sexta-feira, agosto 02, 2013

De volta aos velhos caminhos

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Estrada do Iapu para a Barra
João Cruzué

Estou de férias na terra das Gerais. Vim para rever a mama, a família, os velhos amigos e aproveitar para andar a pé pelos mesmos caminhos de criança. Tudo está igual e diferente mexendo com as sensações da gente. Pude entender com muita clareza o significado daquela frase do poeta inglês, William Wordsworth: A criança é o pai do homem.

Ao percorrer outra vez as mesmas curvas, subidas e descidas; rever o mesmo córrego, as mesmas águas, a mesma gameleira, a mesma sumaúma, as ganaçaias, o cedro e a lajinha. Iguais por se acharem nos mesmos lugares, mas diferentes, assim com eu, que tinha 8/11 anos e hoje tenho 57.

A gameleira centenária, antes tão frondosa, hoje está com poucos galhos, assim como os meus cabelos.

A piorra que fazia sombra ao poço mais fundo e temido do ribeirão ainda está lá. Era ali que meus pais passeavam comigo e levavam nosso cachorro"pitó" para tomar banho. Nós jogávamos um pedaço de pau lá no meio do poço e ele saltava espalhando água por todos os lados e voltava supercontente com ele na boca. E na passagem sacudia os pelos molhados no meio da gente. Recordações de felizes momentos de um garoto de uns três, quatro anos.

E o céu? Lindo! Depois das 6:00, sem lua, pude observar toda a presunção da Via Láctea incluindo até as nuvens de poeira das estrelas, visíveis apenas de um lugar sem iluminação artificial.

Para fechar, ganhei de presente um quadro contendo o original da minha primeira poesia,escrita lá pelos meus 13 anos, gentilmente confeccionado e guardado com orgulho pela minha professora de Língua Portuguesa Dona Ofélia Fernandes.

Boas lembranças de uma criança, hoje cinquenta e poucos anos mais velha que eu.





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