RJ, declarada competente após o julgamento do conflito de competência nº 151.295/RJ do Egrégio STJ. Vale frisar que a referida decisão nomeou administrador judicial para a conclusão dos trabalhos relativos às eleições perante ambos os réus, o que não foi observado conforme RO 5431/2017-0 da polícia Civil do Distrito Federal acostado. (DOC 4), bem como termo circunstanciado datado de 08/04/17. (DOC 7) Desse modo, analisando os requisitos para a concessão da liminar, observo que o fumus boni iuris vem demonstrado pelo impedimento do administrador judicial ao processo eleitoral. O periculum in mora evidencia-se no ambiente de instabilidade política e social que o ato atacado pode provocar se levado à deliberação na data designada, especialmente considerando o descumprimento a comandos judiciais. 

Ante o exposto, CONCEDO A LIMINAR requerida e DETERMINO a suspensão das eleições da mesa diretora e do conselho fiscal da Convenção Geral das assembleias de Deus do Brasil para o quadriênio 2017/2021, devendo ser designada nova data com a observação de todas as ordens judicias proferidas. Intimem-se os réus pelos respectivos endereços eletrônicos mencionados no item 50 do pedido. Expeça-se carta precatória ao Juízo de Plantão do TJDF, conforme requerido no item 51 do pedido da inicial. Após, encaminhe-se ao juízo competente.

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A Santa Ceia e o Lavapés

Lavapés
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Por João Cruzué.
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O texto do Evangelho de São Marcos, capítulo 14:12-26, é muito parecido com o  texto do mesmo assunto em Lucas 22:7-23. Já o Evangelho de São João conta um detalhe que os outros três autores não registraram. É o que veremos adiante.

Os evangelistas Lucas e Mateus registraram que os discípulos foram instruídos  por Jesus Cristo para encontrar um lugar especial para celebrar a Páscoa. Desta instrução constava um sinal, que era o de procurar por um homem que levava um cântaro d'água.  Mateus não cita tal detalhe. João, também, não.

Mas João aprofundou-se em outros detalhes. Ele ele deixou implícito no texto que os 12 discípulos celebraram a páscoa com os pés sujos. Em complemento do assunto, em Lucas 22:24-30 transparece com muita sutileza uma certa contenda que teria surgido no início da celebração. O texto fala de uma disputa entre eles de quem seria o maior. Na verdade, estavam procurando eliminação o menor, para que este fizesse o serviço mais baixo que era o de lavar os pés dos "maiores". Como não chegassem a um consenso, participaram da ceia com os pés sujos.

Também, o texto de Mateus 18 parece tratar de outro registro do mesmo assunto. Também estavam procurando quem seria o menor entre eles, para que este servisse os outros 11, lavando-lhes os pés. Culturalmente, lavar os pés era uma atribuição para os criados da casa. Neste registro,  Jesus entra em cena e toma uma criança, põe-na no meio deles e dá uma boa descascada: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis  no  Reino dos céus.

A esta altura, parece-me que o cântaro e sua água estivessem ligados à lição do lavapés. E, neste sentido, o detalhe que os três escritores não mencionaram, João registrou no capítulo 13:1-20.

Por não terem chegado a um consenso, os discípulos desistiram de lavar os pés ao se sentarem no chão para celebrarem a última Páscoa com a presença de Jesus. Todo mundo era "grande". Ninguém quis se rebaixar  ao nível de um criado da casa para lavar os pés. Imagino que depois de terem caminhado muito durante o dia, assentar-se no chão com os pés sujos não deveria ser muito confortável.

Jesus esperou que a celebração da Páscoa terminasse para ensinar humildade e serviço aos 12 discípulos. Como ninguém queria se rebaixar à condição de criado, depois de ter ceado, Jesus tirou uma toalha entre suas vestes e chamou, um por um, os discípulos e lavou-lhes os pés.  Foi uma lição inesquecível.  

