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quinta-feira, maio 18, 2017

Ives Gandra Martins critica o ativismo dos ministros do STF

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'A CONSTITUIÇÃO "CONFORME" O STF'

Foto: Fecomércio/SP
Professor Ives Gandra da Silva Martins
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IVES GANDRA DA SILVA MARTINS

Escrevo este artigo com profundo desconforto, levando-se em consideração a admiração que tenho pelos ministros do Supremo Tribunal Federal brasileiro, alguns com sólida obra doutrinária e renome internacional. Sinto-me, todavia, na obrigação, como velho advogado, de manifestar meu desencanto com a sua crescente atuação como legisladores e constituintes, e não como julgadores.

À luz da denominada "interpretação conforme", estão conformando a Constituição Federal à sua imagem e semelhança, e não àquela que o povo desenhou por meio de seus representantes.

Participei, a convite dos constituintes, de audiências públicas e mantive permanentes contatos com muitos deles, inclusive com o relator, senador Bernardo Cabral, e com o presidente, deputado Ulysses Guimarães.

Lembro-me que a ideia inicial, alterada na undécima hora, era a de adoção do regime parlamentar. Por tal razão, apesar de o decreto-lei ser execrado pela Constituinte, a medida provisória, copiada do regime parlamentar italiano, foi adotada.

Por outro lado, a fim de não permitir que o Judiciário se transformasse em legislador positivo, foi determinado que, na ação de inconstitucionalidade por omissão (art. 103, parágrafo 2º), uma vez declarada a omissão do Congresso, o STF comunicasse ao Parlamento o descumprimento de sua função constitucional, sem, entretanto, fixar prazo para produzir a norma e sem sanção se não a produzisse.

Negou-se, assim, ao Poder Judiciário, a competência para legislar.

Nesse aspecto, para fortalecer mais o Legislativo, deu-lhe o constituinte o poder de sustar qualquer decisão do Judiciário ou do Executivo que ferisse sua competência.

No que diz respeito à família, capaz de gerar prole, discutiu-se se seria ou não necessário incluir o seu conceito no texto supremo -entidade constituída pela união de um homem e de uma mulher e seus descendentes (art. 226, parágrafos 1º, 2º, 3º, 4º e 5º)-, e os próprios constituintes, nos debates, inclusive o relator, entenderam que era relevante fazê-lo, para evitar qualquer outra interpretação, como a de que o conceito pudesse abranger a união homossexual.

Aos pares de mesmo sexo não se excluiu nenhum direito, mas, decididamente, sua união não era -para os constituintes- uma família.

Aliás, idêntica questão foi colocada à Corte Constitucional da França, em 27/1/2011, que houve por bem declarar que cabe ao Legislativo, se desejar mudar a legislação, fazê-lo, mas nunca ao Judiciário legislar sobre uniões homossexuais, pois a relação entre um homem e uma mulher, capaz de gerar filhos, é diferente daquela entre dois homens ou duas mulheres, incapaz de gerar descendentes, que compõem a entidade familiar.

Este ativismo judicial, que fez com que a Suprema Corte substituísse o Poder Legislativo, eleito por 130 milhões de brasileiros -e não por um homem só-, é que entendo estar ferindo o equilíbrio dos Poderes e tornando o Judiciário o mais relevante dos três, com força para legislar, substituindo o único Poder que reflete a vontade da totalidade da nação, pois nele situação e oposição estão representadas.

Sei que a crítica que ora faço poderá, inclusive, indispor-me com os magistrados que a compõem. Mas, há momentos em que, para um velho professor de 76 anos, estar de bem com as suas convicções, defender a democracia e o Estado de Direito, em todos os seus aspectos, é mais importante do que ser politicamente correto.

Sinto-me como o personagem de Eça, em "A Ilustre Casa de Ramires", quando perdeu as graças do monarca: "Prefiro estar bem com Deus e a minha consciência, embora mal com o rei e com o reino".


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IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, 76, advogado, professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra, é presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio e participante nas audiências públicas de elaboração da Constituição Cidadã de 1988.


Fonte: Jornal Folha de São Paulo, 20 de maio de 2011, página A3.






quinta-feira, julho 02, 2015

O neopentecostalismo e a tentação de Jesus

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 Autor: João Cruzué 

Quando  leio o capítulo 5 do livro Profeta Isaías, eu posso  imaginar porquê Jesus passou pela tentação, (Mateus 4) sem dar "mole" para o Diabo.  Eu hoje resolvi esquecer um pouco os relatórios de meu trabalho, para meditar, contextualizando este assunto com o que se passou com os ministros de Supremo Tribunal Federal, diante do famigerado mensalão.  Como é que se dá a perda de referências que  leva as pessoas à perda dos valores? Aí está um algo denso que não sei se vou conseguir desenvolver sozinho.

