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sábado, dezembro 13, 2014

O sofrimento na visão do evangelho da prosperidade


Colher de fermento
Por João Cruzué

No exercício da visão noturna, aquilo que você vê nem sempre é o que parece, foi o que percebi isto, viajando de carro, à noite. Nesta situação, tudo deve ser reavaliado, para se certificar de que o que está à sua frente é uma reta, ou uma curva para a direita, ou se aquela coisa clara, a uns 100 metros não passa de um tronco árvore. Na vida espiritual, eu creio que uma só reavaliação das coisas que nos cercam, pode não ser suficiente para evitar que andemos por caminhos errados. Uma boa reflexão para este sábado.

No capítulo 16 do Evangelho, segundo Mateus, Jesus está advertindo os jovens discípulos, para se acautelarem com o fermento dos fariseus. Eles pensando no pão (que se esqueceram de comprar), e Jesus, falando de outra coisa,  prevenindo-os sobre um fermento doutrinário.

Eu fiz uma ligeira pesquisa, no site da Fiocruz, para saber um pouco mais sobre o fermento. Ali está escrito que o fermento biológico constituído de fungos microscópicos, também chamados de leveduras. Elas agem, liberando gás carbônico na massa do pão para que ele fique depois macio e fofinho.  Sem o uso do fermento, o pão ficaria com uma consistência dura, que seria rejeitada no café da manhã, porque não estaria do jeito que nos acostumamos a consumi-lo.

Um evangelho fofinho e macio (light e soft) ao mesmo tempo. Um "novo" evangelho de um "cristo" que está reocupado em transformar as pedras (duras) em pães (fofinhos) para satisfazer as comichões dos ouvidos de filhotes de fariseus, gerados dia a dia pelos profetas da prosperidade. Acho que é isto que dá para perceber.

No tempo de Cristo, uma das principais características dos fariseus era o apego às coisas materiais, por isso eram avarentos. Nos dias atuais, isto continua do mesmo jeito. E o fermento deles, é bem atraente: pregam um evangelho que é macio para os ouvidos. Uma igreja de faz de contas, onde a única coisa real é o dinheiro e o hedonismo.

Por que será que Jesus chamou 12 discípulos do meio de gente humilde? Eu creio que foi com o propósito claro de evitar que a futura Igreja não nascesse de um mal crônico. Por que depois que o Senhor Jesus jejuou 40 dias, o diabo veio para sugerir três propostas fermentadas? Usar o Evangelho para transformar pedras e pães, usar o poder divino para tentar a Deus e a pregar o Evangelho para ficar rico e poderoso.

Se naquele tempo Jesus já está preocupadíssimo com a contaminação da Igreja com o fermento dos fariseus, posso muito bem imaginar o que Ele não diria, hoje, quando vemos os valores morais de grandes líderes evangélicos serem trocados por valores políticos. Fiquei impressionado de ver, há poucos dias, um "missionário" de uma grande denominação (Igreja Internacional da Graça) apresentando à sua congregação os três filhos recém-eleitos para os cargos de Deputado Federal e Deputado Estadual. Do ponto de vista secular, sem dúvida, foi um belo feito, mas do ponto de vista do Senhor Jesus, uma lástima.

Não estou dizendo que o cristão, para ser cristão de verdade, tem que sofrer 24 horas por dia, pois não era isto que acontecia com Jesus. Mas, durante os dias que ELE, seus apóstolos e os missionários do começo do século passado, o que mais passavam era por sofrimento. O objetivo do sofrimento, diante de Deus, tenho eu uma suposição que pode estar perto da verdade: pode ser que o sofrimento seja um antídoto contra o fermento.

Sabe, estou ficando velho, mas não, cego. A Igreja que estou vendo hoje está padecendo de secularismo. João disse  para que não amássemos o mundo. Amar o mundo, neste sentido, é passar a olhar, sentir, comportar, e aceitar os valores e visões da sociedade atual. Isto é fatal para uma Igreja e para seus fiéis.

Não li na Bíblia que Jesus dissesse que todo cristão tem que ser um sofredor a vida inteira. Mas, eu duvido que um cristão verdadeiro, diante de tanta coisa ruim e louvada por  nossa sociedade, olhe e fique satisfeito. Tenho certeza que não. Por exemplo, em um país tão corrupto quanto o Brasil, cuja corrupção já se tornou uma instituição, o cristão que vê seus pastores trocando a Igreja por Brasília e comendo e bebendo  no meio desta gente, será que isto é, por acaso, motivo de alegria?

Por outro lado, o sofrimento,  na visão de um pregador de prosperidade, é algo antibíblico. Ensinam que Cristo já sofreu por nós, para que nós não mais precisemos passar por isso. Agora é só vitória... Gostaria que essa gente assistisse o filme "Mein Kampf", um documentário feito a partir de filmagens feitas pelos próprios nazistas. Como explicar o que aconteceu no Gueto de Varsóvia e nos fornos de Auschwitz-Birkenau. lugares onde milhões de orações não foram respondidas...


Os tempos são muito difíceis. Não convém aceitar tudo e participar de tudo como se fosse faz-de-contas... Disso teremos que prestar contas ao Senhor, por omissão, ou por negligência ou por conformismo, ou por pecado. 

