terça-feira, abril 02, 2013

O vinho, o azeite e o fermento




Barco
Barco à vela

João Cruzué

E um certo doutor da Lei levantou-se e disse: Mestre que farei para herdar a vida eterna? E Jesus devolveu a pergunta: O que está escrito na Lei? E então o doutor citou o grande mandamento: "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo."

-- Faze isto e viverás! Disse Jesus.

-- E quem é o meu próximo? Insistiu o doutor.

E na sequência o Senhor Jesus Cristo expôs uma parábola, mais tarde intitulada "A Parábola do Bom Samaritano". Hoje pela manhã quando ia para o trabalho, passei pela região do Viaduto do Chá, no Centro de São Paulo. E neste trajeto veio a mim escrever alguma coisa sobre esses três elementos: O azeite, o vinho e o fermento.

Nós encontramos o azeite no Velho Testamento na botija da viúva endividada; no reservatório do candeeiro da Casa do Senhor. Na unção de Davi, ainda adolescente, no quinto verso do Salmo 23, e, entre tantos outros, na visão do profeta Zacarias. Azeite fala de sabedoria; azeita pode ser um rosto brilhando pelo perdão de Deus; azeite é uma bênção surpresa quando tudo o mais se acabou. Azeite é o gosto da vitória; azeite é a unção da promessa de Deus.

Na parábola do samaritano o vinho foi usado para limpar as feridas.

Azeite e vinho falam de solidariedade, de compaixão, de cuidados. Azeite e vinho são as atitudes do cristão verdadeiro que vai além das palavras; além da teologia. A sequência de uso é azeite e vinho. Primeiro a unção do Espírito em seguida a alegria do Espírito. O azeite amacia e refresca um coração ferido e o vinho lava as impurezas e a maldade do pecado. Para adquirir deste azeite e deste vinho é preciso ir à fonte da misericórdia e da compaixão. É preciso depender de Jesus.

Quem ama vai atrás, busca e procura até achar. Quem tem azeite e vinho anda na presença de Deus e navega como um barco cuja vela se faz cheia sob o vento da vontade do Espírito Santo. Isto não se aprende com a leitura de compêndios e comentários. Não vem junto com um canudo de teologia, mas em andar com o Senhor.

O fermento é a substância que incha, estufa, azeda, que enche de vento uma massa. O fermento para fazer efeito precisa ser misturado. Espiritualmente falando o fermento é o mundo sendo misturado no coração cristão. O fermento é a hipocrisia. É uma santidade de aparências. É uma cristã falsificada, mascarada.

O sacerdote e o levita viram o ferido, mas a sua religião estava acima de qualquer coisa. Sabiam o sagrado, mas não tinham mais o Espírito de Deus. Eram vazios de sentimentos, de compaixão. O sacerdote e o levita eram como barcos cujas velas já tinham apodrecido pela falta de uso.

Coisa interessante. Esta parábola é muito atual. Está surpreendentemente contextualizada em nosso tempo e país. Uma geração de sacerdotes e levitas têm trabalhado em nossas Igrejas. Eles estão muito ocupados com o que acontece no mundo. Estão encantados com o poder, com a política, com o dinheiro. O fermento já arruinou a vida espiritual deles. Nã têm mais tempo para a compaixão. Não se preocupam mais com os feridos nem com os perdidos, pois já não há mais sinal de azeite e vinho em seus corações. O Espírito Santo já foi apagado de suas vidas, de tantas atitudes mesquinhas, avarentas, falsas aparências. O óleo da unção já não brilha mais em suas faces. É muito provável que também estejam perguntando: E quem é meu próximo? Por que já se esqueceram.

E se eu não tomar cuidado, posso me tornar hipócrita do mesmo jeito. Por isso o exercício da compaixão deve ser sempre lembrado, praticado. Não basta ter uma biblioteca cristã na cabeça, é preciso muito mais que isso para ser um bom samaritano: manter a alegria de servir, de visitar, de sorrir e chorar junto, de ajudar, de amar, de perdoar pela presença do Espírito Santo.



SP 28.09.2010



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Tropeço no Salmo Primeiro


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"Tripping"
Por João Cruzué

Em 12 de outubro de 1995, há mais de 14 anos, aconteceu aquele triste episódio do "chute" na santa, protagonizado pelo Bispo Von Helder, da Igreja Universal, numa atitude de desequilíbrio, repercutida maldosamente pela TV Globo que, além de desrespeitar nossos irmãos católicos que a consideram "padroeira" do Brasil, desrepeitou a todos os crentes que pregam o evangelho de forma mansa e humilde.

O Bispo Edir Macedo Bezerra em um de seus livro diz: "... O Sérgio criou um problema na Igreja. Atrasou nosso trabalho em dez anos. Ficamos parados no tempo por causa daquele chute. Atrapalhou a Igreja, atrapalhou todos os nossos projetos. Poderíamos ter ajudado muito mais gente se não fosse aquele ato impensado."

Quem acompanhou, na época, sabe que a TV Globo gravou as imagens da "pregação" do Bispo Sérgio Von Helder, feita na madrugada, e a tornou assunto principal de seus jornais, movendo maciça perseguição à Igreja Universal. Nos dois meses seguintes, serviu perfeitamente como cortina de fumaça para o lançamento do PROER. aquele programa de socorro a banqueiros feito pelo governo FH - que só foi "descoberto" pela grande imprensa a partir de fevereiro de 1996. E o primeiro banco (imediatamente) socorrido foi o Banco Nacional - da nora do Presidente..

Para tornar mais eficaz a campanha de destruição contra a Igreja Universal, a Rede Globo foi buscar na seara evangélica o apoio do Reverendo considerado com o príncipe dos pregadores e escritores evangélicos do Brasil, o Pastor presbiteriano Caio Fábio D'Araújo Filho. Diante do microfone daquela emissora, ele ajudou a TV Globo a cravar vários pregos naquilo que achavam ser o caixão do Bispo Macedo e da Igreja Universal.

Quase 15 anos já se passaram. O Bispo chutou a santa, mas quem tropeçou no Salmo Primeiro foi o Reverendo Caio. Tropeçou e caiu. O Tempo, e não eu, está sendo o juiz daquela causa. De um lado,a boa mão de Deus prosperou a causa do Bispo Macedo. Que a grande maioria dos Evangélicos repudia. E certamente, o Bispo NÃO tem minha aprovação em todas as coisas que faz. Pode ser que até seja mais falho que o próprio Reverendo, mas por que um teve uma queda tão feia, e o outro continuou? Creio que Caio caiu por muitas falhas ( quem não as tem?), mas foi imperdoável ter se juntado aos "Marinhos" que sempre desprezaram, desprezam e nutrem um feio preconceito contra os crentes em Jesus desta nação.

Contudo, diante de Deus algumas faltas são consideradas maiores que as outras, e a razão do Salmo Primeiro estar exatamente ali, como primeiro, deve ser porque Deus nunca aprovará que o crente tropece no seu primeiro versículo (ainda mais se for um mestre) que só para recordar, diz assim:
"Bem-Aventurado o varão

que não anda segundo o conselho dos ímpios,

nem se detém no caminho dos pecadores,

nem se assenta na roda dos escarnecedores".


ooo








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