Isaías foi escolhido e enviado por Deus para ser uma voz profética que  martelasse nos ouvidos de judeus e cristãos há mais  2.700 anos. Ele mesmo deixou isto bem claro (Is.50:4) sua formação acadêmica: "O Senhor DEUS me deu uma língua erudita, para que eu saiba dizer a seu tempo uma boa palavra ao que está cansado. Ele desperta-me todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que ouça, como aqueles que aprendem." E neste ponto, eu creio, que ele não estava falando de cansaço físico, mas do cansaço em fazer o bem, do cansaço de ser honesto, do cansaço de andar com sinceridade  diante de Deus.

Eis o texto da Introdução:

Isaías 5:

1 AGORA cantarei ao meu amado o cântico do meu querido a respeito da sua vinha. O meu amado tem uma vinha num outeiro fértil. 

2 E cercou-a, e limpando-a das pedras, plantou-a de excelentes vides; e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava que desse uvas boas, porém deu uvas bravas. 

3 Agora, pois, ó moradores de Jerusalém, e homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha. 

4 Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? Por que, esperando eu que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas? 

5 Agora, pois, vos farei saber o que eu hei de fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, para que sirva de pasto; derrubarei a sua parede, para que seja pisada; 

6 E a tornarei em deserto; não será podada nem cavada; porém crescerão nela sarças e espinheiros; e às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela. 

7 Porque a vinha do SENHOR dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das suas delícias; e esperou que exercesse juízo, e eis aqui opressão; justiça, e eis aqui clamor. 

8 Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo, até que não haja mais lugar, e fiquem como únicos moradores no meio da terra! 

9 A meus ouvidos disse o SENHOR dos Exércitos: Em verdade que muitas casas ficarão desertas, e até as grandes e excelentes sem moradores. 

10 E dez jeiras de vinha não darão mais do que um bato; e um ômer de semente não dará mais do que um efa. 

11 Ai dos que se levantam pela manhã, e seguem a bebedice; e continuam até à noite, até que o vinho os esquente! 

12 E harpas e alaúdes, tamboris e gaitas, e vinho há nos seus banquetes; e não olham para a obra do SENHOR, nem consideram as obras das suas mãos. 

13 Portanto o meu povo será levado cativo, por falta de entendimento; e os seus nobres terão fome, e a sua multidão se secará de sede. 

14 Portanto o inferno grandemente se alargou, e se abriu a sua boca desmesuradamente; e para lá descerão o seu esplendor, e a sua multidão, e a sua pompa, e os que entre eles se alegram. 

15 Então o plebeu se abaterá, e o nobre se humilhará; e os olhos dos altivos se humilharão. 

16 Porém o SENHOR dos Exércitos será exaltado em juízo; e Deus, o Santo, será santificado em justiça. 

17 Então os cordeiros pastarão como de costume, e os estranhos comerão dos lugares devastados pelos gordos. 

18 Ai dos que puxam a iniquidade com cordas de vaidade, e o pecado com tirantes de carro! 

19 E dizem: Avie-se, e acabe a sua obra, para que a vejamos; e aproxime-se e venha o conselho do Santo de Israel, para que o conheçamos. 

20 Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo! 

21 Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e prudentes diante de si mesmos! 

22 Ai dos que são poderosos para beber vinho, e homens de poder para misturar bebida forte; 

23 Dos que justificam ao ímpio por suborno, e aos justos negam a justiça! 

24 Por isso, como a língua de fogo consome a palha, e o restolho se desfaz pela chama, assim será a sua raiz como podridão, e a sua flor se esvaecerá como pó; porquanto rejeitaram a lei do SENHOR dos Exércitos, e desprezaram a palavra do Santo de Israel. 

 Poderia parar por aqui, pois a  palavra escrita pelo Profeta, não era dele, foi ditada por JEOVÁ.  Ao ler e reler esta palavra, concluí que a perda de valores leva à perda de referências. Também entendi que a concentração da renda na mão de poucos, com tempo também leva estes "poucos" à ruína, pois não atentando para o grande referencial divino - que é a sua palavra escrita - A Bíblia Sagrada.

Ai dos que acham que os fins justificam os meios para conquistar e manter o poder. E estes "meios" nada mais são do que o fazer e o mandar fazer no escuro aquilo que condenam à luz do dia. Sim, a hipocrisia é a rejeição dos referencias e dos valores cristãos. Pelas palavras de Cristo, deixada nos textos do Evangelho, o pecado da incredulidade e a hipocrisia dos religiosos levariam estes a uma condenação maior que a dos habitantes de Sodoma, de Nínive e do povo nos dias de Noé.


O curioso para mim, é que aparentemente o Juízo de Deus está começando primeiro pelas autoridades brasileiras, enquanto as lideranças religiosas estão sendo aparentemente esquecidas; (I Pe. 4:17).