O Sucesso de nenhum evangélico, dono ou pregador de TV, não é garantia nenhuma de que seja um homem de Deus - hoje. Mas pode ser que ele esteja vivendo das cinzas do que homem de Deus que já foi no passado. Não há nenhum sinal do verdadeiro Evangelho na prosperidade que pregam hoje. 

Eu apenas creria, se essa gente fizesse aquilo que o Mestre sugeriu ao "Mancebo de Qualidade": Vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu.



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segunda-feira, outubro 31, 2011

Jesus Cristo é a verdade que liberta.

João Cruzué

O diálogo de Jesus com alguns fariseus no templo de Jerusalém, em João, oito, é muito muito esclarecedor. É possível perceber, ali, que o Espírito que havia em Jesus não comungava com o espírito dos fariseus, pois aquele diálogo foi muito difícil. Durante a conversa, alguns deles creram, mas Jesus olhou para os outros fariseus e disse: E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.

Jesus não estava falando com publicanos, nem com samaritanos, nem a gregos. Ele proferia essa palavra para nada mais nada menos que a elite politico-religiosa de Israel. Foram palavras duras, brandidas contra três pontos: pecado, escravidão e cegueira espiritual.

Os fariseus eram homens doutos, nascidos em berço religioso, ouviram a palavra desde bebezinhos e a maioria deles tiveram como mestres grandes rabinos. E mesmo assim há um diagnóstico estarrecedor: Jesus os chamou de filhos do diabo, porque tinham um desejo homicida em seus corações.

Quão distanciados de Deus estavam aqueles fariseus. Jesus falou sem reservas que eles eram escravos do pecado, mentirosos, filhos do diabo. Infere-se também no diálogo ríspido que aqueles fariseus eram o grupo que mais resistência oferecia ao ministério de Jesus, e por isso, naturalmente, o diagnóstico estava certo: Se eles faziam oposição cerrada, somente o diabo poderia estar por trás disso.

E a maior prova disso aconteceu mais tarde, quando o jovem fariseu Saulo de Tarso perseguia os cristãos para matá-los. Ele pensava que estava agradando a Deus, porém, desgraçadamente, não via que estava sendo manipulado pelo diabo. No seu encontro com a presença misericordiosa de Deus - literalmente caiu, como caem os endemoniados.

Os fariseus eram religiosos que pertenciam também a um partido políticos. Eram oposição em um Sinédrio governado pelos saduceus.

Fico imaginando a partir de que momento aqueles fariseus, entendidos em teologia, se tornaram filhos do diabo. Onde foi que desviaram?

Não foi da noite para o dia.

Envolvidos em conchavos e acordos políticos foram descendo de degrau em degrau, de mentira em mentira, de prevaricação em prevaricação, até se tornarem instrumentos à disposição do diabo. Eram exatamente eles, as pessoas que o diabo usava para fazer oposição a Jesus. E não só isso, como também ofendê-lo com palavras duras: endemoniado e bastardo. É só ler este capítulo de João para perceber isto.

Religiosos que deixaram seu ministério (contra a vontade de Deus) para defenderem (não a Igreja), mas os interesses pessoais de alguém em busca de poder e glória.

Não está sendo muito diferente dos líderes religiosos de nossa época. Quando os vejo andando com tanta desenvoltura nos meios políticos desta nação eu me pergunto preocupado: estarão andando sob a vontade de quem? Bem... isto o futuro cedo revelará.

Fico assombrado com a quantidade de pastores que estão deixando a frente do curral das ovelhas em busca de emoções menos nobres, seguindo o interesse político de de seus chefes. O projeto de evangelismo da Igreja, não vai bem. Não tenho visto entusiasmo. A vontade do Espírito Santo, eu sei, não mudou. Jesus disse no mesmo capítulo, v. 47, uma receita infalível: Quem é de Deus ouve as palavras de Deus. E os que lhe não dão ouvidos, a mim se me parecem homens desviados.

Dependendo do momento, é quase imperceptível notar a diferença entre a vontade de Deus, a nossa vontade e a vontade do diabo. Não há como descobrir no "cara ou coroa". Não está escrito na testa, mas no caráter. Algumas coisas dão para perceber sim: A liderança que sempre está na contramão da palavra de Deus é um mau sinal.

Eu vejo, mesmo, a Igreja Evangélica de meus dias muito interessada em política. Costurando muitos acordos. Fazendo muitos planos. Procurando os pastores mais populares para cooptá-los a serem candidatos a uma vaga promissora em uma função menor, de um reino menor ainda.

Da mesma forma, agiam os fariseus e saduceus do início da era cristã. Eles navegam com os pés em dois barcos. Igreja e mundo. E foi assim Eque eles trocaram a vontade de Deus por interesses pessoais. Foram bem menos resistentes que Jesus diante das insinuantes propostas da tentação no deserto.

Líderes escravizados. O pecado serviu de grilhões de uma corrente cuja ponta está nas mãos do diabo. Pensavam que poderiam servir dois senhores ao mesmo tempo, mas tinha perdido a vsião. Achavam-se livres, mas eram cativos. Caíram quando procuravam estabelecer a terceira via. Nem muito estreita e nem tão larga.

E diante deste contexto que Jesus profetizou: E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará"


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