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quarta-feira, janeiro 14, 2015

Michel Houellebecq, o romance Submission e Dan Brown


Por João Cruzué

Michel Houellebecq
O escritor francês Michel Houellebecq está com medo da Al-Qaeda. Ele escreveu o livro "Submission" satirizando o islã, seguindo o mesmo tema do Charlie Hebdo ao descrever sua obra como uma publicação irresponsável. Aquilo que Dan Brown deitava e rolava usando Cristo e a Igreja Católica, parece que também foi copiado por este Michel (famoso na Europa e desconhecido no Brasil) com foco no Islã. Só que Dan Brown ficou rico e Houellebecq está com medo de morrer.

Escrevendo sobre o Capitalismo, não bombou na mídia. Mudou. Foi  mexer em um novo nicho de literarura (sátiras do Islã) e acertou em uma casa de marimbondos. Mídia e divulgação ele vai ter, mas já sabe que vai ter que ficar recluso, da mesma forma que Salman Rushdie o autor do livro "Versos Satânicos."

Parece que a nata da civilização europeia ainda não aprendeu tudo. Os últimos embates com o Islã radical está produzindo a reformulação de velhos conceitos tidos como imutáveis sobre liberdade absoluta de expressão. Palavras e imagens sem limites. Para surpresa nossa está acontecendo uma inversão de conceitos.

Bastou uma dúzia de fanáticos para tirar a segurança absoluta dos americanos. Na França bastou três deles para forçar uma autocrítica literária. Irresponsabilidade de expressão não é a mesma coisa que liberdade de expressão. 

A cultura ocidental pensa que nada mudou. Mas o medo já está produzindo mudanças e contenção de besteiras.

O 6º romance de Michel,  Submission foi publicado na quarta-feira, passada (07.01.2015) mesmo dia do massacre no Charlie hebdo. Um mau agouro. Ele desistiu dos eventos promocionais do livro e se recolheu. O livro conta a história de uma França debaixo de uma sharia islâmica no ano de 2022. Na sua última entrevista ao Daily Telegraph ele insistiu que seu livro não é islamofóbico... será?

Pelo sim, pelo não, vai cair fora da França, porque teme ser alcançado pelos radicais muçulmanos.

Moral da história: A liberdade de expressão tem um custo. Se você for além do bom senso, pode levar um processo se disser besteiras ou, no caso de ataque irresponsável à religião islâmica, uma bala na cabeça!

Efeito da globalização.




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terça-feira, janeiro 13, 2015

Revista satírica Charlie Hebdo e o atentado em Paris


 Charlie Hebdo
Por João Cruzué

Doze pessoas foram mortas na sede da revista satírica semanal "Charlie Hebdo", em Paris, no final da semana passada, por dois radicais islâmicos filiados à Al-Qaeda. Houve uma comoção mundial e isso levou à maior manifestação pública já vista na Cidade Luz: 3,5 milhões de pessoas foram às ruas. Junto com elas dezenas de chefes de governo de braços dados à frente da multidão. Foi o assunto do fim de semana.Como vivemos em um país onde a liberdade de expressão é um princípio constitucional, eu vou expressar a minha.

O mundo dito civilizado acha que todos que pensam de forma diferente são bárbaros. Da mesma forma, os radicais religiosos acham que aqueles que desrespeitam seus profetas e seu islã são filhos do cão (ou cães mesmos).

O cristianismo, hoje, na Europa é cinzas. De hipocrisia em hipocrisia e de sacrilégio em sacrilégio o Cristo tem sido motivo de todo tipo de desrespeito. A cultura secular acha que pode satirizar e relativizar tudo. Nenhum cristão, hoje, pensa em formar uma célula terrorista para dinamitar ou matar jornalistas ou caricaturistas por causa de sacrilégios.

Entretanto, quando os ícones da cultura secular europeia decidem ridicularizar e satirizar o sagrado do mundo muçulmano, há vários tipos de reação, desde a indiferença até o revide à bala. Parece que o mundo muçulmano é como um muro que os cartunistas e escritores seculares ocidentais querem testar para ver que resistência tem e se pode ser quebrado.

A tragédia que se abateu sobre a sede do Charlie Hebdo foi uma consequência de satirizações constantes deste grupo de imprensa e entre os dois mortos estava Charb o editor da revista.

Eu não estou falando de satirizações leves. Qualquer um pode ver que eles pegam pesado. Eu não posso reproduzir aqui as imagens destes cartoons. Mas, se você digitar "charlie hebdo" no Dr. Google e clicar em imagens vai ver coisas horrorosas. Por exemplo, a reprodução do Pai, Filho e Espírito Santo... Eu não vi nas imagens, um cartoon que já vi em outros lugares: O profeta Maomé, pelado e de quatro...

Se a civilização secular acha que tudo pode ser satirizado e que faz parte da "civilização" ficar indiferente ou omisso a cada sátira porque quer impor sua cultura, pelo lado muçulmano há grupos ultra-ortodoxos que não aceitam a relativização do sagrado.  Eles metem bala!

Os cartunistas do Charlie Hebdo dizem que vão continuar satirizando o profeta Maomé. E eu imagino que os radicais islâmicos vão continuar mandando bala. 

Pessoalmente não vejo cultura nem civilização em colocar profetas pelados de quatro em situação humilhante. Nem a Trindade desenhada como um bonde de baile funck. Penso assim: quem quer respeito, deve respeitar. Eu não vou sair por aí dando tiros em sacrílegos, mas tem gente que não pensa assim. 

A França pode levar 20 milhões às ruas em protesto pela liberdade de opinião e expressão, mas eu continuo pensando que aquele tipo de cartunismo é pura apelação. Eu vi e não gostei, nem tenho coragem de colocar neste blog certas nojeiras que foram desenhadas pelo caricaturistas do Charlie Hebdo. Ficaram provocando um ninho de vespas, e pagaram com a vida as suas provocações.

Maomé não é Jesus Cristo. Se algum escritor pensa em escrever qualquer besteira ou desenhar Maomé de qualquer jeito, que ponha as barbas de molho.