Os conceitos de moral, honestidade, sinceridade, impessoalidade, legalidade, santidade, respeito à coisa pública, foram arrancados e depois sepultados em cova profunda. Graças a Deus, até aqui a maioria dos Ministros do STF  vêm  balizando que pedra é pedra e pau é pau. Que mensalão é suborno de consciências, que sem referências perderam seus valores.

Neste ponto passo a pensar ao contrário do que acima escrevi: A falta ou esquecimento dos marcos referenciais leva à perda dos valores.

Voltando ao sagrado.  Por que Jesus Cristo não era "Neo pentecostal"? 

1. Porque jamais ele iria ensinar ou orar para  que as pedras se transformassem em pães para abençoar alguém - a não ser que fosse no tempo da vontade de Deus. O marco referencial aqui não é a necessidade do pedinte, mas o propósito de Deus na vida daquele. Nem toda vontade pessoal deve ser atendida só porque eu quero. A vontade de transformar pedras em pães, não era de JEOVÁ, nem de Jesus - era do diabo! Eu já ouvi isto e, infelizmente, tornei a ouvir esta falsa palavra no domingo passado: "Olha, se você não vem recebendo bênçãos na sua vida, é preciso dar uma olhada, porque deve ter alguma coisa errada na sua vida". Eu discordo. 

Discordo porque esta interpretação não pode ser absoluta. Abraão esperou 25 anos por um filho. José, uns 13 anos para sair do buraco. Moisés, uns 40 anos para sair em vitória com o povo de Israel do Egito. Davi deve ter esperado uns 15 anos para ser coroado Rei, depois da unção do profeta Samuel. Eu esperei 11 anos para sair do desemprego. Porque não houve transformação das pedras em pães na vida desses? Porque Deus não trabalha na PRESSA. Para tudo há um tempo,  um dia, um momento determinado. E a decisão está com o nosso Paizinho, que mora na luz inacessível. E eu sei que a bênção virá. E no dia que ela vem, a alegria é para todos os dias.

2. Se Jesus fosse de família "neopentecostal", o último lugar que seu Pai deixaria que ele nascesse seria um curral de animais. Também não deixaria que o filho morasse numa casinha em Nazaré ou Cafarnaum, pois o lugar de morada de um "filho de Davi" seria em Jerusalém; no meio do poder, com direito a todo conforto.

3. Jesus não era "neopentecostal", pois andava a pé. Curiosamente, subiu em um jumentinho na sua última semana de vida. Sim! senhores, um jeguinho, filho de jumenta. Um pastor "neopentecostal" de nossa época certamente compraria uma biga romana, ou um puro sangue árabe, branquinho como a neve. Era o luxo da época. Mas, nosso Senhor andava a pé. Manso e humilde de coração. Humildade de coração era uma referência que Ele deixou, e que os falsos mestres do "neopentecostalismo" de hoje NÃO TÊM. Um jatinho, uma fazenda de bois, um haras de mangalargas, uma mansão em Miami de forma alguma são sinais de humildade de coração. Isso tem outro nome: Soberba da vida!

4. Jesus não cobrava dízimos, pois não era da Tribo de Levi. Ele mesmo disse que não veio abrogar a Lei, mas cumpri-la. Eu aprendi que o dízimo é dado pela fé, pois dessa forma agrada a Deus. Eu faço assim. Mas tenho visto a grande ênfase que os pastores da "prosperidade" dão a este assunto, com a desculpa de que isto vai enriquecer o contribuinte. Na verdade, o que eles querem  é atingir suas metas, para manter (e não perder) as franquias de negócios disfarçadas de Igrejas, sobre as quais presidem. O referencial absoluto em termos de finanças de Igreja deve ser espelhado de Cristo. O interessante é que a bolsa de seus dinheiros andava quase sempre vazia. E  Ele não se importava com isso, pois dependia do Pai e não do dinheiro para edificar a Igreja. Antes, os evangélicos contavam um "causo" de que um Papa certa vez disse: Hoje a nossa Igreja não precisa mas falar ao paralítico "Não tenho prata nem ouro." Da mesma forma, o milagre do "levanta e anda" está deixando os templos evangélicos.

Que ninguém se engane. Não há vantagem nenhuma em ser católico ou evangélico. O que interessa de fato é o "diploma" da faculdade da graça assinado no seu e no meu coração pelo Senhor Jesus. E este diploma só é conquistado por aquele  que aprendeu o significado da palavra dependência. Senhor, eu dependo de ti. Embora eu quisesse acumular hoje tudo o que eu vou precisar para uma vida inteira, sei que esta não é a TUA vontade. Depender da vontade de Deus. São apenas cinco palavrinhas, fáceis de falar, mas difíceis de aceitar. E quando isto acontecer a cor da religião não mais importará. No céu não haverá nem católico nem evangélico, senão os santos  que foram comprados pelo sangue de Jesus e permaneceram fiéis e dependentes Dele.