O ambiente daquela Páscoa corria com relativa tranquilidade, até o momento que o Senhor falou em alto e bom som que um dos 12, que metia a mão no prato junto com ele, era um traidor. A partir daí, a tristeza, como uma nuvem cinzenta, pairou sobre o cenáculo. Como ninguém conhecia o traidor, ou uma pergunta recorrente: Por ventura sou eu, Senhor?  A seguir, veio a lição de humildade. O Maior colocando-se na posição de criado e colocando um novo conceito de grandeza: Quem quiser ser o maior no Reino dos Céus, que então sirva os irmãos. Foi assim que o Senhor destroçou a hipocrisia deles, com uma lição infalível. Por fim, um tristeza completa inundou o ambiente, com o desmascaramento de Judas.

Espiritualizando.

O que significaria a  sujeira dos pés em um corpo de um discípulo que já estava com o corpo limpo? isto eu não o sei, mas posso conjecturar. Eles cearam com os pés sujos, porque não queriam servir. Por este lado, o desejo de ser  o "maior", revelava um desconhecimento  enorme dos discípulos sobre o que ser um servidor do Cristo. Ao tomar a toalha para lavar a poeira dos pés aos apóstolos, Jesus estava dizendo duas coisas: que o cristão deve servir como seu Mestre. Que a celebração da Ceia foi tudo, menos alegre. Ali aconteceram dois fatos: a exposição da hipocrisia e a revelação da existência de um traidor.

O poeira dos pés para mim, simboliza a necessidade da graça de Deus todos dias, porque não conseguimos fazer todo o bem que devemos durante as 24 horas do dia. 

Também, para mim, esta poeira é parte da cultura mundana, da cultura humanista  já denunciada por Martin Luther King. Praticar a corrupção sem que ninguém percebesse era coisa dos mais espertos. Até hoje esta iniquidade é considera por baixo dos panos como um "virtude". Pela cultura mundana de nossa época é vergonhoso servir e apreciável o mandar, exercer autoridade sobre outros.

A poeira dos pés é uma sujeira inevitável. Basta colocar o pé na rua, para sujá-lo com a poeira. Também poderia significar orgulho, soberba e preconceito. Orgulho, por não querer servir. Servir era coisa de criados, servos e escravos. Todos os 12 queriam ser servidos. Como o lavapés somente aconteceu depois de terem ceado, fica evidente que eles participaram da santa ceia de modo indigno aos olhos de Jesus Cristo. Tanto foi assim que o Mestre não deixou o assunto da sujeira sem água. Tomou a toalha, cingiu-se e começou a lavar pés de cada um, a começar pelos pés de Pedro.

Também mostra que o Senhor não gosta de sujeira de nenhum tamanho. Inclusive da pequena sujeira. 

Também não aceitou que os apóstolos terminassem a celebração da Páscoa com sujeira nos pés. 

Jesus era amoroso. Seu amor foi demonstrado pela postura de humildade. Pelo desejo de servir e ajudar seus discípulos a desvencilharem-se da herança cultural romana. Pequenas iniquidades que passariam despercebidas, ou mesmo que um pastor da época considerasse como "não faz mal".

Depois do lavapés, os discípulos foram para casa envergonhados, por participarem da celebração com os pés sujos. Por terem se recusado a servir uns aos outros, por pura soberba.

O cântaro, a Santa Ceia, a água e a atitude de Jesus. Um coração como de criança é o padrão para ser aceito a entrar no reino de Deus. Uma das coisas que estava implícita naquele episódio era a falta de perdão. O lavar os pés uns aos outros fala justamente de perdão. Naquela disputa de quem seria o maior, e que posição e honrarias teria cada um, discussão de direitos e posição no Reino de Deus, fez com que alguns deles se indispusesse uns com os outros.

Por fim, aquela celebração de Páscoa mostrou que por mais que seja o homem limpo, ele sempre carrega alguma mancha  u mau cheiro que necessita da graça de Deus para para ficar limpo.

Nossa atual geração não nasceu para servir. Querem mandar e ser servidos. Estou falando, principalmente, de Pastores, Bispos, Apóstolos e afins. 

Esta atitude arrogante, independente, precisa sair  da minha e da sua vida, para receber com dignidade que possamos receber o tratamento  de seguidor de Cristo. A letra pode até induzir o homem ou a mulher a pensar que a graça de Deus é um benefício comum e ordinário, mas não é. Ao lavar os pés de cada um, os grãos de poeira de todos  foram descartados. Se nossos pés não forem lavados, Jesus disse que não temos parte com Ele. 

Senhor Jesus, tenham misericórdia de nós.


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