Por estas razões, eu digo: que Jesus teria vergonha de muitas Igrejas e muitos Pastores que perderam seu referencial. E no processo de perda de referencial, também foram racionalizando a utilidade dos valores cristãos. Eu aceitei Jesus em meados dos anos 70s. Para mim, hoje, é vergonhoso ver que o "faturamento" e a satisfação das necessidades se tornaram algo mais desejado nas Igrejas do que o Espírito Santo. Vergonhoso porque não é uma coisa sutil, ao contrário, é escancarada! 


E toda esta "Teoria da Prosperidade" advinda com o "neopentecostalismo", embora combatida em verso e prosa nas revistas de Escola Dominical, é muito bem aceita nos púlpitos porque à medida que o mundo foi penetrando na Igreja (perda de valores) os referenciais de santidade  foram  desaparecendo. 

Restou aquela velha hipocrisia, combatida por Isaías há 2.700 anos e  repreendida por Jesus Cristo há mais de 2.000 anos. E eu não tenho medo de dizer: Se o juízo começa primeira pela Casa de Deus, certamente dias difíceis e de muita vergonha estão prestes a vir, pois Deus está endireitando certas coisas no Brasil através da toga de sua Excelência e não pelo púlpito de um Reverendo.



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sexta-feira, maio 01, 2015

Pastor Silas Malafaia contra indicação de Luiz Edson Fachin ao STF


Video no Yotube do Pr. Silas Malafaia





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Agora leia as referências do assunto com  blogueiro (cristão) Reinaldo de Azevedo, que tem um programa diário na Rádio Jovem Pan FM de São Paulo, a partir das 18:00 h , chamado "os pingos nos is"

Post de Reinaldo de Azevedo:
A desconstrução da família

Um Resumo:
Luiz Edson Fachin, indicado por Dilma Rousseff para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, encontra resistências no Senado. À medida que suas heterodoxias no campo do direito vêm à luz, essa resistência aumenta. Na tarde e noite desta quarta, no entanto, notou-se um esmorecimento do PMDB. Parece que há gente tentada a trocar cargos no segundo e terceiro escalões por um endosso ao nome do advogado que considera os produtores rurais brasileiros “espíritos caiados pelo ódio e pela violência” e que prega abertamente o fim da propriedade privada.

Também no campo do direito familiar, Fachin é um assombro. O prefácio a um livro em que dá piscadelas à poligamia chega a ser café pequeno perto do que ele é capaz de produzir na área.

Fachin é diretor de um troço chamado IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito da Família). É seu grande pensador. O tal instituto conseguiu emplacar algumas propostas no PLS 470/2013, que institui o “Estatuto da Família”. Querem ver as maravilhas?

Direitos de Amante:

O PLS propõe que todas as relações possam ser reconhecidas como entidades familiares, inclusive as relações extraconjugais. Leiam dispositivos.

"Art. 14
Parágrafo único: A pessoa casada, ou que viva em união estável, e que constitua relacionamento familiar paralelo com outra pessoa, é responsável pelos mesmos deveres referidos neste artigo, e, se for o caso, por danos materiais e morais.

Assim, propõe que a amante ou o amante tenham direito à pensão alimentícia e possam, ainda, requerer reparação dos danos morais e materiais que o amásio ou a amásia lhe tenha causado.


Todos os posts de Reinaldo de Azevedo sobre Fachin:
Lei mais em: blog/reinaldo/fachin

Tudo que o Blogueiro escreveu sobre o candidato à vaga do STF deixada pelo Ministro Joaquim Barbosa.

Uma nota importante: O Pastor Silas acompanha os assuntos mais cabeludos do cenário nacional, principalmente, através do Blog do Reinaldo Azevedo, que há muito tempo vem recomendando sua leitura.  Quero informar uma novidade: De segundo a sexta-feira na Jovem Pan FM de São Paulo, das 18:00 às 19:00 h, o blogueiro tem um programa de rádio, onde debate as novidades mais importantes no cenário político brasileito em um programa chamado  os-pingos-nos-is

Assim que eu deixo o meu trabalho, a caminho de casa, eu ouço todo o programa pelo FM do meu celular.








sábado, abril 27, 2013

As instituições brasileiras sob ataque



abraço de jacaré
João Cruzué

Momento estranho o Brasil está passando. O Ministério Público está sob ataque. O Supremo Tribunal Federal está sob ataque. A Igreja Evangélica está sob ataque. A imprensa livre ainda há pouco também estava sob ataque. E quem está orquestrando estes ataques? Vamos pensar juntos.

A julgar pelos fatos são os velhos remanescentes comunistas, alunos  doutrinados pelos irmãos Castro, que desejam fazer aqui o que fizeram com a Venezuela. São parasitas radicais que vivem à sombra deste governo de coalizão. Observe bem o momento atual.  Há forças políticas no Congresso Nacional que querem mudar leis para retirar poderes constitucionais do Supremo Tribunal Federal e do Ministério Público. De vez em quando aparece um radical no governo com um papo de Marco Regulatório da Imprensa, insistindo em dar um "cala-boca" de força na liberdade de expressão.

Quanto à Igreja Evangélica, o velho bordão de que todo pastor é ladrão  já fazem parte daquele velho esquema destes radicais que  estão loucos para tributar os dízimos, ofertas  e proibir pastores evangélicos de pregar em programas de Televisão.  Sabem que esses pastores  atrapalham os planos de perpetuação de um governo que sustentam pensadores radicais, stalinistas, maoistas e castristas  mamando eternamente no cofre esplêndido do tesouro público! 

Ora, ora, ora!  quem é que  não está enxergando isso?

Para mim, o Brasil está passando por momentos de turbulência política. Tem comunista que está fazendo de tudo para manobrar as massas dependentes (de bolsas esmolas) contra as instituições democráticas e religiosas para solapar nossas conquistas constitucionais. O Estado está cada dia mais aparelhado - e para quê? por um projeto de governo? Acho que não, por um projeto de ditadura do tipo castrista! Deu certo na Venezuela, na Bolívia, no Equador; está dando certo na Argentina, e por que não  no Brasil?

Manietar o Supremo, Amordaçar o Ministério Público, apequenar a Imprensa e dar um cala-boca na Igreja! enquanto mantêm o povo na ignorância e na dependência econômica. Tá amarrado! Em nome de Jesus. 

A campanha eleitora de 2014 já está na rua. Podem escrever aí: Vai ter radical comunista com  bíblia debaixo do braço oferecendo "vantagens" para "irmãozinho" desgarrado a troco de  sua consciência.  São estes que  vão "convidar" para visitar Igrejas e ter acesso aos púlpitos. O bispo de uma grande Igreja já trocou Jesus pelas vantagens de estar no. "puder". Um apóstolo de outra grande Igreja está oferecendo acesso ao púlpito de sua Igreja para ter as portas reabertas na África de língua portuguesa.

No meio de tanta corrupção e "negócios" quem tem ouvidos ouça o que diz o Senhor no livro do Profeta Oseias: "Semeai para vós em justiça, ceifai segundo a misericórdia; lavrai o campo de lavoura; porque é tempo de buscar ao SENHOR, até que venha e chova a justiça sobre vós." (Ose. 10:12)





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sábado, novembro 24, 2012

Uma pituca da Assembleia de Deus no Supremo Tribunal Federal



Irmã Benedita da Silva Gomes
Mãe do Ministro Joaquim Barbosa, Presidente do Supremo Tribunal Federal
 "Mas, como está escrito:  
As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu,
 E não subiram ao coração do homem, 
São as que Deus preparou para os que o amam."
I Coríntios 2:9.
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João Cruzue

Confesso que fiquei orgulhoso do testemunho do Ministro  Ministro Joaquim  Barbosa por ter convidado e escolhido um assento no meio da primeira fileira de cadeiras do plenário do STF para receber  a mãe,  para participar da cerimônia de posse do ilustre filho na cadeira mais alta do Supremo Tribunal Federal.  Eu, que já me cansei de ver o preconceito (pseudo moderno) me senti "vingado" e realizado ao ver Irmã Benedita  da Silva Gomes e sua pituca assembleiana, sendo recebida com honra e cumprimentada com admiração pelas maiores autoridades da nação - entre elas, a Presidente Dilma Roussef.

Com aquela grande sabedoria das idôneas senhoras assembleianas  adquirida nas reuniões semanais  de Círculo de Oração, a ex-lavadeira de roupas deu fiel testemunho do filho, agora  Presidente do STF, em poucas palavras: "O que eu dei foi oração, [o resto] ele lutou por conta própria."  Disse também: "Passei os últimos 52 anos orando pelos meus filhos".  Questionada se o filho, agroa Presidente do Supremo, tinha o hábito de orar, ela foi sincera: "Ele pode [até] não orar, mas lê a Bíblia e foi criado no Evangelho.

Irmã Benedita é mãe de oito filhos e Dr. Joaquim, é o primogênito. Aceitou Jesus lá pelo ano de 1960, quando ele tinha seis anos. Quando o pai abandonou o lar, Irmã Benedita enfrentou a bacia de lavar roupa para os outros - naquela época imagino que ainda  não havia tanque. Joaquim, sendo o mais velho, foi  para Brasília trabalhar e ajudar no sustento dos outros sete irmãos.

Certas coisas e certos detalhes nunca são comentados, mas ficam explícitos a uma pequena análise. No momento, o Ministro Joaquim Barbosa é o cidadão mais respeitado pelo povo brasileiro, que não tem tido sorte de encontrar referenciais - nos últimos anos - em  meio de suas autoridades, quer sejam civis, militares ou religiosas.

 Paulo, o Apóstolo dos gentios,  escreveu, na Primeira Carta aos Coríntios, este  texto magnífico: 

"Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são."

Eu quedei e fiquei analisando: O que foi mais decisivo na vida do Ministro Joaquim Barbosa para que se tornasse, no momento, a melhor referência de justiça  conhecida entre todas autoridades brasileiras: as orações da mãe, a mão de Deus, ou a sua  determinação e aplicação aos estudos?

Se Barack Obama tinha muitas possibilidades de se tornar um delinquente social, em vez de se conquistar por duas vezes a Presidência da nação americana,  que chances então teve o moço  Joaquim Barbosa, sendo negro, pobre e árrimo de uma família abandonada pelo pai?

 O papel da mãe,  Irmã Benedita Gomes da Silva, foi fundamental. Foi o Senhor Jesus  que ensinou aos discípulos o  grande segredo da a oração persistente: o dever de orar sempre e não desfalecer.

Tenho certeza, que por muitas vezes o nome do moço Joaquim, longe de casa, trabalhando e estudando lá em Brasília, foi lembrado e apresentado no Círculo de Oração de senhoras em Paracatu, frequentado por Irmã Benedita. 

Foi Deus, com sua boa mão, que prosperou a vida do adolescente Joaquim Barbosa e cuidou para que ele fosse conduzido por caminhos de paz. Do restante Joaquim correu atrás. Correu atrás do conhecimento até os últimos degraus. Do primário à UnB ele sempre estudou em Escola Pública. Fez dois doutorados na França. Fala fluentemente cinco indiomas, além do Português. Hoje ele é Presidente do Supremo Tribunal Federal, mas nos tempos de adolescente ele também foi faxineiro.

Muitas autoridades e artistas convidados olharam para aquela senhora negra, assentada bem ao centro da primeira fileira de cadeiras do pelanário,  vestida com  trajes conservadores, ostentando na cabeça  uma  pituca grisalha. Certamente devem ter percebido que se tratava da mãe do ministro Barbosa. O que deve lhes ter causado surpresa foi descobrir que a mãe do protagonista da festa era uma senhora crente. Digo isto, não para orgulho ou dizer que as pessoas crentes são melhores que as outras. Não. digo isto, porque por causa do preconceito que sempre foi grande, diminuiu, mas  ainda existe no meio da sociedade.
 
Há tantas coisas ruins acontecendo por aí... e certas pessoas elevam suas frontes para cima e põem a culta em Deus. De fato, há mesmo muitas coisas ruins acontecendo e muitas pessoas destruindo e sendo destruídas umas pelas outras. 

Mas aí eu paro, e faço esta pergunta para mim mesmo: Por trás das pessoas envolvidas nestas coisas ruins, havia  uma mãe que tinha o hábito de orar, um filho que lia a Bíblia e um Deus  como referência central da família?  O que estou dizendo,  não é  o exemplo  exato da noção de fundamentalismo cristão - tão criticado? Talvez seja criticado, porque funciona.

 A corrupção para mim é um ato de loucura. O que aconteceu na vida do Ministro Barbosa foi um milagre de Deus, demonstrando para toda sociedade que se não houvesse tanto roubo e tanto desvio de dinheiro a existência de outros Barbosas seria a regra, sem a necessidade de milagres. 

Quando o  Ministro  Barbosa foi escolhido para relatar  a Ação Penal 470,  sendo ele negro e tendo em sua história um passado de pobreza, preconceito e privação, eu não vejo de outra forma, senão o falar de Deus a nossa nação. Por que  justo a Joaquim foi dado a responsabilidade de relatar o mensalão? E por que ele tem se mostrado tão atrevido, com um comportamento tão criticado entre seus pares e por causa da língua tão ferina e sem papas?  Para mim isto  pode não ser só coincidência. As orações da mãe produziram na vida do filho uma resposta muito maior do que ela sequer poderia imaginar.  E este é o padrão de resposta divina à oração persistente. E por persistente, aqui, não me estou referindo a rezar um rosário, mas a dialogar com Deus com palavras sinceras e não decoradas.


 "Mas, como está escrito: 
As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu,
 E não subiram ao coração do homem, 
São as que Deus preparou para os que o amam."

Este presente de renovação da esperança na justiça que o povo brasileiro está recebendo no Natal, não é outra coisa senão o resultado de 52 anos de orações "perturbando" os ouvidos de Deus.

Para minha irmã assembleiana, de trajes crentes e  pituca grisalha, este é meu  versículo deixado  para sua meditação. Como também aproveito a oportunidade para agradecer a Deus pela vida da senhora, do seu filho Joaquim Barbosa e  por que se lembrou da falta de referência e esperança na justiça de nosso povo mais simples, que "quase" já tinha desanimado e se acostumado aos jultamentos de faz de contas dos grandes corruptos da sociedade brasileira.




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quarta-feira, junho 06, 2012

Lista alfabética dos 38 réus do mensalão - Processo STF 184241 AP 470

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Foto dos Ministros  em sessão histórica do STF
João Cruzué

Agora é para valer. Sua Excelência o Ministro Carlos Ayres Britto, Presidente do STF - Supremo Tribunal Federal, juntamente com todos os Ministros da  nossa Suprema Corte bateram o martelo e estabeleceram o calendário para julgamento da Ação Penal 470/MG - mais conhecida pelo codinome: Mensalão.

O julgamento do "mensalão" vai começar no dia 1º de agosto de 2012 e pode se estender até meados de setembro. Número do protocolo do processo: 184241 AP 470; autuado no STF em  12/11/2007.

Relatório do Ministro-Relator Joaquim Barbosa, pesquisa  em Autenticação de Documento Eletrônico1653746 (copie e cole) de 18/12/2011, publicado em 19/12/2011.

A origem da Ação  Penal 470 foi o Inquérito Público  2245 - MG

Todo processo da  AP 470 pode ser pesquisado no portal do STF ¹. Cabe esclarecer que 40 réus constavam inicialmente dela.  Ficaram de fora o ex-ecretário Sílvio Pereira, por ter feito acordo judicial e o ex-deputado federal José Janene, falecido em 14.09.2010.

LISTA DOS RÉUS DO MENSALÃO EM ORDEM ALFABÉTICA

Mensalao





1 - Para pesquisar todo histórico do processo digite apenas AP 470 na página deste  link:  Processo STF


domingo, junho 26, 2011

A decisão do STF sobre a marcha da maconha

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Livre manifestação de expressao de apologia ao consumo de maconha

.João Cruzué

Creio, na minha opinião, que o Supremo Tribunal Federal errou ao votar pela absolutização da liberdade de expressão de opinião e reunião dispostas no artigo 5º, Incisos IV e XVI da Carta Magna. A consequência imediata do parecer do STF foi a realização da Marcha da Maconha em 40 cidades brasileiras.

A explicação dos participantes era de que a manifestação pública, com cartazes e tudo mais, não fazia apologia da Canabis. Alguém aí me belisque se o que eu estou lendo não é produto de um sonho... Se isto não for apologia, não sei mais o que seria...

Nosso Conselho de grandes Sábios tem tomado certas decisões desconcertantes. Quero citar algumas.

1 - A criação da Reserva Ianomami "Raposa Terra do Sol" em Roraima, na forma de aréa continua. Os agricultores e moradores do local foram expulsos e mal-pagos, depois da decisão do STF. Resultado? O mundo lá fora aplaudiu, mas os índios da região estão passando fome. Para não morrer à míngua, um êxodo está acontecendo em direção à periferia de Boa Vista. Muitos índios preferem a condições de extrema necessidade das malocas a enfrentar a foice da morte da fome na reserva, cujo nome é publicidade enganosa. Seria mais adequado "Raposa Terra da Fome"

2 - A recusa de extradição do criminoso italiano Cesari Batisti, tem o dedo do Supremo, que deixou a batata queimar e depois a colocou nas mãos do Presidente Lula.

3 - O Jornalista Pimenta Neves ficou 11 anos impune, mesmo sendo ele réu confesso. Metade desse tempo depois de ter sido julgado e condenado. Por que? Excesso de possibilidades de recursos, disponíveis a quem tem din din para custear um bom advogado.

4 - Foi do Supremo a mais recente decisão de criar o terceiro sexo, passando um trator sobre o artigo 226 da Constituição, sob a alegação (imagino) de que ele estava inconstitucional.

5 - O julgamento dos mensaleiros, cujos processos estão se empoeirando em alguma gaveta no STF, pelo visto não vai sair.

E mais amostras do gênero há, que agora não consigo me lembrar.

Agora, no mês de junho de 2001, veio uma surpresa ainda maior: Fazer manifestação em praça pública em favor da descriminalização da Maconha, no entender da Suprema Corte, não é a mesma coisa que fazer apologia da maconha. Ora, ora, isto parece com aquela situação de meia-gravidez! Lembrando a verve do falecido governador Brizola: Se isto tem rabo de jacaré, escama de jacaré e dente de jacaré, só pode ser, então, um jacaré!

Daí, se tem cartaz com a foto da Canabis, gente na passeata usando um cigarro e insinuando baforadas, o que poderia ser, então, senão apologia da erva?

Será que o legislador quando redigiu a minuta do texto constitucional e os Constituintes que votaram e o Presidente da Constituinte que sancionou os artigos 5º e 220 da CF de 1988, impregnaram a Lei Maior com um espírito de absolutização de todo e qualquer pensamento e manifestação mesmo?

Por exemplo: Havia neles o desejo de tutelar a marcha da cocaína? a marcha da Pedofilia? a marcha do PCC? a marcha de neonazistas? De marcha contra o Holocausto e Judeus?

Será? Deduzo que não.

Eu imagino, no meu pouco saber jurídico, que os constituintes não estavam pensando em tudo isto não. Creio que houve um mau julgamento de suas Excelências, Magistrados do STF, interpretando como 100% absoluto, um texto constitucional cujo teor tem algo de relativo nele.

E isso me traz a lembrança a parábola da Roupa do Rei, que era feita de fios invisíveis de ouro, que apenas podia ser vista pelos súditos que tinham inteligência e grande sabedoria...





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domingo, maio 22, 2011

Ives Gandra Martins, a Constituição e o STF

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'A CONSTITUIÇÃO "CONFORME" O STF'

Foto: Fecomércio/SP
Professor Ives Gandra da Silva Martins

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IVES GANDRA DA SILVA MARTINS

Escrevo este artigo com profundo desconforto, levando-se em consideração a admiração que tenho pelos ministros do Supremo Tribunal Federal brasileiro, alguns com sólida obra doutrinária e renome internacional. Sinto-me, todavia, na obrigação, como velho advogado, de manifestar meu desencanto com a sua crescente atuação como legisladores e constituintes, e não como julgadores.

À luz da denominada "interpretação conforme", estão conformando a Constituição Federal à sua imagem e semelhança, e não àquela que o povo desenhou por meio de seus representantes.

Participei, a convite dos constituintes, de audiências públicas e mantive permanentes contatos com muitos deles, inclusive com o relator, senador Bernardo Cabral, e com o presidente, deputado Ulysses Guimarães.

Lembro-me que a ideia inicial, alterada na undécima hora, era a de adoção do regime parlamentar. Por tal razão, apesar de o decreto-lei ser execrado pela Constituinte, a medida provisória, copiada do regime parlamentar italiano, foi adotada.

Por outro lado, a fim de não permitir que o Judiciário se transformasse em legislador positivo, foi determinado que, na ação de inconstitucionalidade por omissão (art. 103, parágrafo 2º), uma vez declarada a omissão do Congresso, o STF comunicasse ao Parlamento o descumprimento de sua função constitucional, sem, entretanto, fixar prazo para produzir a norma e sem sanção se não a produzisse.

Negou-se, assim, ao Poder Judiciário, a competência para legislar.

Nesse aspecto, para fortalecer mais o Legislativo, deu-lhe o constituinte o poder de sustar qualquer decisão do Judiciário ou do Executivo que ferisse sua competência.

No que diz respeito à família, capaz de gerar prole, discutiu-se se seria ou não necessário incluir o seu conceito no texto supremo -entidade constituída pela união de um homem e de uma mulher e seus descendentes (art. 226, parágrafos 1º, 2º, 3º, 4º e 5º)-, e os próprios constituintes, nos debates, inclusive o relator, entenderam que era relevante fazê-lo, para evitar qualquer outra interpretação, como a de que o conceito pudesse abranger a união homossexual.

Aos pares de mesmo sexo não se excluiu nenhum direito, mas, decididamente, sua união não era -para os constituintes- uma família.

Aliás, idêntica questão foi colocada à Corte Constitucional da França, em 27/1/2011, que houve por bem declarar que cabe ao Legislativo, se desejar mudar a legislação, fazê-lo, mas nunca ao Judiciário legislar sobre uniões homossexuais, pois a relação entre um homem e uma mulher, capaz de gerar filhos, é diferente daquela entre dois homens ou duas mulheres, incapaz de gerar descendentes, que compõem a entidade familiar.

Este ativismo judicial, que fez com que a Suprema Corte substituísse o Poder Legislativo, eleito por 130 milhões de brasileiros -e não por um homem só-, é que entendo estar ferindo o equilíbrio dos Poderes e tornando o Judiciário o mais relevante dos três, com força para legislar, substituindo o único Poder que reflete a vontade da totalidade da nação, pois nele situação e oposição estão representadas.

Sei que a crítica que ora faço poderá, inclusive, indispor-me com os magistrados que a compõem. Mas, há momentos em que, para um velho professor de 76 anos, estar de bem com as suas convicções, defender a democracia e o Estado de Direito, em todos os seus aspectos, é mais importante do que ser politicamente correto.

Sinto-me como o personagem de Eça, em "A Ilustre Casa de Ramires", quando perdeu as graças do monarca: "Prefiro estar bem com Deus e a minha consciência, embora mal com o rei e com o reino".


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IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, 76, advogado, professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra, é presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio e participante nas audiências públicas de elaboração da Constituição Cidadã de 1988.



Fonte: Jornal Folha de São Paulo, 20 de maio de 2011, página A3.